CENTENÁRIO DE GUANAMBI (1919-2019): DA VILA DE BEIJA-FLOR A CAPITAL DOS VENTOS
O
objetivo do presente artigo é comemorar o Centenário de Guanambi e resgatar a
história econômica, política, cultural e social do município, abordando os
aspectos da pré-história e período colonial, bem como o processo de ocupação do
Rio São Francisco. A Vila de Beija-Flor pertenceu ao município de Palmas de
Monte Alto e teve uma vinculação histórica com antiga Capital do Sertão –
Caetité. Em 1919, Guanambi emancipou-se, transformando na Capital do Algodão e,
hoje, é a principal cidade do sertão baiano – Capital dos Ventos.
PRÉ- HISTÓRIA
“O conhecimento histórico alarga a compreensão das pessoas como seres
que constroem seu tempo”
Gilberto
Cotrim
Refletir
sobre a história de Guanambi significa pesquisar o passado, olhar o presente e
pensar o futuro. A História estuda e expressa o contexto histórico de cada
época.
O
historiador em sua pesquisa investiga e interpreta as ações humanas, ao longo do
tempo, através de várias fontes, informações, pistas, ideias e realizações dos seres
humanos, baseado nas fontes escritas (inscrições,
documentos públicos, cartas, livros, jornais, revistas, entre outros) e não-escritas (pinturas, filmes,
fotografias, esculturas, utensílios, computadores e depoimentos de pessoas e
entrevistas – história oral).
A
periodização histórica de Guanambi visa ordenar os acontecimentos e temas
analisados. O período anterior à invenção da escrita foi chamado de Pré-história
e abrande desde o surgimento do homem primitivo.
Mapa da Vila Beija-Flor - Guanambi. |
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DA BARRAGEM DO POÇO DO MAGRO EM GUANAMBI
SÍTIO ARQUEOLÓGICO 1 - BARRAGEM DO POÇO DO MAGRO
SÍTIO ARQUEOLÓGICO 2 - AVENIDA WALDIR PIRES
SÍTIO ARQUEOLÓGICO 3 - BARRAGEM DO POÇO DO MAGRO
BR-122 GUANAMBI/CANDIBA
SÍTIO ARQUEOLÓGICO 4 - BARRAGEM DO POÇO DO MAGRO - FÓSSEIS E RESQUÍCIO DE LANÇAS
SÍTIO ARQUEOLÓGICO 5 - PEDRA DO ÍNDIO - INSCRIÇÕES RUPESTRES E RESQUÍCIO DE CERÂMICA
Em Guanambi, temos uma série de vestígios do homem pré-histórico com achados de sítios arqueológicos com fósseis, instrumentos, pinturas rupestres, entre outros.
Fósseis achados em Guanambi - Lagoa Dantas/- Gameleira. |
O Homo sapiens migrou para a América e eram caçadores, coletores e nômades (povo que se desloca constantemente de uma região para outra) – Período Paleolítico, produzindo grandes transformações em sua forma de vida com a prática da agricultura, a domesticação e criação de animais e a organização dos primeiros núcleos urbanos (nova idade da pedra) – Período Neolítico.
No processo
de evolução, a espécie humana desenvolveu habilidades, técnicas e criou
instrumentos, através do trabalho e
a produção de bens materiais (habitações, vestimentas, meio de transporte etc.)
e não-materiais (costumes, religião, arte, ciência etc.).
O ÍNDIO
Segundo
o historiador Luís Henrique Dias Tavares – História da Bahia, é quase
impossível localizar com exatidão as diversas tribos que viveram no território
da Bahia: tupis, jês e cariris, pois eram nômades, e descolavam-se sempre de
uma região para outra. As notícias de Gabriel Soares de Souza e de Azpilcueta
Navarro indicam que os jês ocupavam
o interior.
A
presença do índio em Guanambi e região é uma marca do processo de evolução do
homem. Nas aldeias, os índios utilizavam da cerâmica – argila e fogo; tecelagem
(vestimentas de peles de animais – couro, linho, algodão e lã – fiar e tecer;
criação de animais e cultivo agrícola; construção de casas utilizando madeira,
barro e pedra.
O historiador
guanambiense Dário Teixeira registra a presença dos índios no antigo Gentio (Ceraíma).
A palavra Gentio significa aquele que não é civilizado, selvagem - gentio bárbaro. O índio não aceitou o
processo de escravidão no Brasil Colônia. Somente algumas poucas tribos indígenas
sobreviveram ao extermínio praticado pelos portugueses, fruto do trabalho dos
padres jesuítas e dos frades franciscanos, carmelitas e beneditinos. Foram eles
que reuniram índios em aldeias e missões.
RUÍNAS DA IGREJA ANTIGA DA PARATECA (300 ANOS) - MALHADA. |
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