PREÇO DO FERRO PODE INVIABILIZAR PRODUÇÃO NA BAHIA E COMPROMETER O PORTO SUL

Bahia Econômica
06/01 - 08:38hs -


O projeto de exploração de minério de ferro em Caetité na Bahia, que vem sendo tocado pela Bamin, está com sérios problemas para a sua consecução, o que pode adiar ou mesmo inviabilizar o início de operação da empresa.

Caso isso ocorra a viabilidade econômica da Ferrovia Oeste-Leste estará comprometida, pois toda sua engenharia econômica é baseada no transporte de cerca de 20 milhões de toneladas de minério de ferro da empresa

O maior problema da Bamin Mineração é o preço da tonelada do minério de ferro que caiu para US$ 68,00 por tonelada em dezembro, no mercado à vista da China para umtero de 62% de ferro.

Esse preço não viabiliza a operação da Bamin,  cujas jazidas tem o teor de ferro de apenas 32%. Todo o projeto da Bamin foi feito supondo uma cotação do minério de ferro a US$ 100, ou no limite US$ 80 por tonelada.

O baixo preço do ferro se deve a redução das importações chinesas e também se ao aumento da oferta no mercado internacional com a elevação significativa das exportações da Austrália.

Mas os problemas da Bamin não se restringem ao preço do minério e existem também problemas de ordem administrativa e financeira. Há dúvidas quanto a capacidade da ENRC – Eurasian Natural Resources Corporation , empresa do Cazaquistão que controla a Bamin,   de aportar os recursos para desenvolver o projeto.

Envolvida em casos de corrupção e investigações criminais, segundo consta em blogs internacionais ligados ao setor, a empresa deixou de negociar suas ações na Bolsa de Valores de Londres.

Além disso,  exitem notícias dando conta de que a empresa Zamin, que havia comprado a jazida de Caetité, por apenas US$80 milhões e revendeu por US$1 bilhão ao grupo ENRC, teria entrado
com uma ação na Inglaterra contra a empresa do Cazaquistão que não teria efetuado o último pagamento de US$220 milhões pela compra da jazida.

A ENRC, por outro lado, também estaria processando a Zamin pela não devolução de US$65 milhões mais juros, de um empréstimo contraído no início da operação de venda.

Tudo isso faz com que a ENRC encontre dificuldades para conseguir sócios para o projeto de Caitité já que a empresa deve bilhões a bancos estrangeiros. A empresa necessita de US$ 1,5 bilhòes para viabilizar a exploracão do minério

Fontes não oficiais da empresa afirmam também que na atual situação seria muito difícil viabilizar mais recursos para investir US$ 1,1 bilhão na construção do Porto Sul e que já se estaria estudando na empresa a possibilidade de exportação via Porto de Aratu, o que já vem sendo feito em condições experimentais.

A Bamin já  investiu pelo menos US$ 200 milhões no desenvolvimento do projeto. O Bahia Econômica está entrando em contato com a empresa e fontes governamentais para dar mais informações ao leitor.


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