A TARDE: Análise - Genial/Quaest: cientista político vê favoritismo de Jerônimo
Pesquisa divulgada nessa sexta-feira registra empate técnico entre petista e ACM Neto
Autor: Alan Rodrigues
A divulgação da nova pesquisa Genial/Quaest nesta
sexta-feira, 15, apontou, à primeira vista, um amplo favoritismo para ACM Neto
(União Brasil), com possibilidade de vitória ainda no primeiro turno. Mas, um
olhar cuidadoso sobre os recortes do levantamento mostra um cenário diferente,
com Jerônimo Rodrigues (PT) muito próximo do ex-prefeito de Salvador.
A situação de empate técnico se verifica quando o petista é apontado como o candidato do ex-presidente Lula, informação até então ignorada por 76% dos entrevistados. O apoio de Lula e a boa avaliação de Rui Costa e de seu antecessor, Jaques Wagner, permitem apontar que o favoritismo pertence a Jerônimo. Pelo menos é o que avalia o cientista político do Rio de Janeiro, Alberto Carlos Almeida.
Especialista em
pesquisas eleitorais, autor de oito livros, incluindo "A cabeça do
eleitor" e o recém-lançado "A mão e a luva: o que elege um
presidente" -em parceria com Tiago Garrido - Almeida baseia sua análise em
dados compilados das eleições realizadas desde 1998 e decididas em segundo
turno.
"Todos os
governadores que tinham 54% de aprovação entre ótimo e bom elegeram seus
sucessores. Não é o caso de Rui Costa. Rui Costa tem 43% de ótimo e bom. O que
aconteceu com os governadores que tinham essa avaliação e que indicaram o
sucessor? Aqueles que tinham entre 28% e 54% de ótimo e bom em 38% das vezes
elegeram seu sucessor", diz o pesquisador.
Ele acredita que
as figuras do ex-presidente e dois governadores do PT podem equilibrar essa
disputa e aumentar as chances de Jerônimo. "Você tem a trinca Rui Costa,
Jaques Wagner e Lula. Ela tem condições sim de eleger Jerônimo Governador da
Bahia. Eu considero hoje que Jerônimo é o favorito, Porque o eleitorado da
Bahia tenderá a querer a continuidade do governo de Rui Costa".
Mas o cientista
político faz uma ressalva e traça um paralelo com a eleição presidencial nos
EUA em 2016. "Hillary Clinton era favorita. Ela tinha 70% de chances de
vencer. Aconteceu o que tinha 30% de chances de vencer (Trump). O mundo é
assim". Na minha visão, Jerônimo é favorito para vencer na Bahia,
mas esse favoritismo não significa que Jerônimo irá vencer. O favorito também
pode perder", arremata Almeida.
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