História de Guanambi (I)



Aspectos históricos das Ruas Manoel Vitorino e Coronel Zequinha 
(Rua de Baixo ao Largo dos Tropeiros – Famosa Rua de Dona Dedé).

Em 1870, nasceu o povoado de Beija-Flor, às margens do Rio Carnaíba de Dentro, em terras doadas pelo Fazendeiro Joaquim Dias Guimarães. Desde os primórdios do arraial, a área da lagoa servia de parada para os tropeiros que se reuniam à sombra do umbuzeiro, surgindo posteriormente, a feira livre e o antigo barracão da feira.

A Rua Manoel Vitorino está localizada na área histórica e de origem da cidade. Na iniciação de formação do arraial do Beija-Flor, os viajantes realizavam a transação comercial de suas tropas na Rua de Baixo, que passou a ser conhecida como Largo dos Tropeiros, atual Rua Manoel Vitorino e Rua Coronel Zequinha.

Em 1902 foi instalada a Estação Telefônica de Guanambi, e em 1909 a Estação Telegráfica, numa casa doada à União, que se localizava na Rua Coronel Zequinha, até o ano de 1960, quando foi inaugurada o seu prédio próprio.

No final do século XIX, foi construído o maior patrimônio histórico da cidade – a Casa de Dona Dedé, situada ao fundo da Rua Manoel Vitorino, na beira da Lagoa e próxima ao Riacho do Belém. A área do pomar da Casa de Dona Dedé é cortada pelo Rio Carnaíba de Dentro, que servia de enorme curiosidade popular nos períodos das enchentes do Riacho do Belém, a exemplo do que ocorreu em 02.02.1960, quando ocorreu o rompimento do Açude de Ceraíma (Gentio). Segundo o livro “Uma Lição de Vida” de autoria de Deolinda Pereira Martins, a Cada de Dona Dedé foi construída por escravos, sob as ordens de José Pereira Zequinha, Cel. Zequinha (pai de Dona Dedé). Neste casarão residia o Major Helvécio Rufino de Oliveira Martins, que foi nomeado prefeito de Guanambi (1932/1936) e Dona Deolinda Pereira Martins.

A Casa de Dona Dedé é um edifício de relevante interesse arquitetônico – um casarão no estilo neocolonial. A Rua Manoel Vitorino ficou conhecida popularmente por Rua de Dona Dedé.

Ao lado da Rua de Dona Dedé localizava-se a famosa Lagoa, hoje feira livre da cidade. Constituiu-se de um tanque que foi chamado “Pote”, no centro da depressão que formava a lagoa. Mais tarde construiu-se uma tapagem, que era abastecida anualmente pelo Rio Gado Bravo ou Rio Belém.

Nos períodos das enchentes a Rua Manoel Vitorino transformava-se no ponto turístico da cidade. Em 1992, aconteceu mais uma grande enchente. Existia também na lagoa a famosa Pedra das Lavadeiras.

No próximo artigo publicaremos a história dos moradores das Ruas Manoel Vitorino e Coronel Zequinha onde foram eleitas diversas personalidades da política local (Governador, Deputados Federais, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vereadores, Delegado, Major, Coronel, etc.).

Fontes e Fotos:Livro  “Uma Lição de Vida” de autoria de Deolinda Pereira Martins; Jornal O Popular; Rimando a História 2 - Dona Dizinha; Jornal do Sudoeste - Guanambi 80 Anos, Câmara de Vereadores de Guanambi 1920-2000 - Lenir Teixeira dos Santos; Fundação Joaquim Dias Guimarães, História Primitiva de Guanambi - Dário Teixeira Cotrim; Lembranças de Um Povo - Terezinha Teixeira Santos; IBGE, Arquivo Particular de José Carlos Latinha.

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