BAHIA ECONÔMICA: CLÁUDIO PEIXOTO – ESTRATÉGIA DE LONGO PRAZO PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA BAHIA

 


João Paulo


A Bahia está diante da oportunidade de transformar o seu panorama econômico e social e planejar o futuro no longo prazo. A visão de desenvolvimento construída para o estado, com ampla participação da sociedade no PDI – Plano de Desenvolvimento Integrado – Bahia 2035, está em fase de atualização, superada a etapa de produção de cenários prospectivos para o ano de 2050.

A conjuntura atual é favorável pela retomada do planejamento governamental no Brasil (recriação do Ministério do Planejamento e Orçamento), e os investimentos previstos nos programas federais, além da capacidade de endividamento do estado que permite a captação de recursos externos para execução de projetos estratégicos nas áreas de mobilidade urbana, infraestrutura, logística de transporte, recursos hídricos, meio ambiente e inclusão socioprodutiva.

Nesse contexto, uma Nova Bahia surge conectada com o mundo e se destaca pelo protagonismo e o trabalho incansável realizado sob a liderança do governador Jerônimo Rodrigues, com o apoio do Governo Federal e do presidente Lula. Dona de uma rica cadeia de valores culturais e ativos ambientais, que alia a diversidade de biomas (Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga) com a maior extensão de costa do país (cerca de 1.200 km), e ainda uma localização geográfica privilegiada no hemisfério sul, a Bahia projeta um estado moderno, justo e solidário, mesmo diante das incertezas do cenário internacional.

A construção de um ambiente propício aos negócios é essencial para o aumento da participação do maior PIB do Nordeste na economia brasileira, que passa pelo incremento do comércio exterior, principalmente, das exportações das riquezas produzidas nos Territórios de Identidade da Bahia, a exemplo dos grãos, minerais e produtos manufaturados, elevando a capacidade operacional dos portos da Baía de Todos os Santos, com destaque para o Porto de Salvador.

Com esse objetivo, em um esforço coletivo da gestão estadual, está sendo elaborado o Plano Ferroviário da Bahia, envolvendo as secretarias do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, através da SEI e da CBPM. Os conceitos de plataforma multimodal de transporte, nós logísticos e fluxos de carga geral, estudados com a consultoria da Fundação Dom Cabral, são valores estratégicos essenciais à competitividade da economia baiana e, consequentemente, à redução das assimetrias entre os territórios.

O Plano Ferroviário trilha um novo caminho, resgatando parte importante do passado, ao projetar uma nova rede de ferrovias integrada por duas malhas que cruzam o estado (Fico/Fiol e Ferrovia Centro Atlântica), para conectar os principais centros de produção e consumo e facilitar o acesso aos portos e mercados externos. Um instrumento que irá se somar aos esforços do governo estadual na construção de um estado que reduza as desigualdades, expandindo setores-chave, como o da nova indústria automotiva (greentech), da agricultura, energia renovável e mineração.

Esses setores representam não apenas oportunidades no cenário global da neoindustrialização, mas também a chance de construirmos uma economia sustentável para o futuro, acelerando o processo de descarbonização. Além disso, o esforço realizado pela gestão estadual, ao priorizar os recursos orçamentários na área social, é crucial para garantir a qualidade de vida da população baiana, com foco na qualificação dos sistemas de educação, saúde e segurança e a valorização profissional. Assim como a conectividade digital dos serviços públicos desempenha um papel fundamental para uma Bahia mais eficiente e inclusiva.

Nesse sentido, a aposta para o futuro da Bahia, que consolida o desenvolvimento com o viés da inclusão, para além da ampliação/diversificação da produção dos setores industrial e agropecuário, está relacionada a um salto de qualidade nas áreas da infraestrutura, ciência e tecnologia e serviços. A necessária integração entre os sistemas de ferrovias, rodovias, hidrovias e portos e as redes de energia e internet, deve ser pensada como uma estratégia para tornar o estado referência em logística – um grande hub logístico – formado por polos regionais integrados de transporte, armazenagem e distribuição.

A construção dessa Nova Bahia, que vem mobilizando diversos atores políticos e sociais, sob a batuta do governador Jerônimo, deve ser uma responsabilidade compartilhada de forma ativa e democrática, em busca da efetividade das políticas públicas. Seja no planejamento dos 47 programas temáticos de governo (PPA 2024-2027), assim como nos nove programas especiais, que se configuram através da transversalidade de diversos temas de políticas públicas, com destaque para o Bahia Sem Fome, Bahia Pela Paz, Bahia Ancestral e Bahia Mais Verde. Para garantir a transparência e o controle social das ações é essencial a participação de todos os atores, por meio do diálogo permanente nos conselhos e colegiados e a realização de conferências e plenárias, além do engajamento dos entes públicos e das entidades do setor privado e da sociedade, para transformar essa visão em realidade.

Cláudio Peixoto – Secretário do Planejamento do Estado da Bahia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trecho do Livro do Padre João Baptista Zecchin: O Ipê e o Amigo