O PCdoB É O MEIO AMBIENTE



PCdoB discute agressão so capital ao meio ambiente

Meio ambiente é tema de reunião do PCdoB dia 29

Preocupado em criar uma política ambiental própria, o PCdoB pretende realizar, em breve, um seminário sobre o assunto. Nesta semana, dia 29, quinta-feira, uma reunião preparatória para o evento irá acontecer em Brasília. Liderada pelos secretários nacionais de Meio Ambiente do partido, Aldo Arantes, e de Formação, Adalberto Monteiro, a reunião terá a participação de dirigentes comunistas que irão discutir a formatação do evento e a proposta de documento que irá nortear as discussões a respeito.

PCdoB discute agressão do capital ao meio ambiente A proposta de documento-base que servirá para o debate começa delineando o atual cenário ambiental. “O meio ambiente tem sofrido as conseqüências da produção capitalista, acentuadamente na forma atual em que a desregulamentação, a predominância das regras do “mercado”, isto é, do capital, e a globalização neoliberal são hegemônicas, trazendo uma série de conseqüências danosas à natureza, entre as quais o agravamento do efeito estufa”.

Além de procurar traçar um panorama mundial da questão ambiental, o texto procura mostrar, em 52 pontos, o a relação entre meio ambiente e desenvolvimento – e, no caso brasileiro, com um projeto nacional – além da ligação entre marxismo e meio ambiente. No 11º Congresso do PCdoB, o tema ganhou mais relevo e foi com base nessa posição mais afinada com questão ambiental que o partido resolveu aprofundar a discussão sobre o assunto. Na resolução do congresso, o partido ressalta que, somada ao formato do sistema capitalista, “a destruição da natureza decorrente de sua exploração desordenada e não sustentável colocam em risco o futuro ecológico do planeta. O desenvolvimento atual, sem levar em contra a preservação ambiental, vem provocando o esquentamento da Terra, através do efeito estufa, que tem trazido sérias alterações climáticas e graves problemas para o futuro da humanidade”.

Em outra parte, a resolução afirma: “a questão da preservação ambiental é também parte destacada de um projeto nacional avançado. Não se trata, pois de insistir no trato dado ao problema em tempos passados, mas de buscar uma nova relação entre desenvolvimento e meio ambiente”.

Apesar da defesa ecológica, o texto produzido para a reunião denuncia a usual “ideologia ambientalista”, que acaba fazendo da questão mais um fator de aprofundamento das assimetrias que dividem o mundo entre nações ricas e pobres, uma vez que propõe restrições ao desenvolvimento dos países emergentes, enquanto as nações mais poderosas permanecem em seu ritmo normal de crescimento. “É em torno desta ideologia ambientalista que proliferam muitas organizações ambientalistas nos países em desenvolvimento, onde acabam se tornando em instrumentos e correias de transmissão de interesses imperialistas nessa questão”, explica o texto.

No caso do Brasil, é preciso que o país se desenvolva, gerando riquezas e empregos, como forma de se diminuir o abismo social brasileiro. Todavia, ressalta o texto, “o desenvolvimento a qualquer preço, sob a alegação de que o País necessita crescer, não conta com o respaldo do PCdoB. Também não conta com o nosso apoio uma defesa do meio ambiente que seja entrave ao desenvolvimento do país. Para o PCdoB a solução estrutural deste problema só virá com a adoção de um novo sistema social, o socialismo renovado. Todavia, temos que dar passos para chegar lá. E, como já dizia Lênin o caminho mais curto para o socialismo é aprofundar o processo democrático”. E continua: “o nosso caminho é aprofundar o processo de mudanças democráticas que está em curso no País aprofundando o Projeto Nacional de Desenvolvimento que gere emprego, valorize o trabalho, a nossa cultura e preserve o meio ambiente”.

Ao tratar da relação entre meio ambiente e marxismo, o texto recorda passagem de Marx em O Capital: “Do ponto de vista de uma formação econômica superior, a propriedade privada de certos indivíduos sobre o globo terrestre parecerá tão absurda quanto a propriedade privada sobre outro indivíduo. Mesmo uma sociedade inteira, uma nação, mesmo todas as sociedades coesas em conjunto não são proprietárias da Terra. São apenas possuidoras, usufrutuárias dela, e como boni patres familias devem legá-la melhorada às gerações posteriores”. Com o capitalismo ocorre exatamente o contrário. As gerações presentes deixam para o futuro uma natureza gravemente deteriorada.

A reunião preparatória para o seminário, que deverá ser realizado no primeiro semestre de 2008, acontece a partir das 9 h da manhã, no salão de eventos Samba, do Sonesta Hotel (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 05, Bloco “B” , Brasília). Os convocados interessados em obter maiores informações devem entrar em contato com o partido pelo telefone (61) 3327-9736.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte

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