247 – Referência na produção de energia limpa – produzida a partir de fontes que não geram poluentes – o Brasil acaba de atingir um recorde importante: a produção de 6 mil megawats de energia eólica instalada e operando. A quantidade equivale a cinco vezes a capacidade máxima da Hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, que tem 1.216 MW, e é suficiente para abastecer cerca de 35 milhões de pessoas. Estado líder nesse tipo de energia, o Rio Grande do Norte, sozinho, atingiu 2 mil MW em abril.
O alcance de exatos 5.966,60 MW foi possível com a liberação, neste ano, de novas usinas eólicas no Rio Grande do Sul e no Rio Grande do Norte. Este valor se refere a 266 usinas eólicas já conectadas ao SIN (Sistema Interligado Nacional), o que permite levar a energia gerada para todas as regiões do Brasil.
Além das usinas conectadas, cerca de 300 MW de outras eólicas estão disponíveis, mas aguardam rede de transmissão. Caso a produção dessas usinas, prontas e aptas a gerar energia, fosse contabilizada no total disponível para ser comercializada, o recorde dos 6 mil MW teria sido alcançado em janeiro deste ano. A previsão é que os 300 MW sejam conectados a partir de julho deste ano.
Referência mundial
O Brasil encerrou 2014 com 4.974,13 MW em operação comercial, entre os dez maiores produtores mundiais, segundo relatório anual do
Global Wind Energy Council. O crescimento mais surpreendente ocorreu no Rio Grande do Norte que, em maio de 2014, foi o primeiro Estado a atingir a marca de 1.000 MW e agora passa de 2 mil MW. O site
Energia Mapeada, que faz o acompanhamento diário dos dados da ANEEL, elaborou o quadro abaixo com o ranking atual dos Estados que produzem energia eólica e ainda a projeção para 2018:
Para se ter uma referência mundial, marcas superiores a 5 mil MW são bastante comemoradas, pois colocam os países na posição de grandes produtores de energia eólica, viáveis e atrativos para receberem fábricas de equipamentos locais – como turbinas, hélices e torres –, o que já acontece no Brasil.
Em recente visita ao Brasil, a presidente da Fundação das Nações Unidas, Kathy Calvin, destacou, além de conquistas na área social, o papel que o Brasil ocupa hoje no cenário internacional na difusão de fontes limpas de energia e na promoção do desenvolvimento sustentável. "Estamos impressionados com o trabalho que já vem sendo feito no País para garantir que você tenha um futuro com energia sustentável. Isso é algo que pode ser compartilhado pelo mundo e o onde Brasil é uma grande liderança", ressaltou.
Projeção
Até o final de 2015 deverão ser acrescidos cerca de 1.500 MW. Para 2016, estão previstos mais 4 mil MW e, para 2018, pelo que já está contratado, o Brasil deve ultrapassar os 16 mil MW, quando a geração eólica passará a representar cerca de 8% do total de energia gerada no Brasil.
Segundo o engenheiro Alarico Neves, que mantém a página Energia Mapeada, "a grande decepção é Minas Gerais, que não produz, apesar de dispor de uma 'mina de ouro eólica' na região de serra que se inicia em Diamantina e vai até a divisa com a Bahia". Logo em seguida a essa divisa, na mesma altitude, se iniciam as usinas eólicas baianas, informa o especialista.
Ainda de acordo com ele, apesar do sucesso, a energia eólica deve ser vista sempre como solução complementar, por não oferecer a chamada "energia firme", devido ao comportamento pouco previsível dos ventos. Sua grande vantagem no Brasil é que o período de maior produtividade vai de julho a dezembro, justamente o de poucas chuvas para as hidrelétricas, mantendo assim um equilíbrio na produção. O Brasil deverá figurar entre os dez maiores produtores até o fim do ano.
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