INAUGURAÇÃO DO BUSTO DE ANTÔNIO PRIMO COSTA
ANTÔNIO PRIMO COSTA
Um homem para ser bom não precisa ser perfeito. Basta que tenha um bom coração. Basta que sinta a necessidade do outro e se disponha a socorrê-lo. Basta que amargue as dores do mundo, sem culpar a quem o rodeia. Que saiba discernir entre o passo a tomar, a dor a ficar, a mágoa a apagar. Basta que saiba ver o outro, sem se sentir superior a ele. Não ter respostas prontas aos desafios, mas ter a disposição para vencê-los. Saber que o trabalho é o único caminho da dignidade e por ele caminhar, sem medo, sem cansaço, sem limites. Entender o que é gerar e criar. Doar de si o melhor para isso. Realizar o convívio, harmonizar o possível, seguir em frente. Esperar da vida, fazendo-a. Oportunizar o amparo, ser filho, irmão, pai, amigo, sem ser melhor que ninguém. Apenas sendo-o. Transformar a sua existência em algo produtivo, seja de riqueza, seja de substância interior, afinal não se leva nada , senão o que se acumulou tentando isso realizar. Às vezes, simplesmente sendo assim, se constrói uma cidade. Acho que estamos diante de um homem dessa envergadura. Antonio Primo Costa não foi mais importante que nenhum importante cidadão da cidade de Guanambi. Foi mais um. Mas o que foi, serviu de exemplo para muitos, para tantos, que a necessidade e a satisfação maior de todos era saber que ele existia. Saber que se tinha, nesse local, nessa cidade que nascia, alguém em quem confiar. Que havia um homem que não precisava ser procurado para receber a sua ajuda, pois seus olhos atentos, sua visão acurada, sua sensibilidade profunda para as necessidades do seu semelhante, sua mão sempre amiga, antecipavam a providência e o socorro, saciando a fome dos que a tinham, o pouso para os viajantes, a informação segura sobre tudo que a região produzisse, para quantos, de todos os cantos do país, dela necessitassem, para consolidar um comércio capaz de impulsionar e verter para aqui os olhos do mundo. Um homem do campo, de visão grandiosa e atitudes generosas, que forjou o seu caráter na luta e na labuta diária por criar, irmãos, parentes, filhos, amigos, ensinando-nos que o coração não tem limites e que a razão, sempre que dele se acompanha, produz frutos muito melhores, capazes de se transformar na base inabalável e firme dos valores que devem orientar os passos dos seres humanos. Muita coisa por certo escapou-lhe ao conhecimento. Como a todos nós escapa, por mais que pensemos que estamos cientes do que nos cerca. Mas isso é o que diferencia o homem bom, do homem perfeito: se soubesse, agiria com o seu coração e tornaria tudo diferente. Não para moldar a vida com o seu construtor ou inventor, mas para entendê-la, como ela é, minimizando estragos, compreendendo o passado, possibilitando o presente, justificando o futuro. Estamos todos aqui, seu Antônio, para celebrá-lo, para agradecer a sua existência e não o fazemos apenas como parentes, como pessoas próximas. Fazemos como cidadãos, como integrantes de uma cidade, onde muitos sequer o conhecem, ou sabem porque existe uma praça com o seu nome. Saberão agora, com o seu busto, uma arte feita pelo seu neto, carne de sua carne, sangue de seu sangue, e com a colaboração de todos os seus filhos, que a simplicidade do homem é a riqueza da sua vida e que, para ser imortalizado, necessita apenas fazer o que fez: amar e ser amado!
Obrigado por ter existido!
Renato Simões, seu genro. Isa, sua filha.
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