PCdoB PLANEJA DISPUTAR PELO MENOS 400 PREFEITURAS EM 2008

O governo vai bem, obrigado, e a “economia segue em céu de brigadeiro”. Foi apontando estes dois elementos centrais da conjuntura nacional que Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, abriu a reunião da Comissão Política Nacional do Partido nesta sexta-feira (20), em São Paulo. Sobre o projeto para 2008, Renato colocou a meta de lançar candidatos a prefeito do PCdoB em 400 cidades, entre elas 14 capitais.


Para o dirigente comunista o governo Lula, baseado no prestígio do presidente – que se mantém em níveis elevados apesar dos “apagões” aéreos e da violência endêmica das grandes cidades – conseguiu reunir uma grande base de apoio, que vai se consolidando, formada por onze partidos, incluído o PMDB.


Lula criou também o Conselho Político, formado pelos presidentes dos partidos da base, lideranças na Câmara e no Senado, que vem funcionando, debatendo questões imediatas e importantes. “Não é apenas figurativo”, e através dele o governo consegue manter um vínculo mais próximo com a base. O resultado é a maior eficiência na relação com o parlamento, traduzida, por exemplo, na aprovação de quase todas as MPs (Medidas Provisórias) do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), faltando apenas duas, disse Renato.O governo vai bem; com a oposição ainda procurando encontrar o seu lugar, é possível avançar mais, disse o dirigente comunista.


A economia está marcada por notícias que os analistas consideram favoráveis. Há otimismo entre os empresários, e fala-se em crescimento, neste ano, entre 4% e 4,5%. O risco país caiu, até agora, para pouco mais de 140 pontos e prevê-se que o país alcançará a cobiçada qualificação de nível de investimento, fortalecendo a atração de investimentos estrangeiros.


É um quadro favorável que leva a uma visão imediatista e de horizonte curto. "Não podemos nos orientar pelas aparências", advertiu Renato. A situação mundial, que é instável e de muita incerteza, não fornece uma base sólida para esse otimismo, alertou ele. Se a situação mundial mudar, o Brasil pode ser afetado. Por isso, “o horizonte não pode ser curto”, pensa Renato. “Além do mais, o nível que a violência urbana alcançou é sintoma da crise social e desesperança em que vive grande parcela do povo”, agregou.


Há ainda outros riscos embutidos na política macroeconômica conservadora praticada pelo governo. Um exemplo é o câmbio, com a absurda valorização do real que embute um risco de desindustrialização. Renato deu o exemplo da soja: a exportação in natura não é taxada, mas a exportação de soja industrializada enfrenta tarifas que desencorajam seu processamento no Brasil.


Energia alternativa


Renato relatou também como foi o debate da questão dos biocombustíveis na última reunião do Conselho Político do governo, realizada na quinta-feira (19). O debate do tema naquela instância foi proposto pelo próprio presidente Lula.


"Historicamente, vivemos o fim da era do petróleo, do gás e do carvão", e a busca de alternativas energéticas, que envolve fortemente o interesse nacional, disse Renato. “O Brasil é o exemplo da diversidade de fontes de energia; é auto-suficiente em petróleo, tem hidrelétricas, gás, etanol, biodiesel, carvão, energia nuclear. O Brasil tem uma posição insólita no mundo, pode ter um grande papel” na transição para energias alternativas, disse.


Com muita terra agricutável, existe um forte interesse nacional no biocombustível. Enfrentando um dos desafios do uso da terra para a produção de combustíveis alternativos, o Conselho debateu também o zoneamento para a produção, prevendo espaços para a produção de cana, de soja e de alimentos. Como o apetite do imperialismo cresce, diante das alternativas de riquezas energéticas. O próprio Lula, naquela reunião, advertiu que não se pode deixar o capital estrangeiro ocupar esse espaço.


Renato Rabelo descreveu o Bloco de Esquerda (composto pelo PSB, PDT e PCdoB, entre outras siglas) como uma tentativa de criar um espaço à esquerda, que pode inclusive atrair setores do PT. "É necessário mostrar que este é um espaço a ser ocupado. Para isso, o Bloco precisa ter uma identidade mais definida", afirmou.


Para enfrentar este desafio, dia 25 os presidentes dos partidos do Bloco vão se reunir visando definir uma plataforma comum baseada em quatro pontos: defesa da soberania nacional, da democracia, dos direitos sociais e da integração da América do Sul. Há ainda dois aspectos previstos para o debate: como levar o Bloco para o Senado, tornando-o uma realidade também naquela Casa; e o lançamento do Bloco em âmbito nacional, visando a eleição de 2008. Em busca de maior visibilidade para o Bloco pensa-se na realização de um grande ato político, com governadores, senadores, deputados, prefeitos e outras personalidades.


Plano eleitoral para 2008


Renato adiantou alguns pontos do plano eleitoral para 2008. Ele saudou o ineditismo do fato dos comunistas começarem a tratar da questão com tanta antecedência. Esta é uma tarefa política prioritária, disse, e "o Partido tem compreendido assim e começado a construir um plano, todo o Partido, o que é inédito”, comemorou.


O PCdoB tem possibilidade de candidatura própria em 14 capitais. "Precisamos alcançar o número de 400 candidatos a prefeito", propôs o dirigente comunista.


Várias questões se entrelaçam neste ponto: a busca de mais filiações, o estabelecimento de medidas para a filiação de lideranças detentoras de mandatos e cargos públicos, a filiação de personalidades representativas que se comprometam com o programa partidário, a preparação do Partido para enfrentar a ameaça da volta da cláusula de barreira de 5%, entre outras questões que compuseram a pauta da reunião da Comissão Política Nacional

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