SEMINÁRIO SOBRE DESERTIFICAÇÃO




Apresentação

A desertificação é um problema de alcance planetário e um processo que se distingue de fenômenos similares que acontecem em outras regiões do mundo, por ocorrer em condições climáticas naturais adversas, reguladas pelo índice de aridez, associadas a aspectos biofísicos e ações antrópicas.
Dentre as causas disparadoras de processos de desertificação estão: o extrativismo vegetal e mineral, o desmatamento desordenado, as queimadas, o sobrepastoreio, o uso intensivo e extensivo do solo para a agricultura, sem adoção de boas práticas de manejo do solo, e a salinização pela expansão de áreas irrigadas, tecnicamente mal manejadas. A desertificação atinge 33% da superfície do planeta e cerca de 22% da produção mundial de alimentos são oriundos de áreas susceptíveis.

Estima-se que as perdas econômicas em decorrência desse processo podem chegar a R$ 5,6 bilhões por ano no Brasil. O fenômeno afeta negativamente os recursos naturais limitados de solo, água e vegetação, e um contingente de pessoas em condições de alta vulnerabilidade socioeconômica. As áreas atingidas abrigam mais de 2,6 bilhões de pessoas, 42% da população mundial.

A conjunção desses fatores leva as populações a um estado de extrema pobreza, fazendo com que
se estabeleça à migração intensa na busca de condições mais favoráveis de sobrevivência. Essas pessoas são chamadas de “refugiados ambientais”. Entre 1991 e 2000, cerca de 1 milhão em todo o mundo deixaram as áreas rurais susceptíveis à desertificação em direção aos grandes centros urbanos. As zonas áridas representam aproximadamente 25% da América Latina, concentram 28% da população dessa região e grande parte dela está em processo de desertificação.

O reconhecimento da emergência do tema em escala mundial levou a comunidade internacional a negociar um instrumento jurídico que é a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), homologada há 12 anos.

A UNCCD continua contribuindo com os aspectos científicos e técnicos no combate à desertificação; fato refletido nos documentos e anexos sobre as obrigações dos Países Partes afetados a exemplo das descritas abaixo:

1.fortalecer as redes de cooperação técnica e sistemas de informação nacionais, sub-regionais e regionais, assim como integrar as fontes mundiais de informação;
2.elaborar um inventário de tecnologias disponíveis e conhecimentos, promovendo sua difusão e aplicação;
3.fomentar a utilização de tecnologias, conhecimentos, experiências e boas práticas tradicionais;
4.determinar os requerimentos de transferência de tecnologias;
5.promover o desenvolvimento, a adaptação, a adoção e a transferência de tecnologias existentes e novas tecnologias ambientalmente racionais.

Em cumprimento aos acordos internacionais pactuados, A UNCCD, o Governo do Brasil (CTC/SEDR/MMA), em parceria com o Governo do Estado da Bahia, por meio do Instituto De Gestão Das Águas E Clima, autarquia da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INGÁ/Sema), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia da Bahia promoveu o I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESPECIALISTAS EM COMBATE À DESERTIFICAÇÃO DA REGIÃO DA AMÉRICA LATINA, em julho de 2008, em Salvador-Bahia/Brasil.

O evento teve como objetivos mobilizar e articular a comunidade cientifica Latino-americana, conheçer o estado da arte sobre pesquisas geradas, tecnologias e experiências referência, para melhorar a efetividade na formulação e implementação de estratégias e políticas públicas de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca na América Latina com o aporte de conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis,bem como identificar e priorizar linhas de pesquisas aplicadas complementares, necessárias apoiar à implementação Programas e Projetos de combate à desertificação.

Fonte: Site do Ingá

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