ACHADO HISTÓRICO – Pesquisa revela fotos inéditas de 1957 da “Aguada da Lagoinha”, primeiro manancial de Guanambi





As grandes ou pequenas civilizações, por mais primitivas que fossem, sempre se organizavam perto de mananciais de água, para que pudessem subsistir as suas necessidades sumárias de sobrevivência, sendo desde  um poço cavado, uma barragem rudimentar em curso d’água intermitente, até pontos de minação, ou no nosso caso, uma aguada formada pela geografia natural, que são registros  do local supracitado acima e, logo abaixo, destaca-se pontos sobre ele. 


👨‍👩‍👧‍👧- O bairro Vila Nova


Os que buscavam daquela água, eram os moradores do Bairro Vila Nova, conhecido como primeiro bairro de nossa cidade, fundado por volta de 1952. Fugindo da seca inclemente e das condições de vida sofríveis, moradores da zona rural ganharam lotes no Bairro Vila Nova, que foram então distribuídos pelo prefeito Dr. José Humberto Nunes por volta dos anos de 1958 e 1959, ajudando a aumentar a importância e a busca pelo líquido raro e escasso daquele precioso manancial.


Outro local de água boa, conhecido como Lajedão, era mais distante. Este segundo manancial, era formado pela condição topográfica local, onde o deságue natural das águas se encontravam em depressões de lajedo e ali ficavam armazenadas por muitos meses. 


📸 - Fotos fundamentam a história


As fotos, nos dois ângulos, bem abertos, são frutos de exaustiva pesquisa que já dura dois anos por registros inéditos, sendo eles: mapas, documentos e fotos que ajudam a enriquecer, e até a modificar a nossa história, solidificando a identidade do povo guanambiense. Todo este material inédito será fruto de um livro e uma exposição em agosto deste ano, no aniversário da cidade.  Graças à tecnologia disponível, os registros fotográficos datados do ano de 1957 foram melhorados em sua resolução e coloridos utilizando a Inteligência Artificial (IA). 


O rola eram vasilhames de madeira prensada, com capacidade de até quinhentos litros, carregados em carrinhos de mão feitos de madeira, com suas rodas lastreadas de borracha de pneu usado. 


☺️ - Detalhes das fotos impressionam 


Com muitos detalhes, podemos vislumbrar nas fotos: os coqueiros ao fundo bem no alto, local onde é hoje a Rádio Alvorada FM, inclusive, alguns desses ainda resistiram ao tempo, se tornando verdadeiras testemunhas da história. Bem rudimentar, dá para notarmos a casa da bomba, e o seu cano de metal que levava a água bruta até a ‘Praça da Caixa D’água’, atual Praça José Ferreira, bombeada por meio de motor a diesel, ajudando a abastecer, não só o Bairro Vila Nova, também, as famílias do centro da cidade. Ainda no sublime e inédito registro fotográfico, notamos pessoas reunidas ao redor da água, com três carrinhos prontos para serem abastecidos. E nesta mesma foto, está claro a obra feita pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS no ano de 1957, com os cortes mecânicos para aprofundar o que era chamado tecnicamente pelo órgão de “Aguada da Lagoinha”, fazendo a escavação de 2.000 metros cúbicos de material, conforme documentos oficiais que tivemos acesso. 


🧒🏻 - Imagem da criança solitária e o seu pesado rola


O registro da foto de uma criança solitária descalça, vestida apenas com o seu short e olhando a paisagem das águas, meio por onde  buscando a coragem para encher o grande vasilhame, e assim, cumprir com a sua tarefa doméstica, meio que nos hipnotiza e choca, pela sofrência que eram aqueles tempos remotos, para se conseguir uma água sem qualquer condição de se manter sadiamente uma família.


Texto e pesquisa: João Roberto

Fotos: Acervo João Roberto

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