Segundo turno consolida vitória das forças progressistas


Editorial - Portal Vermelho


Foi o maior reduto tucano que caiu, e a vitória mais importante das forças de apoio da 
presidenta Dilma. Esta avaliação do resultado da eleição em São Paulo, feita pelo 
presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, indica a principal marca da disputa do 
segundo turno da eleição municipal realizada neste domingo (28). 

A vitória de Fernando Haddad, do PT, PCdoB e demais partidos da base aliada do 

governo, e a derrota do tucano José Serra, na disputa para a Prefeitura de São Paulo, 
dão o sentido geral desta eleição, confirmado também pelo desempenho dos partidos 
da base aliada nos demais 49 municípios que voltaram às urnas neste segundo turno.

O resultado final indica um nítido crescimento das forças de esquerda e centro-esquerda, 

e um significativo encolhimento da oposição conservadora e neoliberal, 
mesmo com as vitórias localizadas que alcançou, destacando-se a conquista 
de capitais como Manaus e Belém (PSDB) e, sobretudo de Salvador (DEM), 
que garante uma sobrevida ao cambaleante partido direitista remanescente do período 
da ditadura militar. 

Com a vitória das forças de esquerda e centro-esquerda da base do governo, a 

oposição neoliberal desce um degrau na escala política, embora mantendo ainda 
influência eleitoral.

O cenário da disputa do segundo turno foi 50 das maiores cidades brasileiras, entre 

elas 16 capitais. No resultado final, considerando-se os resultados do primeiro turno 
e os deste domingo, entre as 26 capitais estaduais, o PSB ficou com cinco, o PT quatro, 
o PDT três, o PMDB dois, o PP dois e o PTC um, totalizando 17 prefeituras. 
Destaca-se também o notável desempenho do PCdoB, que tem três vice-prefeitos 
nas capitais: Nádia Campeão em São Paulo (SP), Luciano Siqueira em Recife (PE) e 
Márcio Batista em Rio Branco (AC). 

Destaca-se, nesta eleição, o bom desempenho do Partido Comunista do Brasil que, 

mesmo não alcançando vitórias mais significativas, porquanto não elegeu as prefeitas 
de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Manaus (AM) e não tendo o desempenho 
projetado em Fortaleza, deu passos em seu processo de acumulação gradual de forças 
no terreno eleitoral. O PCdoB elegeu 56 prefeitos (15 a mais do que em 2008), 
973 vereadores (aumento de quase 60%), além dos vice-prefeitos das três capitais 
já referidas. Entre os municípios que o PCdoB governará destacam-se quatro que 
estão no grupo dos 85 maiores do país: Olinda (PE), Jundiaí (SP), Contagem (MG) 
e Belford Roxo (RJ). Isso além de ter sido protagonista decisivo para a vitória de 
Edivaldo Holanda Júnior (PTC) para a Prefeitura de São Luís (MA).

Em contrapartida, o núcleo duro da oposição neoliberal e conservadora, formado 

pelo PSDB e o DEM, ficou reduzido a apenas seis prefeituras de capitais, saindo 
severamente derrotado na disputa municipal deste ano.

A conclusão inescapável deste resultado, à qual mesmo os comentaristas conservadores 

mais renitentes se curvam, indica o fortalecimento do núcleo de esquerda da base de 
sustentação do governo da presidenta Dilma Rousseff e dos seus aliados de centro e 
centro-esquerda. O eleitor pôs nas mãos de titulares da base aliada mais de 60% 
das prefeituras do país. 

Este diagnóstico é confirmado também quando se considera o desempenho dos partidos 

no chamado G85 formado pelas maiores cidades do país (26 capitais e 59 municípios com 
mais de 200 mil eleitores, somando 50,8 milhões dos eleitores, ou seja, 36,2% do total). 
Nesse grupo, o PT lidera com 16 prefeituras, seguido pelo PSDB com 15, PSB com 11, 
PMDB com seis e o PCdoB com quatro.

Outra forma de avaliar a nova correlação de forças, favorável à esquerda, que surge 

das urnas é a consideração do número de eleitores que estarão sob o governo desta 
ou daquela força política. Somados, os cinco principais partidos da base do governo 
federal (PT, PMDB, PSB, PDT e PCdoB) governarão cerca de 80 milhões de eleitores 
(mais de 60% do total).

A partir destas eleições municipais o Brasil vence mais uma etapa de consolidação do 

seu processo democrático e de evolução das forças de esquerda e centro-esquerda. 
Igualmente, os resultados lançaram as bases para formar a correlação de forças para 
o próximo embate eleitoral de 2014, que envolverá a Presidência da República, 
os governos estaduais, o Senado, a Câmara dos Deputados e as assembleias 
legislativas estaduais.

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