Mineradoras baianas apostam em projetos de educação ambiental

 

Foto: Circuito do Lixo: adubo orgânico é usado na horta da cooperativa (Ulisses Dumas/BAMIN)

 Ações estimulam o conhecimento e geram renda

A preocupação com o meio ambiente e a necessidade de preservar as nossas riquezas minerais deixou de ser uma pauta para o futuro e está cada vez mais presente em nosso dia a dia. Na mineração isso não é diferente e as empresas estão cada vez mais desenvolvendo ações socioambientais que estimulam a preservação do meio ambiente e também uma maior qualidade de vida para os cidadãos.

Na Bahia, por exemplo, ações de ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) são cada vez mais comuns e geram bastantes resultados na preservação do meio ambiente e também econômicos. Empresas de mineração com classificações ESG mais altas, superaram o desempenho do mercado durante o pico da Covid-19, entregando 34% de retorno aos acionistas nos últimos três anos, dez pontos percentuais acima do índice do mercado, segundo o relatório “Mine 2021”, 18ª revisão anual das 40 maiores empresas de mineração da PwC, que examina as tendências globais na indústria de mineração.

Dentre as ações, o processo de conscientizar a própria comunidade, onde as mineradoras atuam, já tem gerado bons frutos. Em Caetité, cidade situada a 645 quilômetros da capital baiana, a Bamin, uma das principais produtoras de minério de ferro do estado, o Circuito do Lixo, projeto que une geração de renda e educação ambiental, desde 2010, já evitou que 2,5 milhões de quilos de resíduos recicláveis fossem parar nos lixões, além de gerar mensalmente uma renda total de R$ 36 mil, o que equivale a R$ 1,2 mil para cada um 30 cooperados da Coopercicli, parceira do projeto.

O projeto passou a atuar, no ano passado, também no município de Licínio de Almeida, situado a 745 quilômetros de Salvador. A ação contempla um ponto de coleta em Brejinho das Ametistas, além de um minhocário para produção de húmus e uma horta orgânica, que está produzindo verduras e legumes para os próprios cooperados e está ampliando a coleta de resíduos orgânicos para aumentar a compostagem.

“Esse é um projeto que está totalmente alinhado aos princípios da BAMIN que tem o compromisso de contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento local, porque além de promover a coleta seletiva, faz um trabalho de excelência em relação à educação ambiental e contribui para aumentar a geração de renda dessa população, ações como esta contribuem para que a BAMIN ao longo de suas operações deixe um legado vivo para a região”, afirma o Gerente Geral de Meio Ambiente e Relacionamento com Comunidades da BAMIN, Marcelo Dultra.

Outro projeto que promete render bons frutos é o de educação ambiental em escolas do município de Jacobina, localizado a 339 quilômetros da capital baiana. A ação, desenvolvida pela Yamana Gold, uma das maiores produtoras de ouro do país, conta com parceria da Prefeitura Municipal de Jacobina e o Ministério Público da Bahia. As atividades serão desenvolvidas em quatro escolas do município e será dividida em Eco Kids, voltados para o público infantil (6 a 10 anos) e o Eco Teens, destinado a adolescentes (11 a 14 anos).

O intuito da ação, é promover a conscientização ambiental nas futuras gerações por meio de trabalhos de educação ambiental como oficinas temáticas, atividades extraclasse e palestras de especialistas. Além disso, o projeto resultará na criação de um informativo no formato de jornal sobre meio ambiente, no qual os alunos das escolas públicas irão produzir os próprios textos.

“Ficamos muito empolgados quando conhecemos o EcoKids e o Ecoteens, criados pelo Ministério Público da Bahia, porque a Yamana também acredita que a educação ambiental deve começar na escola. É importante que, desde pequenos, as crianças aprendam a racionalizar os recursos e a contribuir com seu “grãozinho de areia” para um mundo mais sustentável. Já atuávamos assim por meio do programa Mineirinho e agora iremos aumentar o número de beneficiados com a implantação dos novos programas”, comemora Edvaldo Amaral, Gerente Geral da JMC.

Ações como essa são incentivadas pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que acredita que a mineração tem que ter esse compromisso socioambiental das empresas com as quais fecha parceria. “Essa é uma preocupação com o futuro. Precisamos ter este cuidado com as pessoas e com o meio ambiente e pensar em qual legado vamos deixar para os nossos netos e bisnetos. É uma mudança de postura, de comportamento. É isso que temos que encarar e ter boa vontade para fazer. Você não muda cultura em um toque. É um processo de reeducação e de preparação. E é isso que todos temos que fazer. É uma mudança de governança, no final da história”, enfatiza o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm.

Informe WWI de Sustentabilidade


No final do ano passado, as ações voltadas para as comunidades ao redor de sete das maiores mineradoras na Bahia foram compiladas no Informe WWI de Sustentabilidade na Mineração 2021. O material, produzido pelo World Watch Institute no Brasil, com apoio da CBPM trouxe importantes realizações, como fomento a cooperativas, manutenção de escolas e implantação de internet nas localidades, dentre outras, promovidos pela Bamin, Ferbasa, Galvani, Mineração Caraíba, RHI Magnesita, Tombador Iron e Yamana Gold. A íntegra do material está disponível para download em bit.ly/informewwi2021.

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