MP tenta endurecer o jogo contra corrupção

A TARDE
Levi Vasconcelos

Dizem que o Brasil começa 2016 com o ranço de 2015. É mais que isso. Em 2015 vimos coisas que nunca se viu, da revelação da corrupção em escala inédita à prisão de empresários de alto coturno, tudo jóia.
Mas o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, bota luzes no caminho. Diz ele:
— A Lava Jato trata de um tumor, mas o sistema é cancerígeno.
Perfeito. A corrupção impera no Brasil como se tivesse dado metástase, de forma tão arraigada que chega a criar a sensação de que o crime compensa (e para algumas centenas compensou mesmo).
Dallagnol está empenhado em coletar assinaturas para apresentar ao Congresso um conjunto de 20 projetos que ampliam penas para corruptos e facilita a recuperação dos bens adquiridos com dinheiro roubado, além de dificultar o emaranhado jurídico que, ao invés de fazer justiça, beneficia o bandido.
Não vai acabar a corrupção, é verdade. Vai ampliar o cerco do combate. Mas talvez aí esteja o lado bom da herança de 2015.
Campanha — Dallagnol faz campanha para a coleta de assinaturas nas redes sociais e meios de comunicação. Já tem 1,2 milhão, precisa de 1,5 milhão, o necessário para apresentar projeto de iniciativa popular. Diz ele que uma assinatura vale mais do mil reclamações. É por aí. Dos políticos é que não vai sair nada.

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