CBPM: Mineração registra 60% de crescimento pelo segundo ano consecutivo
Foto: Em Jaguarari, a Mineração Caraíba tem atuado para aumentar a produção e oferta de cobre/Foto: Mateus Pereira/GOVBA
Setor consolida a Bahia no cenário nacional em 2021 e seguirá em alta em 2022
Mesmo em meio a pandemia do novo coronavírus, a qual agravou o cenário de recessão econômica no País, a mineração baiana registrou neste ano novos recordes de pesquisa, produção e faturamento, além de anunciar avanços importantes nas áreas de infraestrutura e logística.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o estado faturou R$ 8,15 bilhões em 2021, sendo R$ 2,6 bilhões somente no terceiro semestre deste ano – um crescimento de 59% em relação ao mesmo período de 2020. Tamanha alta foi puxada, sobretudo, pelo aumento expressivo do faturamento do minério de ferro: 3.243% em suas operações de janeiro a dezembro, conforme informações da Agência Nacional de Mineração (ANM).
“Foi um ano de muitas conquistas. Aliados a estes números, em 2018 passamos para o quarto lugar nacional em arrecadação de Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) e terminamos 2021 cabeça com cabeça para passar Goiás”, comemora o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm.
A Bahia também foi o estado que mais investiu em pesquisa mineral nos anos de 2019 e 2020, segundo dados da ANM. Ao todo, mais de R$ 600 milhões foram investidos (fases de autorização de pesquisa e de lavra). “Acredito que ainda é preciso investir mais e que deveria existir no país incentivo para pesquisa mineral como, por exemplo, através de dedução fiscal”, defende Tramm.
Produção diversa
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Nelson Leal, destaca a diversidade da produção mineral do estado como um de seus principais diferenciais. “Atualmente temos o ferro, o ouro e o níquel como os principais bens minerais produzidos na Bahia que, juntamente a outros minérios, completam uma grande variedade que nos anima em um crescimento contínuo e sustentável do setor”.
Na mesma linha, o presidente do IBRAM, Flávio Penido, projeta um horizonte promissor para o segmento no estado. “A Bahia tem uma diversidade geológica fantástica. E os grandes investimentos em pesquisa sinalizam que ela vai despontar cada vez mais como um grande produtor de commodities e produtos minerais”, relaciona.
Logística nos trilhos
Os números positivos da mineração baiana tendem a crescer ainda mais com a conclusão da primeira fase da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que vai de Caetité ao Porto Sul, em Ilhéus, prevista para 2024. “Acredito que a Bahia será, em um futuro muito breve, o segundo maior polo de mineração do Brasil. Como Federação das Indústrias, queremos dar todo o suporte necessário a este setor”, afirma o presidente da Fieb, Ricardo Alban.
Análises recentes realizadas pela CBPM demonstram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro, urânio e outros minerais. “Na esteira da Fiol, a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos às oportunidades identificadas na região e, também, em estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos”, adianta Tramm.
Projeções das mineradoras
A Atlantic Nickel, empresa que produz níquel em Itagibá, projeta dobrar a capacidade produtiva, com o início da operação subterrânea na Mina Santa Rita, prevista para 2028, o que elevará o tempo de vida útil da mina de oito para 34 anos. As pesquisas da CBPM também indicaram, recentemente, um novo depósito com potencial significativo de recursos de níquel a 26 km da mina atual.
Em Jaguarari, a Mineração Caraíba tem atuado para aumentar a produção e oferta de cobre, em vista do abastecimento da forte demanda do mercado internacional, principalmente nas áreas de mobilidade elétrica e energias renováveis. “O cobre tem um papel fundamental nessa revolução verde que já está acontecendo”, observa o diretor Financeiro Eduardo de Come.
Líder nacional na produção de 18 substâncias minerais e único produtor de vanádio e urânio do País, o setor mineral baiano ainda gerou 1.305 novos postos de trabalho entre janeiro e outubro deste ano, segundo dados do Caged do Ministério da Economia. Números que simbolizam o próspero momento da mineração no estado.
*Este conteúdo faz parte do caderno especial “2021: o ano da mineração” publicado no final do ano passado no Jornal Correio.
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