AGRICULTURA

Produtores do Vale do Iuiú iniciam colheita de nova safra de algodão

Governador Wagner no lançamento do programa do Algodão
Cerca de 700 agricultores familiares foram beneficiados
Cargas de algodão são transportadas para as usinas

Agronegócio - De uma produção total de mais de 1,2 milhão de arrobas, 270 mil foram produzidas pela agricultura familiar

Maria de Lourdes Nascimento
Ascom I EBDA


Caminhões carregados de sacos de algodão transitam, nessa época do ano, pelas rodovias da região sudoeste do estado, num movimento intenso.

São cargas de algodão, destinadas às usinas de beneficiamento, que enchem as tulhas de plumas brancas, antes de serem separadas dos caroços, tratadas e enfardadas para seguirem para as indústrias de transformação.

Esta é a visão que se tem ao acompanhar a colheita de algodão nos campos dos municípios de Malhada, Iuiú, Palmas de Monte Alto, Guanambi, Pindaí, Urandi, Brumado e Livramento de Nossa Senhora, no Vale do Iuiú, no território Sertão Produtivo.

A colheita envolve, principalmente, 700 agricultores familiares beneficiados pelo Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cotonicultura no Vale do Iuiú.

Diferencial
– Desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), o programa de apoio à cotonicultura é executado pela gerência regional da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), em Caetité.

O programa visa a recuperação sustentável da lavoura algodoeira, com o atendimento aos agricultores familiares.

Para essa safra, o programa trouxe um diferencial, que consiste no beneficiamento e comercialização da produção, com a orientação da EBDA, buscando, dessa forma, maiores lucros para os produtores que optaram pelo beneficiamento orientado.

Agregar valor – Como segunda maior produtora de algodão da Bahia e com um forte contingente de agricultores familiares, a região sudoeste plantou uma área aproximada de 10 mil hectares, com produtividade média de algodão em caroço estimada em 120 arrobas por hectare, e produção total de mais de 1,2 milhão de arrobas.

Deste total, 270 mil arrobas são produzidas de agricultores familiares do Programa de Desenvolvimento da Cotonicultura, que plantaram uma área de 2.100 hectares.

"Pretendemos, num futuro próximo, tornar a contribuição da EBDA mais enfática, estendendo este trabalho à fabricação de óleo e da torta do caroço do algodão, agregando ainda mais valor ao produto", destacou o presidente da empresa, Emerson Leal.

Segunda maior produtora de algodão da Bahia, a região sudoeste plantou uma área aproximada de 10 mil hectares

Agricultores comemoram o apoio do governo


Os cotonicultores familiares atendidos pelo Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cotonicultura no Vale do Iuiú receberam 700 kits de produção, contendo fertilizante químico, semente fiscalizada, inseticida, pulverizador manual, equipamento de proteção individual e pluviômetro.

No município de Malhada – distrito de CanaBrava –, onde também as chuvas foram irregulares, os agricultores estão satisfeitos com o resultado do plantio.

Organização
– Aurelizo Costa de Jesus, também agricultor familiar do distrito de Cana-Brava, além de representante do município no Comitê Gestor, também é presidente da Associação dos Produtores de Malhada.

Com apenas dois hectares de área, complementou seu plantio de três hectares em uma área cedida por outro agricultor.

"Esta é uma alternativa viável para a região, principalmente pelo apoio ao beneficiamento e comercialização da nossa produção. Este trabalho, além de nos orientar, organiza o pequeno agricultor, tirando-o da mão do atravessador", enfatizou.

EBDA cuida da qualidade do produto


Os cuidados com a pré-colheita, a colheita e o armazenamento do algodão têm sido alvo de preocupação por parte dos técnicos da EBDA, que vêem, nessas fases, a definição da qualidade do produto.

"O valor a ser alcançado pelo algodão em fibra depende diretamente da sua qualidade, e isso só se alcança com uma mudança nas práticas de pré-colheita, colheita e armazenamento", explicou Ernesto Lacerda Lédo, um dos coordenadores do programa na região.

Para alcançar a meta de beneficiamento com qualidade, a EBDA firmou um contrato com uma usina da região, onde consta como responsabilidade a distribuição de sacaria para armazenamento do algodão – a fim de que a pluma não seja contaminada por outras fibras –, de barbante para o fechamento dos sacos, e o transporte e comercialização de toda a produção.

Produtividade – A estimativa de Ernesto Lacerda é de que 40% dos produtores invistam no beneficiamento.

Foram realizadas mais de 18 reuniões para explicar todo o processo e cuidados com o algodão, para manter a qualidade do produto e, conseqüentemente, melhores preços no mercado.

O programa também prevê a assistência técnica continuada, prestada pela EBDA em todos os oito municípios contemplados, o incentivo ao plantio, visando fixar o homem ao campo, e investimentos em pesquisa de novas variedades de algodão, mais resistentes e produtivas.

Uma vantagem ressaltada por Ernesto Lacerda, quanto ao plantio na região, é que o algodão tem muita liquidez.

Comentários

Anônimo disse…
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