Especialistas discutem em Salvador os desafios das Energias Renováveis no Brasil

 


Entre as pautas debatidas durante o Congresso Impulsione, a carência de mão-de-obra, a burocracia no transporte de equipamentos e licenciamentos e a falta de um marco regulatório

No último sábado, o Congresso Impulsione, idealizado pela gestora de projetos Cândida Cataldi, reuniu no Grande Hotel da Barra especialistas e profissionais de diversas regiões do Brasil para pensar e discutir desafios e propostas para o desenvolvimento de mercado e políticas públicas para o setor das energias renováveis. Representantes de Salvador, do Interior da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Piauí e Rio Grande do Norte participaram de um dia inteiro de palestras, dinâmicas e encontros de networking.

As mesas técnicas contou com nomes como Deyse Brito (Aliança Energia), Roberto Fortuna Carneiro (Secretaria de Desenvolvimento Econômico/BA), Adriani Souza (GE Energias Renováveis), Alair Silva Jr. (Sunrise), Gerson Sampaio (Teknergia), Marcos Holzbach Haibara (I.V. Guindastes), Samara Pereira (Mobimax Solar), Raquel Rocha (Brasil Enertech/ABGD), Thalita Cássia (Livre Energia), Caroline Agra (Elétron Energy) e Maria Baldonio (Iluminai Energia Solar).

O dia começou com Deyse Brito, analista e responsável pela implantação de projetos de energias renováveis na Aliança Energia, falando sobre o desafio de construir um sistema de regulação que possibilite uma estrutura mais organizada para a implantação dos parques de energias renováveis. Ressaltando a importância do profissional ir a campo conhecer a realidade dos projetos.

Na sequência, o Desenvolver de Reparo da GE, Adriani Souza, observou a burocracia para a emissão dos licenciamentos e a variação da legislação para o transporte de guindastes e torres eólicas, de um estado para o outro. Chamou ainda a atenção para a carência de mão-de-obra qualificada para essas operações e para a necessidade de maior investimento, treinamento e incentivo para a capacitação de profissionais.

Alertando para a necessidade de maior conscientização ambiental, o físico e engenheiro eletrotécnico Gerson Sampaio (diretor da Tekenergia) listou alguns impactos negativos causados pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas, como o furacão em Santa Catarina, o aumento do nível do mar que fez desaparecer a orla de Imbassaí, a destruição dos telhados pelas chuvas no Subúrbio de Salvador, entre outras catástrofes. O especialista destacou que os países mais poluentes do mundo, como a China, precisam fazer uma análise dos seus processos industriais e investir em projetos de combate à poluição na transição energética.

O representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Roberto Fortuna Carneiro, abordou questões relacionadas a uma legislação mais integrada para a legalização das terras para implantação de projetos de energias renováveis; falando assim dos entraves para a regularização fundiária e da necessidade de maior presença do estado para o desenvolvimento do setor. O coordenador de fomento à indústria energias renováveis compreende que o setor precisa de mais articulação e diálogo entre estado, universidade e empresas. E vê com muito otimismo o crescimento desse mercado no Brasil: “Somos a Arábia Saudita da biomassa”, disse.

Durante o Congresso Impulsione, um assunto se tornou transversal: a necessidade de um marco regulatório para a indústria das energias renováveis, que estabeleça com maior integração, unidade, organização e agilidade o desenvolvimento de projetos, parques, transporte, entre outras demandas.

A diversificação da matriz energética é um dos temas mais importantes da atualidade. E este, inclusive, é o tema da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27) para este ano. Entre as mais abundantes no Brasil, se destacam a energia solar e a eólica, ambas, especialmente na região Nordeste. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil tem um potencial de geração de energia eólica estimado em cerca de 500 gigawatts (GM), o suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia do país. Este número é mais de três vezes superior à produção de energia elétrica provinda de outras fontes, como a hidrelétrica, biomassa, gás natural, óleo, carvão e nuclear. A energia gerada com a força dos ventos ocupa o quarto lugar na matriz de energia elétrica nacional.

Até 2030, há diversos objetivos de desenvolvimento sustentável acordados com a Organização das Nações Unidades, como: assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia; aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global; aumentar a taxa de melhoria da eficiência energética da economia brasileira; entre outras ações para a consolidação dessas matrizes.

O congresso debateu uma série de temas relevantes desta área, a exemplo das “Expectativas do futuro iminente para o setor de energias renováveis”; “da indústria que mais cresce no mundo e no Brasil”; “Mercado Livre”; “Off-Shore”; “Hidrogênio Verde”; “Transição de Energia Transição Digital”; “Transição Educacional”; “ESG – Governança ambiental, social e corporativa”;“O impacto dessas transições na competitividade das empresas”. “Intraempreendedorismo e Empreendedorismo”; “Branding”; e “Liderança”.

A iniciativa é da gerente de projetos Cândida Cataldi, idealizadora, fundadora e diretora executiva de um grupo formado pelo Instituto Cataldi (líder em desenvolvimento de marcas pessoais e institucionais na indústria de energias renováveis), pela UNIRE (Universidade de Energias Renováveis – a primeira do Brasil) e pelo Projeto Social Windpower Oportunidades (maior projeto social para profissionais de energias renováveis do Brasil). Estes são os anfitriões do evento.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trecho do Livro do Padre João Baptista Zecchin: O Ipê e o Amigo

Lideranças políticas, ambientais, comunitárias e institucionais aderem ao movimento pela criação da 14ª zona de turismo da Bahia

INFORMATIVO METEOROLÓGICO N°8/2024: Confira a previsão do tempo entre os dias 4 e 20 de março de 2024