ESPECIAL

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE GUANAMBI: CIDADE PÓLO DO SERTÃO PRODUTIVO (PARTE II)

CENÁRIOS E REALIDADE ECONÔMICA

O Panorama da Economia de Guanambi e da região

Aspectos históricos da formação econômica da cidade e região

O CICLO DO GADO:
o povoamento do sertão baiano ocorreu no período colonial onde o governo português enviou expedições oficiais, chamadas de entradas com a finalidade de conhecer o território e explorar suas riquezas. A pecuária representou importantíssimo papel no contexto da sociedade e da economia do sertão. O Rio São Francisco ficou conhecido com o Rio dos Currais. A caatinga nordestina era uma das áreas de criação de gado que fornecia à população da Colônia não apenas o alimento fundamental representada pela carne, mas também a força motriz para os engenhos, o couro com suas múltiplas utilidades e os animais para transporte para as zonas agrícolas e mineradoras.

A pecuária do sertão fornecia a carne-seca, favorecida pelo clima quente e a existência de salinas – época do sal. A comercialização desse tipo de carne veio a solucionar o problema da conservação do produto, vencendo as barreiras das longas distâncias e dos precários meios de transportes. Entre os subprodutos do boi, destacou-se o comércio do couro, na chamada época do couro. Historicamente o território Sertão Produtivo cresceu e se desenvolveu baseada no ciclo do gado e a agricultura de subsistência, sendo fatores fundamentais e importantes no processo de formação econômica de Guanambi e da região, que contribuiu enormemente para o processo de ocupação e expansão do sertão, conforme mapa (ANEXO I). Localizada estrategicamente em uma área de entroncamento, a cidade foi uma das rotas do comércio regional, através dos caixeiros viajantes e dos mascates. O peso econômico de Guanambi no contexto regional está associado à sua localização privilegiada como principal entreposto comercial da região da Serra Geral que teve como fator importante, a decisão política dos gestores da época, de realizar a feira livre no dia de segunda-feira, credenciando o município no processo de desenvolvimento do comércio e ampliando a sua área de influência e de principal cidade pólo da região.

O povoamento de Guanambi começou por volta de 1870 (século XIX), nas margens do Rio Carnaíba de Dentro, com a doação de terras feitas por Joaquim Dias Guimarães, para a construção de uma capela para o padroeiro da cidade – Santo Antônio (ANEXO II). A cidade cresceu e expandiu fruto da abnegação de famílias de desbravadores como os Dias, os Pereira, os Costa, os Guimarães, os Castro que se espalharam por toda a região. O Gentio (atual Ceraíma) foi um dos grandes celeiros de produção agrícola da cidade.

A exploração agrícola e a pecuária contribuíram enormemente para o crescimento e o desenvolvimento econômico do município. Pela lei provincial nº 1.779, de 23 de junho de 1880, foi criado o distrito de Paz de Beija-Flor, pertencente à comarca de Monte Alto. Em 1919, o arraial de Beija-Flor é elevado à categoria de vila pela Lei Estadual Nº 1.364, que criou o município de Guanambi, desmembrado de Palmas de Monte Alto. Também foram criados os distritos de Ceraíma, Mutans, Morrinhos e Mucambo (atual Candiba).

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