JORNADA DE DEBATES EM MEMÓRIA DOS 4 ANOS DO CRIME DE MARIANA E EM DEFESA DA SOBERANIA POPULAR NA MINERAÇÃO


Neste dia 07 de Novembro o MAM- Movimento Pela Soberania Popular na Mineração, juntamente com a Cáritas Diocesana de Caetité, a Comissão Pastoral da Terra, o Levante Popular da Juventude, a Ong Prisma, a Consulta Popular, a Universidade do Estado da Bahia - Campus VI e Campus XII lançam a Jornada de Debates em Memória do Crime de Mariana e Em Defesa da Soberania Popular na Mineração, a ser realizada entre os dias 07 e 30 de novembro, nos municípios de Caetité-BA, Guanambi-BA e Brumado-BA. 

A jornada tem como objetivo rememorar o criminoso rompimento da barragem do Fundão, em Mariana-MG, de responsabilidade da Vale, Samarco e BHP Billiton, ocorrido em 05 de novembro de 2015, que resultou na morte de 19 pessoas e na contaminação de todo o Rio Doce, além de causar danos ambientais de proporções incalculáveis. Também pretende-se debater as contradições em torno desse rompimento e quais são as semelhanças com as atividades de mineração nos municípios onde acontecerá a jornada. 

Além disso, a Jornada pretende levar à população o debate sobre as contradições da atividade de mineração na região, evidenciando os problemas em projetos como o da BAMIN- Bahia Mineração, como também da operação de atividades como a exploração de Urânio em Caetité e a Magnesita em Brumado. E assim refletir sobre a necessidade de participação popular e democrática nas decisões sobre a mineração. 

O projeto Pedra de Ferro da Bahia Mineração, localizado entre os municípios de Caetité e Pindaí, visa explorar 470 milhões de toneladas de minério de ferro em 30 anos, e ao final poderá deixar até 180 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Para conter essa quantidade de material liquido, será construída uma barragem 14 vezes maior que a de Brumadinho-MG. 

O projeto conta ainda com a Ferrovia de integração Oeste Leste (FIOL), obra responsável, ainda em fase de construção, por danos em casas e caixas de água quebradas pelas explosões, e pela destruição de lavouras e comprometimento de aguadas, isso em todos os municípios onde passa. Junto a isso, a não contração de mão de obra local e a certeza de que essa ferrovia não é para o povo, mas apenas parar saquear seus minérios. 

A INB- Indústrias Nucleares do Brasil S/A, opera em Caetité desde o ano 2000, e neste período registrou pelo menos 6 problemas graves na atividade, como vazamento de ócio de urânio para a natureza, transbordamento de material de urânio das bacias de tratamento, entre outros acontecimentos que vem colocando em risco a vida do povo. Fora isso, Caetité registra hoje um alto índice de casos de câncer, o que exige a saída de pessoas durante todo ano para se tratar em outros municípios, quando os impostos da mineração não garantem as condições de investimento em saúde. 

Em Brumado, na medida em que a RHI Magnesita foi expandido sua atividade e distribuindo mais lucros aos acionistas, o município foi se tornando economicamente dependente da atividade. Sem diversificação produtiva adequada, a cidade não tem plano para substituir a mineração quando as minas em funcionamento acabarem. E a mineração acaba! No mesmo semestre que a empresa faturou 1,5 bilhões de Euros, dois acidentes de trabalho foram registrados na RHI Magnesita, um fatal e outro ferindo gravemente um trabalhador, que dificilmente poderá retornar à mesma atividade. 

Diante deste contexto, o MAM, juntamente com o conjunto de outras organizações e entidades engajadas na luta contra o atual modelo de mineração, lança a Jornada em Memória do Crime de Mariana e em Defesa da Soberania Popular na Mineração, para denunciar o caráter violento, antidemocrático, saqueador e criminoso do atual modelo mineral. Ao mesmo tempo, reivindicar o direito do povo de decidir sobre os rumos de suas riquezas, de exercer soberania popular sobre os bens minerais. 


Por um País Soberano e Sério, contra o saque dos nossos minérios!

🖌 Confira abaixo as agendas de atividades já confirmadas:



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