Medo, apreensão e correria na noite do reveillon
O episódio da noite de Reveillon na praça do feijão em Guanambi, acaba de revelar para as nossas autoridades o enorme problema na área de segurança pública, que vem se arrastando há tempos; um problema que aflige a todos, desde a família humilde desintegrada pelas drogas, os comerciantes com suas lojas roubadas, as crianças que perdem suas mochilas e celulares na volta da escola, o aposentado roubado na saída do banco, cidadãos e cidadãs que são assaltados em plena via pública, muitas vezes á luz do dia, outros que tiveram suas casas arrombadas e não puderam fazer nada.
Como se não bastasse, o numero espantoso de assassinatos em 2011, deixa-nos uma triste marca e um grande número de inquéritos abertos. Lamentável ver que agora, ao invés de buscar soluções para este caos, tem autoridade procurando um "bode expiatório" para jogar a culpa; primeiro acusa a imprensa de fazer terrorismo e deixar a população sobressaltada, depois tenta jogar sobre as costas de um vereador de oposição a responsabilidade pelo ocorrido por este ter feito previsões assombrosas sobre o evento. Não era necessário nem ser inteligente para se prevê o que aconteceu; a cidade está sob o signo do medo, infelizmente o nosso povo vem tendo dia após dia a sua segurança e a sua integridade ameaçada e o que é pior, em nenhum momento ouvimos dizer que autoridade x ou y tomou qualquer providência mais enérgica; pelo contrário, subestimaram a ameaça feita dias antes pelos criminosos contra as festas de fim de ano.
O povo trabalhador e ordeiro de nossa terra merecia a festa para celebrar a chegada do ano novo; o nosso povo simples que não pode ir para o clube, se acostumou a juntar a família inteira e encher aquela praça com sua alegria, sem pensar na banda cara, mas pela alegria de estar juntos e lamentavelmente estragaram a festa do povo. Em nome dos pais e mães que aflitos corriam em todas as direções arrastando os seus filhos; em nome dos que caíram e se machucaram; em nome das meninas e rapazes que ainda lembram o pânico e horror daquela fatídica noite, em nome da grande família guanambiense, desejo fazer um apelo: É preciso que se reúnam urgente em torno de uma mesa de trabalho, como se fazia no passado, o Prefeito, vereadores, comandante do 17º Batalhão, coordenador e delegados de polícia civil, promotores, defensoria pública, deputados que representam Guanambí, juízes de direito e representantes da OAB; para discutir soluções e providência contra esse caos que se estabeleceu na área de segurança pública; mas antes de mais nada, é preciso que reconheçam o estado de insegurança da nossa população; em segundo lugar, não chamem o povo para essa conversa, para evitar os discursos improdutivos. Penso que essas autoridades poderão no cumprimento do dever institucional, oferecer estatísticas, produzir documentos com pedidos de providências á Secretária de Segurança Pública, ao Tribunal de Justiça e ao próprio governador do estado.
Como cidadão, não tenho a intenção de "ensinar pai nosso a vigário" ou de dizer o que cada uma deve fazer no cumprimento do seu dever, mas ousei formular esse apelo, porque "estou vendo o circo pegar fogo e ninguém aparece com água". A contagem regressiva que não foi feita, vai começar se não fizermos nada.
Texto: José Roberto Teixeira
Foto : Fernando Alves
Comentários
O titulo da reportagem não condiz com o conteúdo.
Mas a segurança de Guanambi precisa ser repensada.
Abraço!
Dand