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FIOL NÃO ENTROU NO PACOTE DE CONCESSÕES DO GOVERNO DILMA

Blog do Gusmão

Imagem: Elói Corrêa/Secom-Bahia.
Imagem: Elói Corrêa/Secom-Bahia.

A presidenta Dilma Rousseff (PT) lançou um pacote de concessões para a construção, ampliação e exploração de ferrovias, portos, rodovias e aeroportos. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) ficou de fora. Segundo reportagem de Andre Borges, do jornal Estadão, o empreendimento já “consumiu quase 3 bilhões de reais dos cofres públicos”. A conclusão estava prevista para o final de 2013. A obra segue em ritmo lento um ano e meio após o prazo inicial.

Ouvido pelo jornal, o ministro e ex-governador Jaques Wagner admitiu que a notícia lhe causou estranhamento. “Estranhei essa ausência, fiquei surpreso. Não tive oportunidade de conversar sobre o assunto, mas gostaria muito que o projeto tivesse entrado no programa. Essa é a maior obra de infraestrutura da Bahia. Se não temos o dinheiro para fazer a obra, o melhor seria entrar na concessão. Mas sabemos que para isso é preciso fazer antes uma avaliação, um estudo de viabilidade econômica.”

Em junho de 2014, editorial do Blog do Gusmão criticou o erro grosseiro da multinacional Bahia Mineração. A empresa estimulou o governo do Estado a direcionar o desenvolvimento do seu sistema logístico para uma das áreas com maior biodiversidade do mundo, o litoral norte de Ilhéus.

Também publicamos uma série de artigos do britânico Roger Moody, estudioso dos impactos ambientais e socioeconômicos dos negócios da mineração. Um dos textos demonstra como a grande oferta internacional de minério de ferro ameaça a viabilidade econômica do Porto Sul. As três maiores exportadoras do mundo, entre elas a Vale, adotaram a mesma tática para lidar com a baixa cotação: produzir mais e diminuir, com o preço baixo, o espaço das empresas menores no mercado. Enquanto isso, a China, que compra 70% do ferro transportado por embarcações, adota políticas de controle do crescimento econômico e planeja a redução de importações. Diante dessa conjuntura desfavorável, a BAMIN ainda precisa considerar o alto custo do processamento do seu produto (inferior ao oferecido em larga escala pelos concorrentes).

As incertezas que rondam o Porto Sul (leia aqui) necessariamente devem ser consideradas ao se pensar sobre a viabilidade econômica da ferrovia.

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