Saberes em Movimento: HAFROQI marca presença no VII Arvorecer Negro com protagonismo e valorização das tradições quilombolas e de matriz africana

 

O grupo de pesquisa HAFROQI (História, Memória e Identidade Afro-Brasileira, Quilombola e Indígena do Sertão Produtivo) marcou presença de forma expressiva no VII Arvorecer Negro, realizado entre os dias 11 e 13 de novembro de 2025, no Instituto Federal Baiano – Campus Teixeira de Freitas. Ao longo dos anos, o Arvorecer Negro tem se consolidado como um dos mais importantes espaços de fortalecimento da identidade, da ancestralidade e do compromisso com a luta antirracista dentro do IF Baiano, reunindo estudantes, pesquisadores, comunidades tradicionais e lideranças para celebrar e reafirmar saberes que atravessam gerações.

“Durante a minha participação no VII Arvorecer Negro, tive a honra de ministrar, juntamente com João Vitor Ramos, a oficina ‘Entre Saberes, Sabores e Brincares: valorizando as PANCs da Caatinga’, um espaço de diálogo, vivência e reconhecimento das plantas alimentícias não convencionais presentes no nosso bioma, levamos diversas espécies de PANCs que muitas pessoas nunca tinham visto antes, justamente por serem características e, muitas vezes, exclusivas da Caatinga. Esse contato direto despertou curiosidade, encantamento e reflexões sobre a diversidade que nos sustenta, mas que ainda é pouco conhecida. A oficina nos permitiu ir além do aspecto nutricional dessas plantas: falamos de memória, de afeto, de identidade e de resistência. Cada espécie apresentada carregava uma história, um território e um modo de existir que atravessa gerações”, enfatiza a discente do curso de Bacharelado em Agronomia do IF Baiano – Campus Guanambi, Taís Carolane Souza Almeida.












Com o tema “Ritmos da Diáspora: Arte e Conhecimentos em Movimento”, a sétima edição do Arvorecer reuniu estudantes, docentes, pesquisadores e comunidades quilombolas em momentos de diálogo, vivência e celebração da diversidade cultural. O HAFROQI contribuiu de forma significativa por meio da apresentação de pesquisas, relatos de experiências extensionistas coordenação de área temática e oficina ministrada por discentes, reafirmando seu compromisso com a valorização dos saberes tradicionais e com a construção de uma educação antirracista e decolonial.

Rayany Silva Santos, discente do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema do IF Baiano – Campus Guanambi, enfatizou que “participar do VIIArvorecer Negro foi uma experiência enriquecedora. Durante os três dias de evento, apresentei meus projetos Patrimônio Quilombola Digital e Gastronomia Quilombola do Sertão Produtivo, compartilhando saberes construídos nas pesquisas realizadas nas comunidades quilombolas do Sertão Produtivo. A oficina ‘Racismo Religioso e as Religiões de Matriz Africana’ e o minicurso ‘Narrativas Orais: Ancestralidade e Memória’ foram momentos marcantes. A oficina desmistificou preconceitos e evidenciou como essas religiões ainda são marginalizadas, enquanto o minicurso destacou a oralidade como força de resistência e preservação cultural, reforçando a ideia de que ‘quando um mais velho parte, uma biblioteca de conhecimentos vai junto com ele’.”

Durante o evento, os integrantes do grupo compartilharam resultados de projetos voltados à preservação da memória das comunidades quilombolas, ao uso de plantas medicinais, à gastronomia de terreiro e quilombola, ao uso tradicional do algodão e à difusão de tecnologias sociais, mostrando a potência da integração entre ciência, cultura e ancestralidade. Além das apresentações acadêmicas, o grupo também participou das atividades culturais, fortalecendo o vínculo entre o campus e as comunidades parceiras.

A presença do HAFROQI no VII Arvorecer Negro reafirma o papel transformador da pesquisa e da extensão como instrumentos de resistência e emancipação. Cada ação, projeto e fala dos integrantes do grupo ecoou o propósito maior de aquilombar saberes, valorizar identidades e combater o racismo estrutural que ainda persiste na sociedade.

O evento representou, mais uma vez, um espaço de celebração da vida, da arte e da memória  e o HAFROQI esteve presente como uma das vozes que seguem enraizando conhecimento, cultivando ancestralidade e florescendo consciência negra no Sertão Produtivo.

“A equipe do HAFROQI expressa sua gratidão à Reitoria e ao IF Baiano – Campus Guanambi pelo apoio financeiro destinado à participação no evento. Esse suporte foi essencial para assegurar a presença do grupo nas atividades e demonstra o compromisso da instituição com a promoção de uma educação antirracista, com a pesquisa voltada aos territórios e com o fortalecimento de ações que valorizam a diversidade étnico-racial”, conclui a docente Daniele de Brito Trindade, líder do grupo de pesquisa.

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