Homenagem Especial ao Dia dos Pais no Centenário de Guanambi: História de Antônio Primo Costa

Antônio Primo Costa nasceu no dia 9 de fevereiro de 1908 na Fazenda Água Branca que fica localizada no distrito da Lagoa da Espera, atual Mutans, em Guanambi. Era filho de Antero Vieira Costa e Jardelina Maria da Paz. Faleceu no dia 3 de outubro de 1991.

A dedicação de Antônio Primo ao comércio com gado, algodão, couro, feijão, farinha, ovinos, caprinos, equinos e às suas fazendas (Fazenda Água Branca – Guanambi e Fazenda Mata Verde – Palmas de Monte Alto) é que garantiu a maioria do sustento da Família. Foi tropeiro, vaqueiro, comerciante, político e teve uma vida dedicada a defesa da melhoria de vida dos familiares e do povo em geral. 

Em 1951, Antônio Primo foi eleito vereador de Guanambi na gestão do Prefeito Joaquim Fernandes com uma votação expressiva no distrito da Lagoa da Espera e teve uma atuação importante na defesa da educação. Em 1947, na gestão interina do Prefeito Domingos Antônio Teixeira, participou da comissão responsável pela construção do prédio escolar no distrito de Mutans, juntamente com os senhores José Leôncio Cardoso e Nelson Fiuza Brandão. 

Para manter o sustento de tantos filhos e parentes foram muitos anos de lutas e labutas. Antônio Primo era um guerreiro em uma época em que a sobrevivência era difícil. Para seus filhos desejavam o que não tiveram oportunidade de ter por falta de condições econômicas, o maior bem os estudos. O seu maior sonho se   concretizou com o envio de todos os 19 filhos para estudarem em Salvador e em outros estados, o que lhes custou uma luta gigante.

A família






Em 17/12/1931 Antônio Primo Costa resolveu constituir família e casa-se com sua primeira esposa Adalgísia Ferreira Costa e desse enlace matrimonial nasceram seis filhos: Nelson Primo Costa, Benedito Primo Costa, Valmique Primo Costa, Onílio Primo Costa, Sidney Primo Costa e José Nilson Primo Costa.

Em 29/10/1943 faleceu Adalgísia Ferreira Costa. Viúvo e com seis filhos, Antônio Primo Costa casa-se novamente, com Carmita Aurora Lelis Costa, no dia 10 de outubro de 1945, na presença do Juiz de Direito Dr. Milton Costa, tendo como testemunhas Gercino Coelho, Pedro Francisco de Morais, Eujácio Vieira Costa, Nilson Alves Brandão, José Leôncio Cardoso (Padrim Zeca) e Gustavo Bezerra. O casal fixa residência na vila de Mutãs, na Praça da Matriz.

A jovem Carmita (19 anos), com muito carinho e dedicação, assume a maternidade dos seis filhos do primeiro casamento de Antônio Primo e com o  tempo nasceram mais treze filhos: Almir Lélis Costa, Isa Maria Lélis Costa Simões, Adalgísio Lélis Costa, Maria Dolores Lélis Costa Holthouser, Antônio Wilson Lélis Costa, Mário Lúcio Lélis Costa, Edson Luiz Lélis Costa, Maurício Lélis Costa, Marco Venício Lélis Costa, José Carlos Lélis Costa, Julio César Lélis Costa, Ana Maria Lélis Costa Araújo e Antônio Primo Costa Filho.




ANTÔNIO PRIMO COSTA

Um homem para ser bom não precisa ser perfeito. Basta que tenha um bom coração. Basta que sinta a necessidade do outro e se disponha a socorrê-lo. Basta que amargue as dores do mundo, sem culpar a quem o rodeia. Que saiba discernir entre o passo a tomar, a dor a ficar, a mágoa a apagar. Basta que saiba ver o outro, sem se sentir superior a ele. Não ter respostas prontas aos desafios, mas ter a disposição para vencê-los. Saber que o trabalho é o único caminho da dignidade e por ele caminhar, sem medo, sem cansaço, sem limites. Entender o que é gerar e criar. Doar de si o melhor para isso. Realizar o convívio, harmonizar o possível, seguir em frente. Esperar da vida, fazendo-a. Oportunizar o amparo, ser filho, irmão, pai, amigo, sem ser melhor que ninguém. Apenas sendo-o. Transformar a sua existência em algo produtivo, seja de riqueza, seja de substância interior, afinal não se leva nada, senão o que se acumulou tentando isso realizar. Às vezes, simplesmente sendo assim, se constrói uma cidade. Acho que estamos diante de um homem dessa envergadura. Antônio Primo Costa não foi mais importante que nenhum importante cidadão da cidade de Guanambi. Foi mais um. Mas o que foi, serviu de exemplo para muitos, para tantos, que a necessidade e a satisfação maior de todos era saber que ele existia. Saber que se tinha, nesse local, nessa cidade que nascia, alguém em quem confiar. Que havia um homem que não precisava ser procurado para receber a sua ajuda, pois seus olhos atentos, sua visão acurada, sua sensibilidade profunda para as necessidades do seu semelhante, sua mão sempre amiga, antecipavam a providência e o socorro, saciando a fome dos que a tinham, o pouso para os viajantes, a informação segura sobre tudo que a região produzisse, para quantos, de todos os cantos do país, dela necessitassem, para consolidar um comércio capaz de impulsionar e verter para aqui os olhos do mundo. Um homem do campo, de visão grandiosa e atitudes generosas, que forjou o seu caráter na luta e na labuta diária por criar, irmãos, parentes, filhos, amigos, ensinando-nos que o coração não tem limites e que a razão, sempre que dele se acompanha, produz frutos muito melhores, capazes de se transformar na base inabalável e firme dos valores que devem orientar os passos dos seres humanos. Muita coisa por certo escapou-lhe ao conhecimento. Como a todos nós escapa, por mais que pensemos que estamos cientes do que nos cerca. Mas isso é o que diferencia o homem bom, do homem perfeito: se soubesse, agiria com o seu coração e tornaria tudo diferente. Não para moldar a vida com o seu construtor ou inventor, mas para entendê-la, como ela é, minimizando estragos, compreendendo o passado, possibilitando o presente, justificando o futuro. Estamos todos aqui, seu Antônio, para celebrá-lo, para agradecer a sua existência e não o fazemos apenas como parentes, como pessoas próximas. Fazemos como cidadãos, como integrantes de uma cidade, onde muitos sequer o conhecem, ou sabem porque existe uma praça com o seu nome. Saberão agora, com o seu busto, uma arte feita pelo seu neto, carne de sua carne, sangue de seu sangue, e com a colaboração de todos os seus filhos, que a simplicidade do homem é a riqueza da sua vida e que, para ser imortalizado, necessita apenas fazer o que fez: amar e ser amado!

Obrigado por ter existido!
Renato Simões, seu genro. Isa, sua filha.

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