ARMANDO AVENA: JÁ É CARNAVAL, CIDADE

BAHIA ECONÔMICA
 

 
Já é Carnaval, cidade, e junto com ele já está nas ruas um ciclo de geração de emprego e renda que movimenta grande parte da economia de Salvador. O número de turistas que vêm a Salvador é grande e a expectativa é de uma taxa de ocupação de 100% nos hotéis próximos ao circuito e superior a 90% em áreas mais distantes. É verdade que cerca 60% dos turistas que vêm para o Carnaval ficam em casas de parentes ou amigos e isso é bom, pois se todos resolvessem ficar em hotéis não haveria acomodação para todos, já que a cidade tem cerca de 45 mil leitos. 
 
O número de turistas que virão para o Carnaval varia entre 600 a 800 mil, de acordo com a prefeitura de Salvador ou o governo do estado. São números com pouca base estatística, mas cumprem sua função de marketing, afinal essa é uma forma de atrair mais turistas, pois quanto mais gente estiver na Bahia, mais gente quer vir para a Boa Terra. Na verdade, Salvador vai receber cerca de 350 mil turistas de outros estados e algo como 30 mil estrangeiros, segundo estimativa do portal Bahia Econômica, baseada nos desembarques no aeroporto internacional, nos leitos disponíveis e nas estatísticas disponíveis no Ministério do Turismo. O resto dos foliões vem do interior do estado, ainda que seja de Lauro de Freitas. Ou seja, aproximadamente metade dos turistas que vêm a Salvador para o Carnaval é do interior do estado. 
 
Assim, quando o leitor ouvir dizer que 700 mil pessoas vieram para a festa, é bom saber que metade disso vem do interior e que ninguém sabe como esse número foi apurado. A movimentação financeira na festa é também um número simbólico e aí as cifras variam, na maioria das vezes tomando como base o gasto médio do turista e outras variáveis. Nessa área não existe qualquer estimativa confiável, embora a cifra de R$ 1,5 milhão seja anunciada de quando em vez. 
 
De concreto mesmo é que a movimentação financeira é grande. Só a prefeitura estima em R$ 50 milhões sua participação, sendo a maior parte desse montante desembolsada pelos principais patrocinadores da festa, uma empresa de bebidas e uma companhia aérea. O governo do estado também investe alto, embora parte do investimento seja nos serviços de segurança e saúde, já contabilizados. Mas os números da festa não são importantes, o que vale mesmo é que o Carnaval desopila o humor do baiano e desopila a economia, pois gera riqueza e emprego e, sem ele, a economia de Salvador estaria muito pior. 
 
A criação de empregos pode superar os 150 mil, diretos e indiretos, com destaque para os empregos temporários criados em função da festa. Além disso, a economia informal dá um salto nesse período e garante a sobrevivência de milhares de soteropolitanos. Nem tudo são flores, todavia, a crise fez as vendas de abadás caírem, alguns blocos não vão sair e o número de camarotes diminuiu, mas, ainda assim, há o que comemorar, afinal a cidade está cheia de turistas e isso movimenta o comércio, especialmente bares e restaurantes, e aumenta o uso de serviços como locadoras, agência de viagens, transporte, etc.
 
Por isso, tem pouca importância os números exatos, muito mais importante é a alegria que se vê na rua explodindo na boca de baianos e turistas e o aquecimento de parcela expressiva da economia que, em função da festa, gera emprego e amplia a renda.
 

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