Ponte de Salvador para Itaparica tem série de desafios para os engenheiros


Tribuna da Bahia


Um visão da ponte que ligaria Salvador a Itaparica
Um visão da ponte que ligaria Salvador a Itaparica
Quais os desafios impostos à engenharia por uma obra da complexidade da ponte Salvador-Itaparica?
Alguns dos aspectos técnicos que estão sendo estudados durante esta fase de elaboração do projeto da ponte e que carecem de respostas e soluções apontadas por engenheiros foram pontuadas nesta quinta-feira  (14/3) pelo diretor da Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan), Paulo Henrique de Almeida, em palestra realizada no auditório da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, como parte das atividades da semana em que se comemora os 116 anos da instituição.


Ele iniciou traçou uma visão geral da proposta do Sistema Viário Oeste (SVO) e destacou que, à medida que as análises avançaram, percebeu-se a complexidade do projeto. “É muito mais que um sistema viário e não se resume a ponte e estradas. Tem que ser entendido como um projeto de desenvolvimento regional”, explicou.
Essa visão se justifica pela articulação do sistema com a Via Expressa, BR 324, duplicação da BA 001 e da ponte do Funil (ilha) e qualificação do trecho rodoviário Nazaré-Santo Antônio de Jesus-Castro Alves.
“O projeto ganhou outra dimensão. Estamos estudando milimetricamente como se dará a expansão urbana na ilha para que a qualidade de vida seja igual ou melhor que a de Salvador e com o meio ambiente preservado”, enfatizou Almeida.
Em Salvador, o impacto reflete-se na requalificação do Centro Antigo e Cidade Baixa, passo este que já vem sendo dado com a revalorização da Avenida Contorno e construção do Terminal de Passageiros, que vai revigorar a área do Mercado Modelo.
“Mas é preciso equacionar a mobilidade em Salvador, pois temos que pensar no fluxo que, com a ponte, virá a partir do Sul, com destino a Sergipe e Pernambuco, passando por dentro de Salvador”, alertou Almeida que, por sua vez, lembrou os investimentos que o Governo do Estado vem fazendo na malha viária da capital, a exemplo da abertura da licitação que prevê investimentos de R$ 71 milhões em viadutos que facilitarão a ligação entre a Avenida Paralela e os bairros do Imbuí, Boca do Rio e Orla.
O complexo naval e portuário, capitaneado pelo Estaleiro de Paraguaçu, bem como obras como o Porto Sul, Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), privatização do Porto de Malhada e duplicação da BR 415 (Ilhéus-Itabuna), em fase de licitação, também fazem parte das obras estruturantes do Estado. Todas elas demandando mão de obra especializada.
Após dimensionar a importância do Sistema Viário Oeste, Paulo Henrique de Almeida enumerou questões técnicas ligadas à ponte Salvador-Itaparica, que estão sendo estudadas e exigem soluções de engenharia, a exemplo da quantidade de faixas de veículos.
A tendência é que permaneça em seis, visto que a ponte é uma construção com previsão de atender a demanda por 100 anos. Mas está sendo analisada, revelou o diretor da Seplan, a possibilidade de construir sete faixas. Esta seria destinada a, no futuro, abrigar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Aspectos de engenharia, como a estrutura do tabuleiro, o trecho móvel da ponte, fundações, estrutura de pilares e distância de vãos, entre outros, apontou, estão entre os pontos em estudo.

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