Leonelli defende economia criativa como estratégia de desenvolvimento

POLÍTICA LIVRE 



Foto: Divulgação
Ex-secretário estadual de Turismo e ex-deputado federal em três mandatos, o publicitário Domingos Leonelli (PSB), que atualmente preside o Instituto Pensar, foi um dos palestrantes do II Encontro Internacional de Jornalistas de Turismo, realizado em Salvador. Durante o evento, organizado pela Abrajet, ele defendeu a utilização da economia criativa como estratégia de desenvolvimento e foi taxativo: “O último grande projeto de nação do Brasil é do governo Vargas”, numa referência à criação de estatais estratégicas para o desenvolvimento do país àquela época como a Petrobras, Eletrobrás e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Ele defendeu a criação de uma empresa estatal para a economia criativa e disse que é preciso que o Estado inicie esse processo. “Quanto menos desenvolvido tecnologicamente é um País, menos desenvolvido economicamente ele é. Essa estatal teria que ser um pontapé inicial, nem que fosse privatizada depois”, afirmou.
Para ele, falta compreensão dos governantes sobre o quanto são importantes o turismo e a economia criativa. “O Brasil é o quarto consumidor mundial de games, mas não está nem entre os 15 principais produtores. Estes setores não chegam a 1,5% do orçamento real e nos estados e municípios, sequer ultrapassam a marca de 1%. Falta força política e enquanto isso não ocorrer, seremos apenas exportadores de grãos e minério de ferro. O Poder Público não entende que um hotel funcionando plenamente é mais importante e gera mais empregos que uma fábrica de detergentes”, disse.
O ex-secretário também apresentou números do setor do Turismo, que representa 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mas criticou a ausência de um mecanismo eficaz de cálculo para obtenção dos dados, conhecido como “Conta Satélite”. Confrontado sobre a necessidade da intervenção do Estado para o incentivo de startups e empresas voltadas para softwares e games, o presidente do Instituto Pensar lembrou que a Apple, gigante do mundo de computadores e celulares não foi apenas uma empresa surgida na garagem de Steve Jobs. “Os Estados Unidos perceberam a importância estratégica de se investir neste negócio criativo”, disse Leonelli ao citar exemplos como a Austrália e Grã Bretanha, países que apostaram na economia criativa e hoje colhem importantes frutos. Ele também chamou a atenção para o modelo de relações de trabalho na era da criatividade e citou o exemplo dos aplicativos de transporte que não investem, possuem um número mínimo de funcionários e uma margem de lucro considerada alta, já que não participa dos custos dos colaboradores.

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