Seminário para programa de Lídice da Mata critica a privatização de espaços

Tribuna da Bahia

por
Lilian Machado



Foto: Blog do Latinha.
Em contraponto ao que deve propor o plano de governo da senadora Lídice da Mata (PSB), na corrida ao Palácio de Ondina, nas eleições de outubro, especialistas criticaram ontem os modelos de gestão que priorizam a privatização dos espaços públicos e aentrega dos espaços urbanos a empresários.
Durante o penúltimo dia do Seminário Pensar a Bahia Sustentável, realizado pelo PSB, no Hotel Portobello, o arquiteto paulista Marcelo Ferraz e o antropólogo baiano Antonio Risério contestaram as reformas que não priorizam a população e a vista marítima da cidade. Ambos lideraram o painel “As cidades e o processo de Integração da Bahia”. Crítico da gestão petista, em comentários recentes, Risério foi ainda mais enfático ao fazer referências ao PAC das Cidades, lançado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Hoje é o último dia do evento.
Segundo Risério, a chefe nacional jogou as promessas de campanha no lixo ao entregar a política urbana aos empresários daconstrução civil. “Ninguém ouve mais falar no PAC das Cidades nem na grande reforma urbana. O Minha Casa Minha Vida de hoje constrói as favelas do amanhã”, disparou.
Ao citar estudiosos baianos como o economista Rômulo Almeida e o educador Anísio Teixeira, o antropólogo frisou que a Bahia precisa reassumir a sua posição de vanguarda no cenário nacional. “É preciso qualificar núcleos urbanos vitais para o enfrentamento das novas realidades, ou seja, as realizações no campo da logística exigem uma simultânea ação urbanística porque é na convergência de uma nova infraestrutura e de uma rede urbana renovada que está a chave do futuro êxito baiano”,  ressaltou, durante a palestra.
Ferraz condenou o fato de alguns imóveis públicos serem “subutilizados” e insinuou a falta de contestação dos baianos, frente a essas questões. “Já há alguns anos venho observando que em um dos lugares mais bonitos de Salvador, que é a Barra, existem imóveis que não têm uso público, estão fechados ou subutilizados, simplesmente esperando o momento do Carnaval chegar serem alugados ali por dois ou três meses pra depois para o proprietário conseguir um recurso grande e em seguida deixá-lo fechado durante todo o resto do ano à espera do próximo Carnaval. Isso é uma coisa criminosa e quem paga o pato disso é a cidade, que deveria advogar o direito de ter para ter essa frente aberta para uso público”, afirmou.
O arquiteto que dirigiu o Programa Monumenta, do Ministério da Cultura e trabalhou em projetos de revitalização do Parque São Bartolomeu e Pelourinho, reclamou da ocupação da orla na Cidade Baixa por equipamentos que impedem o acesso e até mesmo a visualização do mar.

Participação do Vereador do PSB de Guanambi, José Carlos Latinha,
no Seminário Pensar a Bahia Sustentável.

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