Turismo de base comunitária vira modelo alternativo e sustentável de passeio no verão da Bahia
Foto: Divulgação/Rede Batuc
Com mais de 90% dos empreendimentos oriundos de mão de obra familiar, esse modelo turístico destaca-se por seu compromisso com práticas agroecológicas e promove uma imersão nas tradições locais.
Com belas praias, clima tropical e variedade de festas populares, o verão baiano é um período que movimenta o setor do turismo e atrai visitantes de todo o mundo. A agricultura familiar, por meio do turismo de base comunitária, tem se destacado como uma opção sustentável e culturalmente enriquecedora para os baianos e visitantes.
Com mais de 90% dos empreendimentos oriundos de mão de obra familiar, esse modelo turístico destaca-se por seu compromisso com práticas agroecológicas e promove uma imersão nas tradições locais, contribuindo para a preservação ambiental, respeito à diversidade cultural e o fortalecimento das comunidades e povos tradicionais.
Acolhedor e sustentável
Nas visitas, os turistas têm a chance de se envolver em atividades únicas, como danças tradicionais, artesanato local, culinária típica e histórias transmitidas oralmente. Essa imersão não apenas promove o respeito pela diversidade cultural, mas também fortalece os laços entre visitantes e comunidades, gerando uma troca valiosa de conhecimentos e experiências.
O Quilombo Jatimane, localizado em Nilo Peçanha, e a Reserva Pataxó da Jaqueira, em Porto Seguro, são dois dos 40 empreendimentos que compõem a Rede Batuc. Ambos receberam investimentos do Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Dentre as ações realizadas, tem-se a construção de barragens, aquisição de equipamentos de manutenção, fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os condutores dos roteiros, embarcações, construção de pontes e de dormitórios chamados “kijêmes”. As iniciativas visam aprimorar significativamente os espaços, preparando-os de maneira adequada para receber os visitantes.
“O turismo de base comunitária na Bahia destaca-se pela promoção da valorização das comunidades locais. Ao escolher essa abordagem, os viajantes contribuem diretamente para a economia das comunidades, incentivando o comércio justo e sustentável. Os turistas têm a oportunidade de aprender sobre a biodiversidade local, participar de projetos de conservação e compreender a importância da preservação dos recursos naturais”, reforçou titular da SDR, Osni Cardoso.
Levando em consideração que 90% das opções de lazer oferecidas pela Rede Batuc são de origem familiar, o coordenador do conselho quilombola da Bacia e Vale do Iguape, Ananias Viana, explicou que o turismo convencional não dialoga com a realidade quilombola e rural. A comunidade Kaonge apostou, então, num novo modelo de fazer turismo, onde a produção, a cultura local, a valorização dos conhecimentos griôs e a preservação ambiental são utilizados para desenvolver um novo e possível modelo de turismo.
“Consideramos como uma universidade do conhecimento popular, onde os turistas chegam para aprender e ensinar através dos diversos conhecimentos que os quilombolas oferecem. E assim segue a Rota da Liberdade como referência estadual, nacional e internacional, possibilitando a continuidade dos saberes e fazeres através da produção associada ao turismo Comunitário Quilombola”, pontuou Ananias.
O Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à SDR, com cofinanciamento do Banco Mundial.
Fonte: Ascom/SDR
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