Degradação ambiental: Aterramento das lagoas de Guanambi
Segundo o livro "Bacias hidrográficas de Guanambi: uso, ocupação e conservação", de autoria de Jane Mary Lima, Ivanilda Almeida e Gildava Araújo, relata sobre a degradação do Rio Carnaíba de Dentro e as áreas verdes e destaca que: " A exploração desordenada dos recursos naturais vem causando a degradação ambiental desde meados do século XX, essa degradação acelerou-se a partir do momento em que há o crescimento e o desenvolvimento econômico do município, na década de 1980, no contexto regional".
A cidade de Guanambi é organizada espacial pela bacia do rio Carnaíba de Dentro e o seu afluente da margem direita - Riacho do Belém, que atravessa a cidade. Também estão localizadas diversas lagoas, naturais e artificiais, com profundidade e dimensões variadas, que compõem um sistema natural de acumulação de água da cidade. Todas recebem água de chuvas e de um sistema integrado de drenagem, composto de vias, canais e galerias que compõem um sistema natural de acumulação de água.
Hoje (16),o Blog do Latinha registra o aterramento de mais uma lagoa localizada na BR-030,em frente à lagoa do Clube Recreio. Mais um desrespeito à legislação ambiental, ao Plano Diretor e ao Código de Defesa do Meio Ambiente de Guanambi. O Poder Público Municipal tem respaldado esse processo de degradação e colaborado com a especulação imobiliária.
Degradação ambiental das lagoas
Fonte - Google: Maria
Geni Batista de Moura e Wilza Gomes Reis Lopes
A
cidade constitui-se como a forma que os seres humanos escolheram para viver em
sociedade e prover suas necessidades. As agressões ao meio ambiente causadas
pela ocupação humana sugerem a necessidade de se buscar alternativas que
minimizem estas ações e promovam a integração do ser humano com a natureza. É
necessário mudar a concepção das cidades em suas áreas de expansão,
reconhecendo e aproveitando as potencialidades naturais. Pois é preciso acabar
com a destruição dessa natureza, fato esse que acarreta vários problemas tipos das
grandes cidades como enchentes, deslizamentos, poluição, etc.
Segundo
Anne Whiston Spirn, se os processos naturais fossem reconhecidos e
aproveitados, representariam um poderoso recurso para a construção de um
habitat urbano benéfico, mas, quando ignorados, ampliam os problemas que cada
vez mais castigam as cidades como deslizamentos, enchentes, a poluição do ar e
da água, dentre outros.
Desta
forma, a expansão urbana, principalmente nos grandes centros urbanos, passa a
ser um fator impactante ao meio, visto que, na maioria das vezes, o crescimento
desordenado das cidades foge ao planejamento dos órgãos competentes, tornando
áreas impróprias para ocupação em áreas construídas.
De
acordo com Otto Ribas, o controle sobre os problemas de degradação decorrentes
da urbanização só se dará por meio do conhecimento dos processos e ciclos
naturais específicos de cada local. A incorporação dos aspectos ambientais à
prática do planejamento e gestão ambiental do território é necessária para
consubstanciar uma configuração de usos e funções mais apropriados a uma região.
A
cidade pode ser entendida como um ecossistema, considerado o conceito em seu
sentido amplo, uma unidade ambiental, dentro da qual todos os elementos e
processos do ambiente são inter-relacionados e interdependentes, de modo que
uma mudança em um deles resultará em alterações em outros componentes.
O
crescimento das cidades e dos aglomerados urbanos, geralmente, reforça
problemas de ordem ambiental. As agressões ao meio ambiente ocorrem devido a um
somatório de fatores, ligados basicamente ao uso e ocupação desordenado do
solo, ao crescimento da malha urbana sem o acompanhamento adequado de recursos
de infra-estrutura e a expansão imobiliária. Assim, áreas inadequadas são
ocupadas pela população carente, acarretando o comprometimento dos recursos
ambientais, com prejuízo para a sociedade como um todo, especialmente os que
são obrigados a conviver dia a dia em situação precária.
Spirn
afirma que para aproveitar as oportunidades inerentes ao ambiente natural da
cidade torna-se necessária uma nova atitude para com o ambiente construído. Em
suas palavras, “a cidade precisa ser reconhecida como parte da natureza e ser
projetada de acordo com isso. [...] A natureza na cidade precisa ser cultivada
como um jardim, em vez de ser ignorada ou subjugada”.
O
crescimento das cidades e dos aglomerados urbanos, geralmente, reforça
problemas de ordem ambiental. As agressões ao meio ambiente ocorrem devido a um
somatório de fatores, ligados basicamente ao uso e ocupação desordenado do
solo, ao crescimento da malha urbana sem o acompanhamento adequado de recursos
de infra-estrutura e a expansão imobiliária. Assim, áreas inadequadas são
ocupadas pela população carente, acarretando o comprometimento dos recursos
ambientais, com prejuízo para a sociedade como um todo, especialmente os que
são obrigados a conviver dia a dia em situação precária.
A
ocupação e o desenvolvimento dos espaços habitáveis sejam eles no campo ou na
cidade, segundo Toshio Mukai, não podem ocorrer de forma casual, de acordo com
os interesses privados e da coletividade. São necessários estudos da natureza
da ocupação, sua finalidade, avaliação da geografia local, da capacidade de
comportar essa utilização sem danos para o meio ambiente, de maneira a permitir
boas condições de vida para as pessoas, permitindo o desenvolvimento
econômico-social, harmonizando os interesses particulares e os da coletividade.
Trata-se
de uma área suscetível a inundações, apresentando um processo desordenado de
ocupação do solo, com grande número de habitações construídas às margens das
lagoas, comprometendo o ecossistema local. A ocupação no entorno das lagoas da
zona norte de Teresina cresce em ritmo acelerado, podendo ser observada uma
crescente construção de edificações, não só para fins habitacionais, como
também, com a finalidade de comércio e serviços.
Do
ponto de vista ambiental, as lagoas encontram-se complemente degradadas, devido
à ocupação desordenada de suas orlas e por serem desembocaduras de esgotos e de
lixo, reduzindo a capacidade de escoamento do sistema e transformando-as em
focos de doenças e de desconforto para a população.
As
lagoas vêm demonstrando sinais de saturação de sua capacidade de depuração dos
esgotos, devido ao lançamento de carga orgânica, cada vez maior em seu
interior, resultando em severa degradação do ambiente, com alterações
acentuadas na qualidade de suas águas, o que é perceptível, principalmente,
pelo odor séptico, verificado nas proximidades. Como grande parte da área das
lagoas compõe um sistema de drenagem de águas residuárias e pluviais, esses
corpos d’água representam, hoje, sérios problemas ambientais e sanitários, o
que se agrava com a ocupação desordenada de suas margens e com o lançamento
indiscriminado de esgoto e lixo doméstico, caracterizando, assim, um avançado
processo de deterioração ambiental e sérios riscos à saúde pública. Na época
das chuvas, ocorrem trasbordamentos das águas de superfície, provocando
inundações e epidemias.
A
recuperação dessas áreas é de fundamental importância para a manutenção das
lagoas como áreas de acumulação e amortecimento das inundações, permitindo a
utilização dessas lagoas como parte importante do sistema de escoamento de
águas, na época das cheias. Faz-se necessário à transferência das famílias que
ocupam estas áreas de riscos para locais seguros e menos impactante ao meio
ambiente. Ao mesmo tempo, é importante a adoção de medidas que impossibilite
nova ocupação por outras famílias.
É
preciso organizar o espaço ambiental, no qual estão inseridas essas Lagoas, a
partir do ordenamento do uso do solo, associado à preservação dos recursos
naturais e do meio ambiente, de forma a imprimir uma nova dinâmica aos bairros
nos quais estão localizadas as lagoas de maneira que se torne uma região
ambientalmente sustentável. Nesse contexto, deve-se realizar a estruturação do
sistema viário e aberturas de vias, ciclovias e espaço para pedestres, fazer a
recuperação ambiental e sanitária das lagoas e áreas adjacentes, visando à
proteção da saúde da população residente na área e utilização para diferentes
atividades, como piscicultura, recreação, lazer dentre outras.
Aliado
a isso seria importante também à implementação de programas de educação
ambiental, a ser feitos em parceria com as associações de bairros, no sentido
de conscientizar a população local sobre a importância de um meio ambiente
saudável. Nestes programas deveriam conter informações de como conservar e
respeitar os recursos naturais, bem como entender a importância e função das
lagoas para a região.
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