BLOCO DE ESQUERDA PROMOVE ATO EM BRASÍLIA PARA LANÇAR PROGRAMA COMUM

O ato ''singelo e simples'', como definiu o presidente do PDT, ministro Carlos Lupi, no lançamento do programa comum do Bloco parlamentar de Esquerda, reuniu, na tarde desta quarta-feira (20), no auditório da sede do PDT, em Brasília, parlamentares, dirigentes e filiados dos seis partidos que compõem o bloco - PSB, PDT, PCdoB, PMN, PRB e PHS.

Renato lembrou que o Bloco vai além do parlamento. ''Estamos no caminho certo e temos que ter a certeza de que cuidar desse bloco é cuidar do futuro do Brasil''. As palavras de encerramento do discurso do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, foi aplaudido pela platéia que lotou o auditório.

Campos, que chegou atrasado ao evento, foi recebido de pé pelos demais componentes da mesa e com aplausos da platéia. Ele definiu o evento como ''momento importante para o bloco em que anunciamos para a sociedade brasileira o que nos une''. Ele destacou que o bloco é formado por todos os matizes da formação da esquerda do nosso país e citou os nomes de João Amazonas, Leonel Brizola e Miguel Arraes como ''forças envolvidas ao longo desse processo crescente a histórico ao lado das melhores causas na construção da nossa nação e da soberania do nosso país''.

Ocupando espaço

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, o primeiro a falar e o que fez o discurso mais extenso, destacou o valor simbólico do ato, que trata do início da construção de ''uma identidade, uma fisionomia de uma frente de esquerda em nosso pais'', afirmou.

O líder comunista falou que o bloco, que começa na Câmara com o bloco parlamentar, vai além. ''É um bloco que tem uma contextura política levando em conta o espectro político nacional. Não há espaço vazio no processo político e as forças políticas que tem sua representação no campo da esquerda ocupam esse lugar para melhor representar os interesses políticos e sociais que compõem esse campo de esquerda''.

Renato afastou a idéia de que o programa mínimo do Bloco de Esquerda estaria em desacordo com o programa do segundo mandato do governo Lula. ''(O programa) não cai em contradição com o programa do segundo governo Lula. Vai além, expressa também os programas de partidos que constituem esse bloco''.

O programa destaca a importância do desenvolvimento sobretudo levando em conta investimentos em infra-estrutura. Outra questão que permeia o programa é a educação - de qualidade e universal - levando em conta a educação básica e fundamental. A terceira questão, nas palavras de Renato Rabelo, é que ''sem o desenvolvimento científico e tecnológico não alcançaremos esse desenvolvimento atual e moderno''.

Outro ponto do programa destacado por Renato Rabelo foi a defesa da integração do continente, principalmente da América do Sul, ''porque faz parte do contexto do desenvolvimento nacional'', afirmou.

Apesar da leitura do todo o texto do programa feito por Carlos Lupi na abertura do evento, coube a Renato Rabelo fazer a análise dos pontos defendidos pelo Bloco. ''Nos une esse grande esforço para construção de um projeto nacional de desenvolvimento'', disse detalhando a proposta de alcançar um crescimento de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) e 25% de investimentos públicos e privados. Segundo ele, ''esses são pontos fundamentais que norteiam a elaboração desse programa''.

Eleições 2008 e 2010

Renato Rabelo falou também sobre o papel que o Bloco pretende exercer nas eleições que se aproximam. ''O bloco pode exercer papel político grande e decisivo para os destinos do nosso país. Os processos eleitorais de 2008 e 2010 tem que levar em conta a formação desse bloco''. A declaração fez a platéia reagir com aplausos. Para Rabelo, na formação das alianças nos estados deve ser considerada a existência do bloco.

''O bloco de esquerda é uma necessidade objetiva para responder os anseios das forças avançadas do nosso país'', disse o presidente do PCdoB, criticando a formação do bloco PT-PMDB: ''O Blocão é conveniência''.

Importância dos partidos

Como representante das mulheres, apontada pela senadora Patrícia Sabóia (PSB-CE), a ex-deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falou sobre a importância de militância nos partidos políticos ''porque é o fórum que aprendemos coletivamente a formar cidadãos que pensam, transformam, militam, formam opinião e conduzem a sociedade para processos transformadores maiores''.

Para Jandira, ''é importante para o Brasil que esse exercício de força e aliança ampla pela esquerda possa se consolidar e dê exemplo à luta política brasileira; que caminhe programaticamente e propicie êxito eleitoralmente e a gente consiga não só sustentar o governo, mas, junto com movimentos sociais, dar saltos maiores''.

Bandeira da educação

O presidente do PHS, Paulo Roberto Matos, o único dos presidentes dos três menores partidos do Bloco a falar, disse que o grande desafio na formação do Bloco é sair do simbolismo e partir para ação para mudar esse País, acrescentando que ''temos força e podemos fazer diferença no Brasil''.

O segundo desafio, segundo ele ainda, é ''pegar a bandeira da educação de base para mudar o país''. Matos também alertou para um acompanhamento das relações entre os partidos nos estados para evitar cisões.

Em resposta a preocupação de Matos, Eduardo Campos disse que deve existir essa preocupação com os problemas regionais entre os partidos, ''porque não podemos deixar que problemas locais nos faça desperdiçar a oportunidade histórica dessas forças estarem reunidas e coesas em torno da construção do Brasil''.

Campos, como os demais oradores, fez a defesa da resistência aos problemas para manter a união do Bloco. ''Vamos trabalhar para manter as forças juntas e ter consciência da importância do governo presidente Lula ter êxito e ser esta força que puxa ele à esquerda''. Mais uma vez a fala de Eduardo Campos produziu aplausos entusiasmados na platéia.

Resposta aos críticos

Ele refutou as criticas ''dos que chamam o bloco de bloquinho'', dizendo que ''estamos vacinados porque temos clareza do que nos une e para onde estamos indo, dando grande contribuição para a política brasileira''. Campos enviou recado para o PT, dizendo que ''o Bloco não é contra qualquer força política do nosso campo, não tem exclusivismo da verdade e não quer isolar força política''.

Para o presidente do PSB, ''o Bloco quer expressar a força do pensamento que representamos e das urnas pela sua representatividade'', acrescentando que as outras forças ''devem levar em conta a nossa força e respeitar o que representamos''.

Ao encerrar o evento, Lupi, como anfitrião do evento, também fez referência ao PT. ''Não estamos excluindo ninguém. Estamos de coração e portas abertas para quem quiser comungar de uma linha de pensamento político do Brasil''. Para ele, em palavras breves, a consolidação do Bloco é ''um exercício de inteligência e crescimento''.

O ministro Sérgio Resende, de passagem pelo evento para o ato de sanção do Fundeb (Fundo de Educação Básica) no Palácio do Planalto, fez questão de falar, fugindo ao esquema definido de que só usariam a palavra os presidentes dos partidos.

Ele destacou que o pilar do programa comum do Bloco é a educação, ciência e tecnologia, o que reúne condições para o país se desenvolver. E destacou a reunião dos partidos que têm como bandeira de luta em sua trajetória a defesa da educação, destacando a atuação de Brizola e Darci Ribeiro do PDT; a atuação dos jovens do movimento estudantil do PCdoB e a formação por intelectuais do PSB.

Íntegra do Programa Comum do Bloco de Esquerda

De Brasília
Márcia Xavier
Fonte: Portal Vermelho do PCdoB

Comentários

Anônimo disse…
O bloco de partidos historicamente de esquerda no Brasil, como maior expoente o PCdoB, o percussor do movimento esquerdista no Brasil, luta esta que custou a vida de bravos heróis da causa democrática e da luta contra o autoritarismo político no Brasil, homens valorosos que desde Antonio Martinez, Maurício Grabois a João Amazonas, enfim vários cidadãos valorosos que sacrificaram suas vidas em prol de uma causa, o que hoje felizmente até existe, mas com raridade,dos que fazem política com ideologia. A grandesa do ser humano que sacrifica a comodidade familiar, certo confortos para ir para a estrada, numa árdua jornada merece o nosso respeito e lembrança. Noto que é este espírito de luta que os partidos historicamente que defenderam causas comuns às causas do povo e sociedade tipicamente menos favorecida, espírito este que esta impulsionando este movimento de coalizão esquerdista nacional. O Brasil, em minha opinião passa na área econômica, social e de política externa, a sua melhor fase, o que propicia a aplicabilidade destas metas, umas de curta e outras de longo prazo, mas que devem ser postas em prática e que este sentimento de longevidade política permeie estes partidos para que cobrem aos governos que virão a aplicação destes projetos tão fundamentais para que o Brasil entre de vez o bloco não mais no bloco de emergente, mas de liderança mundial em vários aspectos. Uma prova que este sentimento de longevidade aplicativa já faz parte do governo federal é que esta semana foi criada a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência da República, que terá como secretário o Brasileiro Roberto Mangabeira Unger, que anos lecionava em Harvard, mais respeitada Faculdade dos Estados Unidos, pode parecer pouco, ou somente mais uma secretaria, mas o pensamento estratégico de longo prazo já toma conta das ments dos grandes pensadores do governo, e este levante dos partidos da frente esquerdista do Brasil é outra boa ocorr^encia, pois não estão pensando que a forma de governar é apenas as de 2 em 2 ou até a próxima eleição, como muitos governos fazem loucuras para se reeleger, sem compromisso nenhum com o futuro. Esta iniciativa do governo Federal e dos partidos já é a meu ver, é uma mudança de mentalidade de parte da classe política brasileira, uma filosofia de responsabilidade política e de compromisso com as gerações futuras e não somente o sentimento hedonista partidário.

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