Colombiano e Catarina: Família e amigos do casal protestam contra morosidade de processo

 Terça, 29 de Junho de 2021 - 13:20

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Colombiano e Catarina: Família e amigos do casal protestam contra morosidade de processo
Foto: Reprodução/ Instagram @galindoluma


Familiares e amigos do casal Paulo Colombiano e Catarina Galindo, assassinado em 2010 em Salvador, realizaram um ato na manhã desta terça-feira (29) para lembrar os 11 anos do crime e denunciar a impunidade dos acusados que ainda não tiveram o julgamento concluído pelo duplo homicídio. O grupo se reuniu em frente ao Fórum Ruy Barbosa, na capital baiana, por volta das 9h.

 

O objetivo do ato foi chamar a atenção para a longa espera diante da morosidade da Justiça. Na avaliação dos manifestantes, essa demora é um exemplo de seletividade penal e impunidade. “Quando é para prender criminosos poderosos, endinheirados, o processo é essa lentidão que nós estamos acompanhando agora”, desabafa Geraldo Galindo, vice-presidente estadual do PCdoB e irmão de Catarina.

 

O crime em questão ocorreu no momento em que Colombiano voltava para casa, no bairro de Brotas, após ter buscado Catarina no trabalho - ela era funcionária e militante do Comitê Estadual do PCdoB na Bahia.

 

Familiares e amigos acreditam que eles foram mortos por ordem do empresário e oficial aposentado da Polícia Militar, Claudomiro César Ferreira Santana, e do irmão dele, o médico Cássio Antônio. Os dois eram proprietários da MasterMed, empresa do ramo de plano de saúde que tinha um contrato com o Sindicato dos Rodoviários - à época, Paulo Colombiano era tesoureiro da entidade. Com isso, a acusação segue a tese de que as mortes foram planejadas depois que os dois souberam que Colombiano havia descoberto uma fraude milionária na prestação de serviços ao sindicato e atuava para que providências fossem tomadas.

 

Após a investigação do crime pela polícia, que conclui ainda que os funcionários dos irmãos - Adaílton de Jesus, Edilson Araújo e Wagner Lopes - foram os executores, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) ofereceu denúncia contra os cinco (veja aqui e aqui). Então, a decisão de primeira instância, que retirou Cássio Antônio do processo, mandou os outros quatro a júri popular.

 

Já com o caso em segunda instância, em 2017, a acusação sofreu um revés: desembargadores da 2ª Turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) anularam a sentença proferida inicialmente (veja aqui). A defesa alegou e a Justiça acatou o argumento de que o primeiro juiz cometeu "excessos de linguagem" na decisão (saiba mais aqui). Com isso, o caso demanda um novo julgamento em primeira instância para que se adeque a linguagem, mas só depois que forem apreciados todos os recursos que a defesa já apresentou aos tribunais de Brasília. Um deles está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde o ano passado.

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