I Café Literário da UniFG honra o legado de Anísio Teixeira


Nesta terça-feira (12), o Centro Universitário UniFG realizou seu I Café Literário, com o lançamento do livro “Breve História da Vida e Morte de Anísio Teixeira – desmontada a farsa da queda no fosso do elevador”. Esteve presente ao evento o autor, Prof. João Augusto de Lima Rocha, assim como o ex-deputado federal Haroldo Lima, que assina o prefácio da obra.
Prof. João Augusto de Lima Rocha pesquisou por mais de 30 anos a vida de Anísio Teixeira
Compuseram também a mesa de abertura do evento o Reitor da UniFG, Prof. Georgheton Nogueira; a Coordenadora de Cultura da UniFG, Profa. Adriana Bomfim; a diretora da Casa Anísio Teixeira, Profa. Maria Auxiliadora Ledo; o Secretário de Cultura de Guanambi, Paulo Costa; e José Carlos Lélis Costa, que mediou a interlocução entre o Prof. João Augusto e o público.
Na abertura do evento, o Prof. Georgheton Nogueira reforçou a importância da luta de Anísio Teixeira pela educação pública, e sua crença em como apenas a educação universal e de qualidade seria capaz de alçar o Brasil à condição de uma nação moderna. O Reitor enfatizou também a necessidade de uma educação que não se limite a produzir mão de obra útil, mas que seja capaz de promover o desenvolvimento das subjetividades individuais.
O ex-deputado Haroldo Lima deu uma verdadeira aula de história, apresentando a luta pela construção da educação pública brasileira, que tem em Anísio Teixeira um de seus expoentes. O Prof. João Augusto afirmou que Anísio Teixeira “é o educador brasileiro que mais renovou a educação em nosso país”. Através de sua atuação como Secretário da Educação e pensador, é considerado é o mentor da luta pela escola pública universal e gratuita no Brasil. Na visão de Anísio, o papel da educação era o de formar homens livres e preparados para transformar a realidade social.
Para formar esse cidadão, Anísio Teixeira defendia a gratuidade do ensino desde a educação básica até a universidade. “É uma concepção interessante porque une a questão da democracia com a educação. Quem constrói e consegue manter a democracia é a escola pública. As ideias de Anísio são importantes por isso, a capacidade de integrar política e educação”, completa Rocha.
Em seu livro, fruto de mais de 30 anos de pesquisa, João Augusto de Lima Rocha traça uma breve mas iluminadora narrativa da vida e da obra de Anísio Teixeira, trazendo à luz a importância de seu legado. Além disso, o autor realiza uma análise precisa e minuciosa de documentos da época da morte do autor, e questiona a causa oficial de sua morte, divulgada como resultado da queda no fosso de um elevador.
Após o debate, foi feito o descerramento da placa da Sala de Defesas do Mestrado em Direito da UniFG, que passou a se chamar Sala Anísio Teixeira. Em seguida, os presentes foram convidados para uma sessão de autógrafos com o autor.
A Profa. Adriana Bomfim considera que o Café Literário abre mais um espaço de interlocução entre a UniFG e os saberes culturais em Guanambi. “Ter duas personalidades tão ilustres conosco neste 1° Café Literário só confirma o compromisso que a UniFG, através da sua Coordenação de Cultura, tem com a história da educação de nosso país”, afirma.
“A UniFG fechou, em outubro, uma parceria com a Casa Anísio Teixeira e busca, através desse diálogo, produzir mais discussões sobre o papel da educação e da cultura na transformação regional. As duas instituições estão preparando uma série de projetos para o ano de 2020, que será chamado Ano Anisiano e busca reforçar o debate sobre a educação de qualidade”, afirmou Bomfim.
O caetiteense Anísio Teixeira (1900-1971)
Anísio Teixeira – Nascido em Caetité em 1900, Anísio Spínola Teixeira formou-se em Direito em 1922 e em 1924 foi nomeado inspetor-geral do Ensino na Bahia. Entre 1925 e 1929, realizou uma série de viagens à Europa e aos Estados Unidos para estudar diferentes modelos de sistemas de ensino. Retornando ao Brasil, foi nomeado diretor de Instrução Pública do Rio de Janeiro em 1931, e criou uma rede municipal de ensino que ia da escola primária à universidade. Perseguido pela ditadura Vargas, retornou à Bahia em 1936. Em 1946, assumiu o cargo de conselheiro geral da UNESCO. No ano seguinte, foi nomeado Secretário da Educação do estado da Bahia. Nos anos 50, Anísio foi Secretário Geral da CAPES, diretor do INEP e participou dos debates para a implantação da Lei Nacional de Diretrizes e Bases, sempre como árduo defensor da educação pública. Em 1963 foi nomeado reitor da UnB, que havia ajudado a criar, mas renunciou em 1964, devido ao Golpe Militar, e foi lecionar nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1965 e atuou como membro do Conselho Federal de Educação. Em 1971, o corpo de Anísio Teixeira foi encontrado no fosse de um elevador no centro do Rio de Janeiro, nas circunstâncias obscuras que João Augusto de Lima Rocha analisa em seu livro.








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