DESAPROPRIAÇÃO DO IMÓVEL RURAL, ONDE ESTÁ LOCALIZADA A COVA DE LEOCÁDIA
Um exemplo de dedicação a comunidade e ao povo de Guanambi.
O então vereador Lino Teixeira, apresentou na Câmara de Vereadores de Guanambi, no ano de 1963, Projeto Lei, visando tornar de utilidade pública a área onde está localizada a cova de Leocádia, no total de 1(um) hectare.
Na justificativa do projeto, o vereador teve a orientação do seu pai, Domingos Antonio Teixeira, que narrou à história de Leocádia, que foi posteriormente publicada em 1991, no livro “Respingos Históricos”. O historiador Domingos Antônio Teixeira, escreve sobre a morte de Leocádia. A repercussão do acontecimento, naquela época, originou a visitação de populares na Semana Santa e dia de Finados, ao local onde está a Cova de Leocádia.
O projeto do Vereador Lino Teixeira, do ano de 1963, visava tornar de utilidade pública aquela área, em reconhecimento a devoção popular e importância histórica de Leocádia.
Foi aprovado o projeto no ano de 1963, pela maioria dos vereadores da época. Entretanto, não foi sancionado e nem executado a desapropriação daquela área, pelo Prefeito Municipal. A intenção do prefeito era não desagradar os seus proprietários.
O prefeito atual, Nilo Coelho, reconhecendo a importância histórica da localização onde está à cova de Leocádia, através de decreto fez o tombamento do local, o que possibilitará o reconhecimento da área como de utilidade pública e a sua futura desapropriação.
Certo dia, em 1905 ou 1908, procedente das vizinhanças de Brejinho das Ametistas, a jovem e matuta rapariga Leocádia chegou
Assim que foi, já no dia seguinte, Dona Raquel veio saber da chegada da pobre matuta e, como era ciumenta ao extremo, desde logo passou a odiá-la fidalgamente. Poucos dias depois, não faltou quem lhe falasse que seu marido havia dado um vestido aquela mulher.
Dona Raquel, ciumenta e perversa, era casada com um fazendeiro, uma das principais figuras de Beija-flor na época, cujo nome aqui não citaremos em consideração a membros da família a que pertencia.
Subestimando o prestígio de que gozava o seu marido, ela contratou um “sujeito”, homem de maus instintos para matar Leocádia, certamente assegurando-lhe a impunidade do crime, contando que fosse praticado de acordo com sua ordem.
A pobre vítima, ignorando o tenebroso plano arquitetado por Dona Raquel para o seu assassinato, foi lavar a própria roupa nos pequenos “caldeirões” da “Caiçara’, nas proximidades do Arraial. Ali ela foi fria e barbaramente assassinada, seu cadáver mutilado, atado a blocos de pedra, atirado dentro do “caldeirão”!... Leocádia não foi mais vista em Beija-flor... Teria viajado?...
Alguns dias depois, quando o cadáver entrou em franca decomposição, alguém notou que a água de um dos “caldeirões” estava consideravelmente alterada exalando mau cheiro. Retirada então parte da água, observou-se que no fundo do “caldeirão” jazia o cadáver de uma mulher, amarrado a blocos de pedra, cujo peso impedia o natural flutuamente.
Imediatamente chegou ao Arraial a notícia do macabro achado e logo quase toda a população acorreu ao local, onde o Subdelegado, João Ferreira, procedeu o levantamento do cadáver e sua identidade, ficando constatado que a matuta rapariga fora ali assassinada e o seu cadáver lançado n”água do “caldeirão” e, como se achava em adiantado estado de putrefação, ali mesmo foi sepultado.
Leocádia havia sido a vítima de um monstruoso crime e, então, a solidariedade humana, em nenhum tempo nesta parte do Sertão, se manifestou tão expressiva e tão espontânea, porque a população emocionadamente abalada, pedia a elucidação do crime para a punição do culpado.
Naqueles dias teve início a tradicional visita à cova da “Leocádia”, que ainda hoje se faz ordinariamente nos dias da Sexta-feira da paixão e dos Finados.
Descoberto o crime e iniciadas as investigações, o assassino fugiu, indo homiziar-se na fazenda de Sinézio Bastos,
Por José Bonifácio Teixeira
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