Situação confirma o fim anunciado do DEM



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José R. Arruda
Levantamento que li no fim de semana - na Folha de S.Paulo, nem ela tem mais reservas em tratar da derrocada da legenda que tanto apoiou - mostra que o DEM está se acabando. Não sobrevive às urnas. Só elegeram um governador em 2006 - José Roberto Arruda, de Brasília - e na eleição desse ano o partido só tem quatro candidatos próprios a governador. Para quem já foi o que eles foram!

Suas lideranças morreram (Antônio Carlos Magalhães, o ACM da Bahia); aposentaram-se (Jorge Bornhausen - SC), ou apagaram-se (Marco Maciel - PE) e as que os substituíram, deputado ACM Neto (DEM-BA) e Paulo Bornhausen (DEM-SC) estão longe de serem líderes de fato. Os demos tiveram três líderes que ainda sobreviveram numa fase inicial ao naufrágio, mas não têm mais nenhuma passagem para o futuro.

O governador Arruda de Brasília deu no que deu - preferido de José Serra para ser seu vice, mas principal acusado no escândalo de distribuição de propina a aliados pelo DEM-Brasília, ele ficou dois meses na cadeia na Polícia Federal (PF) e renunciou; César Maia, ex-prefeito carioca sobreviveu mais ou menos, mas bem avariado política e eleitoralmente e já perdeu feio a eleição de 2008 no Rio; e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM) que se anulou por completo ao submeter-se inteiramente aos desígnios de José Serra quando governador e agora candidato a presidente da República (PSDB-DEM-PPS).

Kassab anulou-se ao submeter-se a desígnios de Serra


O prefeito de São Paulo, aliás, só estourou na reeleição em 2008. A partir daí, como bem lembra o jornal em sua análise, desde o 1º dia só despenca nas pesquisas e avaliações sobre sua administração na capital. Por esses levantamentos, hoje talvez não se elegesse nem síndico do quarteirão em que mora.

Até o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), sumido e poupado pelo noticiário pós-escândalo de Brasília - embora sempre se soubesse do seu apoio e participação no governo Arruda - foi denunciado agora pelo delator do esquema, ex-secretário Durval Barbosa, como um dos beneficiários das práticas de Arruda.

Vice-presidente nos dois governos FHC/Serra, o senador Marco Maciel (DEM-PE) até foi cortejado no fim de semana por Serra, no Recife, para ser seu vice, mas fingiu que não era com ele e continuou candidato à reeleição. A curiosidade agora é saber o que os demo natimortos vão fazer: fundir-se ao PSDB, ou mudar de nome como já fizeram tantes vezes antes quando rejeitados pelos eleitores? São DEMOCRATAS agora, mas já foram PFL, Frente Liberal, PDS, ARENA,UDN...

Foto: Valter Campanato/ABr

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