A TARDE - EXCLUSIVO: AtlasIntel indica nova virada histórica nas eleições da Bahia
Diferença entre ACM Neto e Jerônimo é de apenas 7
pontos, diz pesquisa
Autor: Dante Nascimento
Apenas sete pontos percentuais separam os
pré-candidatos ao Governo da Bahia ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues
(PT). É o que revela a primeira pesquisa eleitoral da AtlasIntel sobre cenário
baiano, contratada pelo Grupo A TARDE. A distância pode ser ainda menor considerando que a margem de erro é
de 2 pontos percentuais.
O ex-prefeito de Salvador tem
39,7% das intenções de votos, seguido de perto pelo petista, com 32,6%. João
Roma (PL) aparece em terceiro lugar, com 10,5%. Kleber Rosa (PSOL) e Giovani
Damico (PCB) obtiveram, respectivamente, 2,1% e 0,2% da preferência. Votos
brancos e nulos somaram 6,8%. Já os entrevistados que não souberam responder
representam 8,2%.
O questionário aplicado pela
AtlasIntel foi feito de forma estimulada, quando são mostrados os nomes dos
pré-candidatos. A proximidade entre Neto e Jerônimo pode ser explicada, segundo
o CEO da empresa, o cientista político Andrei Roman, pelo fato de a pesquisa
apresentar o partido de cada político.
“Jerônimo tem um desempenho
bastante estimulado pela transferência de votos do Lula e do Rui Costa, duas
figuras políticas com muito boa aprovação na Bahia. Ocorre uma associação
direta ao PT. Ele [Jerônimo] é menos conhecido do que ACM Neto, por exemplo.
Mas você saber que ele é do PT ou não pode fazer uma diferença maior do que
para o ACM Neto você saber se ele é ou não do União Brasil, porque o PT tem um
nível de preferência partidária que o União Brasil não tem”, explica Roman.
Por outro lado, ele avalia
que ACM Neto pode se beneficiar pelo “voto útil” dos eleitores de Bolsonaro.
“Por mais que João Roma esteja mais alinhado com Bolsonaro, ele não consegue
ser associado diretamente a Bolsonaro por causa do nome do partido, que não é
conhecido. Então, essa rivalidade entre o grupo de Neto e o PT pode fazer os
eleitores bolsonaristas, do ponto de vista estratégico, enxergarem mais chances
de Neto se eleger governador”.
Roman acrescenta que a
eleição ao Governo da Bahia guarda diferentes motivações em relação ao plano
nacional. “É bastante interessante no contexto da Bahia, diferente de outros
estados, porque estamos falando não tanto de uma briga de rejeições. No caso
nacional, entre Lula e Bolsonaro quem tiver menos rejeição vai ganhar. Mas, no
caso da Bahia, é mais uma briga de níveis altos de aprovação. ACM Neto tem uma
boa imagem, é conhecido e o fato de ter uma rejeição baixa é muito bom para
ele. Mas o Rui Costa e o Lula também têm uma boa imagem e vão tentar ao longo
da campanha transferir votos para o Jerônimo. Nesse processo, a tendência é
essa transferência andar bem e Jerônimo crescer cada vez mais”, pondera.
Segundo turno
A pesquisa também fez uma
simulação de segundo turno entre os três pré-candidatos mais bem colocados. Num
primeiro cenário, Neto venceria Jerônimo por 47% a 33,7%. Contra Roma, a
diferença seria maior, de 51,5% a 17%. No terceiro cenário, entre Jerônimo e Roma,
a pesquisa aponta vitória do petista, com 40,7%, contra 19,7% dos votos de
Roma.
Na avaliação do CEO da
AtlasIntel, ACM Neto tem uma grande vantagem, mas não a maioria dos
eleitores. “É um vantagem construída com alto nível de indecisos. No
momento em que esses indecisos vão se decidindo pela frente, essa vantagem que
ele tem pode se manter, se ele fizer uma excelente campanha, ou pode diminuir.
Eu diria que, mesmo ele fazendo uma bela campanha, a tendência é essa vantagem
diminuir por conta desse nível muito grande de desconhecimento dos outros
candidatos. Então, provavelmente, o que a gente vai ver é uma diminuição dele
tanto no primeiro quanto num eventual segundo turno. Mas, é muito importante
pontuar que ele tem amplo espaço para continuar na frente mesmo que os outros
candidatos melhorem o desempenho”, destaca.
O AtlasIntel também sondou os
eleitores sobre a disputa presidencial. O pré-candidato do PT, Luiz
Inácio Lula da Silva, vence com folga na Bahia, com 64,8% dos votos, contra
23,1% que preferem o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A hegemonia de
Lula na Bahia deve se manter. Ele deve vencer no estado com uma grande
diferença de votos para Bolsonaro. Agora, o eleitor que compõe com Neto tem
chance maior de mudar de voto de Lula para Bolsonaro. Do mesmo jeito que Lula
ajuda o Jerônimo, o ACM Neto pode ajudar o Bolsonaro. Mas, provavelmente, o
Lula ajuda mais o Jerônimo porque a rejeição de Bolsonaro é muito maior”,
avalia Roman.
Na terceira posição da
disputa pela presidência da República aparece Ciro Gomes (PDT), com 4,1%;
seguido por Pablo Marçal (PROS), com 2,3%; Simone Tebet (MDB), 2,1%; André
Janones (Avante), 1,1%. Já Sofia Manzano (PCB) e Felipe d’Avila (Novo)
obtiveram apenas 0,5% das intenções de voto. Luciano Bivar (União Brasil), José
Maria Eymael (Democracia Cristã), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e Vera
Lúcia (PSTU) não pontuaram. Votos brancos e nulos somaram 0,9%. As pessoas que
não souberam responder são 0,6%.
Senado
Já a corrida eleitoral pelo
Senado é liderada por Otto Alencar (PSD), com 31,9% da preferência do eleitor,
seguido por Raíssa Soares (PL), que tem 15,8%. Em terceiro lugar está Cacá Leão
(PP), que obteve 5,8%, quase a mesma porcentagem conquistada por Tâmara Azevedo
(PSOL), que foi de 5,7%. Na quinta posição, Marcelo Nilo (Republicanos) somou
3,3%. Votos brancos e nulos foram 14,3%. Aqueles que não souberam responder
representam 23,3%.
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