LULA: POPULARIDADE EM ALTA



Avaliação do governo é a maior desde início da pesquisa CNT/Sensus

A avaliação positiva de 57,5% do governo Luiz Inácio Lula da Silva, registrada pela pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira (28), é a mais alta desde que a sondagem começou a ser realizada, em setembro de 1998. O segundo melhor índice registrado pela pesquisa foi do próprio Lula, em janeiro de 2003, quando o governo petista recebeu o apoio de 56,6% da população --mês em que foi empossado no cargo.

O melhor índice registrado pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi de 32% de aprovação --registrado em dezembro de 1998. O tucano também contabilizou o pior índice na série histórica da pesquisa em setembro de 1999, quando seu governo foi rejeitado por 65% dos entrevistados. Na época, o ex-presidente enfrentou sucessivas crises econômicas internacionais, como a asiática e a russa, que se desenvolveram entre 1997 e 1999.

Na pesquisa divulgada hoje, 57,5% avaliaram o governo Lula como positivo. Na pesquisa anterior, realizada em fevereiro passado, 52,7% consideraram o governo do petista positivo. Desta vez, apenas 11,3% dos entrevistados avaliaram o governo como negativo, contra outros 29,6% que o consideram regular.

A avaliação pessoal do presidente Lula também subiu de 66,8% para 69,3% de fevereiro a abril deste ano. Somente 26,1% desaprovaram o presidente, enquanto 4,7% não responderam. Os índices de popularidade de Lula só perderam, em abril de 2008, para as avaliações de sua popularidade registradas em 2003 --o ano em que foi empossado no cargo --quando obteve 83% de aprovação.

Programas sociais e economia

O diretor da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), Clésio Andrade, disse que o bom desempenho do governo Lula pode ser atribuído ao crescimento da economia, geração de empregos e programas sociais implantados pela Presidência da República.

"Há também a boa movimentação do presidente, seu discurso popular com a divulgação do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. O presidente consegue capitalizar bem suas políticas. Dá a sensação de um governo eficiente", afirmou.

A opinião de Andrade é compartilhada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele atribuiu a aprovação obtida pelo presidente Lula à série de ações feitas pelo seu governo nos mais de cinco anos de mandato. "Naturalmente, a população analisa qualquer governo pela experiência cotidiana. A geração de empregos, distribuição de renda, bem como os investimentos feitos na educação, fazem com que a vida das pessoas tenha melhorado nos últimos anos", disse Chinaglia. "Isso se reflete no comércio, no consumo e na popularidade", completou.

A oposição também vê nos programas sociais o grande trunfo do governo. Mas tenta minimizar o impacto da pesquisa. Para o DEM, PSDB, PPS e PSOL, os entrevistados foram influenciados pela intensa agenda de Lula nos últimos meses e também por uma espécie de campanha de seus aliados em favor da extensão do governo --o terceiro mandato.

O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que "há uma confusão na cabeça das pessoas" entre aspectos positivos causados pelo cenário econômico internacional e ações do governo. Segundo ele, essa confusão também colabora para que muitos apóiem o terceiro mandato.

"Essas duas avaliações, mostradas na pesquisa, já eram esperadas. O presidente Lula gasta a maior parte de seu tempo destacando o que faz no governo", afirmou Maia à Folha Online. Da mesma maneira pensa o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). Para Aníbal, os entrevistados avaliaram o governo federal a partir do que ocorreu nos últimos dois meses e os atos públicos de Lula. "Nos últimos dois meses, o presidente Lula faz 'campanha' de segunda a segunda-feira e transformou o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] em remédio para tudo, um verdadeiro absurdo", disse Aníbal.

Terceiro mandato

Diante de um cenário favorável a Lula, a pesquisa também mostra que a maioria dos brasileiros apóia um terceiro mandato ao atual presidente. Entre os entrevistados, 50,4% são favoráveis a mais um mandato para o petista, enquanto 45,4% se mostraram contrários à permanência de Lula no poder.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou menos, o que aproxima os dois índices --embora a aprovação ao terceiro mandato seja maior.

"Tecnicamente, temos um empate. Mas é muito expressivo o apoio ao terceiro mandato do presidente Lula", disse o diretor do instituto Sensus, Ricardo Guedes.

Para Chinaglia, não é tentador o fato de a pesquisa CNT/Sensus apontar que 50,4% da população é favorável a Lula concorrer em 2010. "Isso é resultado do quadro de satisfação com o presidente e as pessoas tendem a pensar que isso continue. Sou contrário a um terceiro mandato, como fui contrário à reeleição e, para mim, não é tentador, pois temos de pensar na estruturação de poderes e a rotatividade é fundamental para a democracia", disse Chinaglia.

O presidente da Câmara considerou ainda que a queda do governador de São Paulo, José Serra (PSDB) e o crescimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na pesquisa de intenção de votos feita pela CNT/Sensus são "fotografias de um momento que não podem ser avaliadas sem que o filme inteiro seja visto". Para Chinaglia, o apoio explícito do presidente e uma ampla exposição na mídia fizerem com que Dilma fosse mais conhecida. "Com referência à queda do governador Serra, isso não tira a grande força dele nem agora e nem de ser um dos protagonistas principais da política nacional e fatalmente da eleição", concluiu.

Da redação,
com agências

Comentários

Ola..boa tarde...
Acabei de ler no seu bloog essa noticia sobre a popularidade do presidente Lula. Quero saber se voce tem informação em quantas e quais cidades foi feita essa pesquisa e o numero de pessoas que deram opinião.

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