MST: Assentados são assassinados durante ataque no assentamento Olga Benário, em Tremembé/SP

 

                                                              Foto: Arquivo e Memória MST

Dois militantes do MST foram mortos e outros seis atingidos por bala


Por Coletivo de Comunicação do MST em São Paulo



Da Página do MST


Na noite de ontem, dia 10, dez bandidos invadiram o Assentamento Olga Benário, localizado em Tremembé, São Paulo, utilizando cinco carros e duas motos. Os criminosos atiraram contra os assentados, que presenciaram à invasão de uma área do assentamento. O ataque resultou em seis pessoas feridas, que estão hospitalizadas, e duas vítimas fatais: os militantes do MST Valdir do Nascimento (Valdirzão) e o jovem Gleison Barbosa de Carvalho.



Essa é mais uma face dos conflitos de terras no estado de São Paulo. A ausência de políticas públicas efetivas por parte do governo paulista deixa os territórios de Reforma Agrária vulneráveis e as famílias assentadas desprotegidas, reforçando um cenário de insegurança e violência.


O Assentamento Olga Benário enfrenta uma intensa disputa com a especulação imobiliária voltada para o turismo de lazer, devido à sua localização estratégica na região do Vale do Paraíba. Há anos, as famílias assentadas vêm sofrendo ameaças e coerções constantes, mesmo após diversas denúncias feitas aos órgãos estaduais e federais, que seguem sem uma resposta efetiva para garantir a segurança e a permanência dessas famílias no território.


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) manifesta sua solidariedade às famílias das vítimas, aos amigos e à comunidade atingida por essa tragédia. Exigimos que o Governo do Estado de São Paulo realize, com urgência, uma investigação rigorosa para identificar os criminosos e assegurar que a justiça seja feita.


Os assentamentos de Reforma Agrária não podem ser abandonados à própria sorte. É imprescindível que a política de regularização fundiária atenda aos verdadeiros herdeiros da terra e aos trabalhadores camponeses, garantindo seus direitos e evitando que oportunistas se aproveitem desses territórios para promover ameaças e colocar em risco a segurança das famílias assentadas.

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