CENTENÁRIO DE GUANAMBI: AGOSTO DE 1919 - AGOSTO DE 2019


Foto - Acervo Fotográfico da Família do Prefeito Jonas Rodrigues.

Evilásio Costa Amaral
 Filho do Poeta Ulpiano Amaral Guimarães

Prólogo

A mensagem escrita, vista mais adiante, é uma atitude audaciosa de um cidadão guanambiense, quase octogenário, de escrever de forma judiciosa algumas lembranças que lhe vieram à mente, relativas ao período de sua infância e adolescência, nos idos anos de 1940 a 1962, quando residiu na cidade, para serem apresentadas aos participantes do evento que comemora o centenário da nossa terra. É verdade que há citações de dados posteriores à última data, acima mencionada, por força de necessidade, ou para deixar o texto mais completo em conteúdo, ou por  circunstâncias outras. 

Veio à mente do “escrevedor”  uma razoável quantidade de lembranças de outrora, porém a maioria  delas  foi  desconsiderada, com o fito de não tornar o texto da mensagem muito longo, prolixo,  impossibilitando de ser apresentado na inteireza, durante as festividades, por exiguidade de tempo ou por consideração ao público  presente, autoridades ou não, precipuamente à população mais idosa. Mesmo o texto redigido, que é a razão deste prefácio vai passar por cortes, no instante da sua leitura ao público. 

Ao passar pelo crivo da nossa censura, decidimos escrever aquelas lembranças que consideramos mais significativas, quiça não as mais importantes, deixando a cargo de outros filhos perspicazes a missão de escrever uma peça histórica, mais completa  e mais rica .

Destarte, apresentamos alguns temas provavelmente de pouco ou quase nenhum conhecimentos dos guanambiense participantes do evento. Sendo um texto elaborado a partir de arquivos de memória, como já frisamos,  é possível  que muitos dos leitores que tiveram a paciência e desprendimento de ouvir e mesmo de ler a nossa mensagem, precipuamente, os filhos mais idosos  da cidade, podem discordar do que foi escrito, julgando, verbi gratia, que eu tenha  sido hiperbólico na apresentação dos fatos/realidades de então, ou que seus olhos mais percucientes discordam do que temos dito. Se isso vier a suceder, contenta-nos porque poderão produzir um documento mais verdadeiro ou com mais substancialidade, partindo de dados e registros histórico/estatísticos porventura disponíveis nos órgãos estaduais ou municipais,  os quais não fomos à cata.  

Por consequência, não nos causará nenhum desdouro/desaire se quaisquer dos nossos concidadãos  dispuserem a apresentar uma colaboração sincera e desapaixonada, versando sobre temas que trouxemos à baila em  nosso escrito, ou outros julgados mais importantes.   

Assim sendo, construímos nosso modesto trabalho, a partir de temas como: as dificuldades pretéritas dos habitantes da cidade; o surgimento do comércio, que constitui até hoje uma importante base da nossa economia; a visão concisa sobre a Saúde, a Educação, as Comunicações; alguns costumes; outros assuntos que julgamos de interesse do nosso povo, tematizados da seguinte forma: I – PREÂMBULO; II – RELATOS; III- A SAÚDE E O PRIMEIRO HOSPITAL; IV – OS TRANSPORTES; V – OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A PRIMEIRA EMISSORA DE RÁDIO; VI – ILUMINAÇÃO DOMÉSTICA E A ILUMINAÇÃO PÚBLICA; VII – A AGRICULTURA, A PECUÁRIA E O COMÉRCIO; VIII – A EDUCAÇÃO; IX – A REDE HOTELEIRA; X  – AS FORMAS DE DIVERSÃO; XI – ORGULHO DE SER GUANAMBIENSE; XII – MENSAGEM AOS JOVENS.  

Como dissemos em linhas anteriores, a listagem abaixo constitui, ao nosso modesto juízo, assunto para reflexão dos irmãos mais ornados com iluminuras da nossa terra. Ei-la, não na ordem de importância, talvez:

- a história da construção da Barragem de Ceraíma, pelo Departamento de Obras Contra as Secas - DNOCS, e da agricultura que se desenvolvia no Vale do Rio Carnaíba de Dentro, antes dessa construção, rica em plantação de feijão, arroz, milho, árvores frutíferas e outras;


- os relevantes trabalhos realizados pela antiga Comissão do Vale do São Francisco - CVSF, tanto na área rural quando urbana, cuja autarquia veio a se transformar em Superintendência do Vale do São Francisco - SUVALE;


- a história da cessão de direito de uso do terreno e a construção do nosso primeiro aeroporto, sua pavimentação, e frequência de pousos e decolagens de aeronaves ali, fato que veio a criar em filhos da terra o interesse pela aviação;


- as calorosas contendas entre os times de futebol da cidade (Veterano, Guarani, Bahia e Ginásio de Guanambi), bem como  as disputas regionais com as seleções das cidades vizinhas Bom Jesus da Lapa, Espinosa, Pindaí, Candiba, Caetité, Caculé, Livramento, Igaporã, Riacho de Santana, Vila de Ceraíma (O Gentio) e outras, as quais  fugiram da nossa lembrança;


- as noites juninas das fogueiras inesquecíveis com suas  danças regionais (pastorinhas, quadrilhas, paus-de-fita e outras), enriquecidas de comidas típicas e bebidas de todas as qualidades e sabores;


- a história dos feitos realizados pela Associação dos Amigos de Guanambi e pela Associação Guanambiense de Cultura e Assistência Social;

- as festas-baile de São João, geralmente realizadas no clube da Associação Guanambiense de Cultura e Assistência Social, situado na Praça Getúlio Vargas ou Praça da Igreja, ricas de encantamento;




- as contendas entre o “Clube Velho” e o “Clube Novo”, administrados por defensores de partidos políticos opostos, notadamente  durante as festas carnavalescas (desfiles e bailes). Essas festas fazem-nos lembrar do Sr. Flávio Dadid (coletor estadual) saxofonista; Renato de Júlia (mecânico), excelente clarinetista, cujo sobrenome apagou da minha memória, com seu Regional; Sr. Manoelito Cardoso (sapateiro), virtuoso clarinetista; Sr. Francisco Pires (pedreiro), exímio trombonista; dos irmãos Leão (Lirim, Bimba e Vandir), peritos em tocar  instrumentos de corda; João Carregosa (trompetista); Viana Donato, craque no Banjo.




- as  missões religiosas realizadas sob os auspícios da  Igreja Católica, sendo prestigiadas com a presença do Bispo da Diocese, residente em Caetité, com suas lindas procissões enriquecidas pela simplicidade  e encanto das garotas camponesas, com seus corpos a exalar  perfumes inebriantes, que se juntavam às garotas citadinas, formando um inefável colorido de  encantadora graciosidade. Os garotos (homens) a desfilar com roupas e sapatos novas, exibindo cabelos da moda, à  procura de conquistarem o coração de alguma bela jovem. Nesse festejo, havia  grandiosos leilões, conduzidos por leiloeiros had hoc, com o fito de arrecadar receitas para a Igreja; nas confluências da Igreja, organizavam as lindas quermesses, com suas ricas barracas de alimento e produtos artesanais vistosos, a alegrarem o ambiente festivo;

- as festas periódicas realizadas pelos Adventistas, vulgarmente chamadas de Festas das Cabanas, com as tendas instaladas no Morro do Santo Cruzeiro (hoje Monte Pascoal), onde os fiéis faziam os seus retiros espirituais e comungavam  suas crenças religiosas;



 
- as festas promovidas na cidade com a chegada dos Parques e Circos de Diversões que realizavam atividades que atraiam  um contingente  grande de pessoas (velhos, adultos, jovens e crianças), independentemente de raça, credo e situação econômica, sempre às noites, aos locais onde eles se instalavam, via de regra, na praça da Bandeira (hoje Tancredo Neves)  e  na Praça Dr. Gercino Coelho (desafortunadamente apelidada hoje de Praça do Bradesco ou Praça da Caixa Econômica Federal);


- o trágico acidente  aéreo que ocorreu em setembro  de 1950, no auge da campanha eleitoral daquele  ano, no município de Bom Jesus  da  Lapa, quando perderam a vida o candidato a  Governo da Bahia,  Lauro Farani Pedreira de Freitas, o política mais influente de nossa região, Dr. Gercino Coelho, pai de Nilo Moraes  Coelho, e o piloto Guilherme de Castro, filho de  Caetité.

O grande desafio encontrado pelo “escrevedor”, ao fazar seu discurso, era contar uma história sem o nome das personagens envolvidas nela. Tudo isso para evitar melindres, principalmente.  Depois de horas e horas contínuas sem dormir, e dias e dias a pensar,  deu-se por vencido e aquietou-se! Para meu contentamento,  quando lia o genial Pietro Ubaldi,  “A Lei de Deus”, deparei-me com uma pérola de construção, a qual tomo por empréstimo e a transcrevo aqui: “ O homem é livre para escolher entre dois métodos, o de sua preferência , mas não é  livre  para deixar de aceitar as consequências de sua escolha...”. Assim, se houver alguém que tenha a generosidade de ler o nosso escrito, provavelmente  verificará que houve omissão de nome, que para ele, leitor, jamais poderia ser esquecido. Se essa pessoa  professa a indulgência, será compreensiva e mansa; caso contrário, condena-nos, e esta condenação é a consequência da nossa opção. Cabe-nos, portanto, desenvolver a atitude de ser compassível e compreensível.

Concluindo, posso asseverar que encontrei duas dificuldades para concluir a contento o texto da mensagem. A primeira, foi harmonizá-lo -  visto que ora se mostrava côncavo, ora convexo - de modo a deixar o escrito na forma suave e escorreita, com isso lenindo o sacrifício dos leitores. Essa dificuldade parece-me que foi transposta. A segunda, foi “enxugar” o escrito, para torná-lo menos prolixo. Nesse caso, infrutíferos foram nossos esforços. Transpiração vã!

Convém ressaltar que os trechos do discurso, marcados por [*] com letras do “tipo Arial, tamanho 14, itálico” deixaram de ser lidos ao público por escassez de tempo, consoante justificamos anteriormente.

VIVA GUANAMBI !

V I D A,  S I M !

BARRAGEM, NÃO!

Evilásio  Costa  Amaral - Guanambiense

O DISCURSO

VOCATIVOS
..................
..................
Filhos e filhas de minha Terra,
Juventude corajosa!

I - PREÂMBULO

Oh! Guanambi, minha terra amada.

Neste momento estamos comemorando o vosso centenário de liberdade, a soltura dos grilhões, algemas e amarras de vossos membros. São cem anos de um voo altaneiro e sereno, caminhando de par com o progresso, numa luta sem trégua. 

Dirijo-me a vós, por figura de linguagem, e aos vossos filhos.

Não foi obra do acaso a vossa existência, ó Beija Flor,  terra amada! Fostes criada por misteriosa vontade de uma energia soberana, daquelas que vêm do infinito, quiça de seres numinosos, que vos fizestes nascer e crescer incrustada neste berço de vegetação rude e espinhosa e de cactos soberbos, nossas Caatingas, pobre de chuva, banhada por um sol inclemente e premiada por temperaturas por vezes escaldantes, com noites raramente fagueiras. Houve um propósito em tudo, qual seja, para tornar vossos filhos, homens e mulheres mais fortes, mais bravos, mais aguerridos e mais intimoratos.


Livro Leocádia - Elísio Cardoso Guimarães.



II - RELATOS

Vou-me ater aqui ao Guanambi mais antigo para mim, ou seja, ao período de 1945 a 1962, mas ocasionalmente oferecendo dados mais atuais.

Quem vos conheceu, ó minha amada cidade, como eu vos conheci, ainda nos albores de vossa existência, pois aqui vim à luz nos idos dos anos quarenta, do século XX, compreenderão o linguajar que ora exporei aos vossos filhos. 

Os filhos aqui nascido e embalados pelo vosso caloroso aconchego, hoje com sessenta anos de idade ou mais, padeceram de toda sorte de intempéries e vicissitudes, como sabeis.  Dispúnhamos à época do que era básico à sobrevivência, tão-somente; não contávamos com aquilo que propiciasse o bem estar do ser humano, quando se toma por base índices definidores de progresso, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Não havia água suficiente para beber e servir e a pouca de que tínhamos para as nossas necessidades era de qualidade sofrível ou muito ruim; distâncias rudes eram  percorridas para obtê-la; comumente era transportada por meio de latas ou potes de barro, equilibrados na cabeça dos aguadeiros,  notadamente na cabeça  de mulheres, utilizando-se da rodilha de pano para melhor acomodação e equilíbrio  do vasilhame; também era comum, utilizar-se de tambores jungidos por corda de sisal ou caroá aos carros-de-carneiro;  fazia-se uso de ancorotes ou corotes (aqui chamados de carotes) transportados por jumentos. Esses vasilhames (ancorotes), em número de dois, eram dependurados aos lados da cangalha do jumento. Outrossim, era comum a água ser transportada em carros-de-boi munidos de perobas/pipas de madeira, assim como não era incomum encontrar cidadãos transportando no ombro um varão, com duas latas dependuradas, estando  uma  em cada extremidade  do travessão. 

Não havia sequer um único chafariz! Esta facilidade só veio surgir no início dos anos 60, imagino. Esta água vinha canalizada da antiga Lagoinha, localizada no bairro que hoje tem o mesmo nome, que era armazenada em uma caixa  d’água e distribuídas mediante  torneiras instaladas na praça com  acesso aos moradores.   

III – A SAÚDE E O PRIMEIRO HOSPITAL

Acervo de Dário Teixeira.

A saúde pública de outrora praticamente inexistia. Os poucos médicos que aqui residiam, cujo número não alcançava o desejado ou necessário à população, atendiam aos seus pacientes, via de regra, nas residências destes, habitualmente sem uma remuneração condigna. A profissão desses homens imortais era exercida como uma atividade sacerdotal. Jamais poderemos olvidar os nomes Dr. José (Juca) Bastos, que aqui chegou em 1919, Dr. Francisco Fernandes, Dr. Nelson Bastos, Dr. Laerte Ribeiro, Dr. José Humberto Nunes e Dr. Sandoval Moraes. 

Já na década dos 60, vieram outros médicos tão dignos, honrados, humanos e valorosos como os anteriores citados, destacando os nomes de Dr. Beneval Boa Sorte, Dr. Ginaldo Cerqueira, Dr. Sílvio Donato, Dr. Antônio Meira. Perdoai-me se eu tenha omitido o nome de algum desses humanos benfeitores.

Enfim, podemos asseverar que no início dos anos 40, nossa cidade devia contar com uma meia dúzia de médicos, se tanto; no início dos anos 70, presume-se que deveríamos dispor de uma dezena de abnegados cidadãos do bem, voltados à medicina; hoje, ano de 2019, nos surpreende quão vertiginoso foi o crescimento desses profissionais, tanto em número quanto em suas especializações, atendendo a todas às necessidades da população. 

A idealização e construção do primeiro Hospital da cidade constitui uma saga de ilustres guanambienses, filhos legítimos ou adotivos, destemidos idealistas, não somente os médicos. Dentre os homens sonhadores, merece ressaltar o empenho inolvidável de um jovem médico, Dr. Laerte Ribeiro, que vindo de Salvador, aqui se apaixonou pela cidade e se casou com uma filha desta terra amada, tendo com essa jovem vários filhos. Também pelo amor a vós, oh! minha terra bendita, esse filho adotivo aqui se estabeleceu e dedicou longo tempo de sua vida a servir a todos nós, sem discriminação de raça, credo, cor, origem, convicção ideológica e situação financeira.
 
 [*]
Impera no universo a lei da dualidade e frequentemente estamos diante de paradoxos indecifráveis. Assim, quando Dr. Laerte se despediu de Guanambi, para residir-se em Caetité, um pesar imenso se abateu sobre os filhos da terra. A razão de sua mudança já se apagou da história, com o decurso do tempo: são cinzas! Mas, lamentavelmente, quando ele se mudou, levou dentro do peito o silêncio sobre sua decisão, que ficou guardado consigo até o dia que exalou seu último hálito, o seu último suspiro.

Os nomes desses ilustres homens que mourejaram para que tornasse realidade a existência e instalação do Hospital de Guanambi - não somente os nomes dos médicos - deixarão de ser declinados nesta cerimônia, para não se incorrer no erro irreparável e imperdoável da omissão. O Hospital Municipal de Guanambi (hoje POLIMEG) foi concluído em 1971 e começou a desenvolver suas atividades em 1972, na gestão do inesquecível prefeito Jonas Rodrigues.
  [*]
Espero que a memória não vá me trair ao asseverar que ao final dos anos 40 e início dos 50, contávamos com duas farmácias: a do Sr. Jacinto Lobo e a de Dr. Benjamim Vieira (Farmácia Popular), onde se praticava, também, a manipulação de poções medicamentosas.  Pouco mais tarde surgiram as farmácias de Casimiro Borges (Ném da Farmácia), Augusto Fernandes e Jonas Rodrigues e outras.
 
O nome de uma figura de destaque da medicina alternativa jamais poderá ser esquecido, refiro-me ao senhor Prudêncio, ancião, religião adventista, que ajudou a salvar a vida de inumeráveis crianças, notadamente as mais pobres, ministrando os florais e os remédios homeopáticos. Era hábito os mais antigos  utilizarem-se  essas mezinhas (meezinhas) e muitos medicamentos caseiros. 

Outrossim, eu cometeria um pecado imperdoável se me esquecesse de D. Josefina Souza (vó Zefina),  singular parteira, que nos permitiu, a muitos de nós mais idosos, exalar o primeiro hálito de vida, cortou o cordão umbilical de muitos de nós, livrando-nos do “mal do sétimo dia” e, consequentemente, afastando-nos da morte. 

IV – OS TRANSPORTES

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Os meios de transportes, movidos a combustível fóssil, derivado do petróleo, eram quase inexistentes. Não seria exagero afiançar que nos primeiros anos da década dos 50, nossa cidade não contava com mais de meia dúzia de automóveis e, possivelmente, de uma dúzia de caminhões pertencentes aos próprios residentes. As estradas eram carroçáveis e, nos períodos de chuva, tornavam-se intransponíveis. Contava-se que nos períodos chuvosos de então, os caminhões levavam até quinze dias ou mais para irem de Guanambi a Montes Claros/MG.

V - OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A PRIMEIRA EMISSORA DE RÁDIO

 
Os meios de comunicação não atendiam a contento à demanda da população, pois a cidade dispunha de um Correio e Telégrafo, que fora conquistado à força da cidade de Caetité, sendo o serviço telegráfico operado, por código Morse, com a maestria dos telegrafistas Sr. Troiano Freitas, Sr. Celso Morais (Celsinho) e, ocasionalmente, por Ulpiano Amaral Guimarães. A manutenção dos fios e postes da rede telegráfica era realizada habitualmente pelo Sr. Sebastião Lacerda, que se movia ao lombo de burro ou por uma modesta motocicleta, e as cartas transportadas pelo  Sr. Francisco Fernandes (Chico Correio). 

Telefone? Nem pensar!  Os primeiros aparelhos de telefonia só foram instalados na cidade em meados dos anos 60.

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A primeira emissora de Radiodifusão Sonora de Guanambi, a Rádio Cultura (OM), entrou em operação em 01/01/1981. Esta Rádio tem uma história fascinante atrás de sí, pois foi gerada e nutrida “uterinamente” no auge ou esplendor das telecomunicações brasileiras por satélite, no calor da criação e operação da Embratel, da Telebrás e da Radiobrás. Sua “gestação e seu parto” coincidiram, igualmente, com a fase histórica da elaboração dos Planos Básicos de Distribuição de Canais de Radiodifusão Sonora (OM e FM) e dos Planos Básicos de Televisão (TV e RTV) do Brasil.

Mister salientar que a assinatura do Ato que autorizou a Rádio Cultura de Guanambi a “entrar no ar em caráter definitivo” foi chancelada  pelo grande amigo Dr. Roberto Blois Montes de Souza, que veio a se tornar mais tarde o Presidente da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Agência do Sistema das Nações Unidas, quando competiu com delegados de países poderosos como Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha e outros mais. Acrescentar, ainda, que no mesmo período desses acontecimentos históricos foram feitas as primeiras Sondagens Ionosféricas e avaliação dos Ruídos Atmosféricos no Brasil, por brasileiros, sob os auspícios do Ministério das Comunicações, com o apoio fundamental do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (CTA/ITA), do Ministério da Aeronáutica, e com a coparticipação de algumas universidades brasileiras, como a da Universidade de Gaspar, em Santa Catarina, destacando esta pelo fato de ser pouco conhecida pelos brasileiros ainda hoje e dali terem saído as primeiras medidas da nossa Ionosfera, feitas por compatriotas.

Pouco mais tarde, entrou em operação a Rádio Alvorada com sua grandioso missão de Educar, Instruir, Informar e Divertir. Ambas as emissoras albergam em seu “colo” profissionais da mais alta estirpe. A história a respeito das novas Emissoras de Radiodifusão em Guanambi fica a cargo dos filhos que aqui hoje habitam.  

VI – ILUMINAÇÃO  DOMÉSTICA E A ILUMINAÇÃO PÚBLICA


A iluminação doméstica era feita por meio de candeeiros de azeite de mamona (precipuamente no meio rural), por velas feitas de sebo ou por lamparinas (candeeiros de tubo de vidro ou por fifós), abastecidos a querosene. Só mais tarde apareceram os primeiros Lampiões e os Aladins, também abastecidos a querosene -  estes só disponíveis nas casas dos cidadãos mais nobres ou mais civilizados da cidade.

A iluminação pública só se fez presente a partir do ano de 1950. A energia elétrica começou a ser gerada por meio de um grupo gerador (usina termoelétrica!) movido a óleo diesel, instalado na Praça José Ferreira Costa, apelidada então de Praça do Motor, cujo sistema fora adquirido  à duras penas, com o  empenho do saudoso prefeito Joaquim Fernandes, de outras autoridades de então, especialmente Dr. Benjamim Vieira, máxime com o esforço ingente do então Deputado Federal Manoel Novais. 

[*]
Pasmeis! Vós que estais presentes nesta hora festiva: a luminescência ou claridade dispersada por uma lâmpada elétrica incandescente da via pública equivalia, aproximadamente, à de um candeeiro abastecido a querosene. É fato inolvidável que, por muito tempo, a iluminação pública se fazia das 18 horas às 22 horas. Essa realidade só veio a modificar-se com a chegada da energia elétrica gerada pela Usina Hidrelétrica de Correntina.

VII - A AGRICULTURA, A PECUÁRIA E O COMÉRCIO  


A Agricultura e a Pecuária nos primórdios da cidade eram puramente de subsistência. Os demais alimentos de consumo da população e o querosene para iluminação residencial e abastecimentos de pouquíssimas geladeiras, obviamente vinham de outros municípios ou de outros Estados, transportados comumente por meio de tropas de mulas, que se acantonavam preferencialmente aos domingos à noite na praça  Coronel Cajahyba e suas confluências. O comércio regular era feito em lojas e vendas modestas, instaladas na praça Coronel Cajahyba e adjacências. Nos idos de 1950, a instituição comercial de maior envergadura era a Loja Dina, de Braulino Pereira Donato. Nela se encontrava de quase tudo: vestuário, tecidos, sapatos, produtos de cama e mesa, rádios, bicicletas, pequena vidraçaria, materiais de higiene e limpeza, alguns implementos agrícolas, ferragens e outros.

VIII -  A EDUCAÇÃO


A Educação e Cultura de outrora teve o seu zênite nos idos de 1950, em 1954, com o funcionamento do Ginásio de Guanambi, localizado na Rua 2 de Julho, em um casarão de propriedade do Dr. Benjamim Vieira, onde hoje estão localizadas as lojas números 138-142-146 e 154.  Este Ginásio surgiu do desejo ardente de cidadãos aguerridos e idealistas e de um trabalho febril, não somente dos letrados, que tiveram de heroicamente lutar para romper as amarras de que Guanambi não necessitava de um Ginásio, visto que o colégio da vizinha Caetité supria as nossas necessidades. Ali, naquela cidade próxima, estava, de fato, edificado e consolidado o mais elevado centro cultural e educacional de todo interior da Bahia, onde diplomaram figuras ilustres de nossa Pátria, conhecidos de todos, como exemplo, Dr. Anísio Teixeira. A página luminosa da história desse nosso primeiro educandário colegial está ainda por ser escrita. Aguardemos que um filho vosso, oh! Amada terra, se disponha a realizar esta gloriosa e honrada  missão. 

Propositalmente, não serão declinados nest’hora os nomes desses aguerridos idealistas, homens e mulheres valorosos, para evitar que se cometa os pecados da omissão e da injustiça.
 
Mas, vós outros professores e professoras, aqui presentes ou que estejam nos ouvindo alhures, ides conceder-me a mais sagrada e honrosa permissão de eu enaltecer os nomes de mestras e mestres (vivos ou em memória) que marcaram a minha vida e a vida de incontáveis outros cidadãos de Guanambi e adjacências. Vou nominar tão-somente as minhas três primeiras professoras primárias: Ana Amaral, Alvacir Brito (Profa. Tita) e Enedina Macedo; três professoras do curso ginasial: Elza Cardoso, Nice Amaral e Zulema Cotrim e três professores, também do ginásio: Dr. Sandoval Moraes, Prof. Décio Novaes e, por último, e não menos importante, nosso querido Prof. e atleta José Teixeira Freire. 




 

[*]  Por ordem alfabética, deve ser nominado: Alvacir Brito (D.Tita), Ana Amaral Guimarães, Celina Fernandes, Celina Cotrim, Dilma Fernandes, Delza Cardoso, Delni Cardoso, Dulce da Silva Meira (Dizinha), Enedina Macedo, Estácio Neves Freitas, Eudite Donato Vasconcelos, Elza Cardoso, Hildete Alves Boa Sorte, Lourdes Tanajura, Linéia Lacerda, Leonice Ivo Neves, Maria José Teixeira, Maria da Glória Magalhães, Nair Ivo Fernandes, Nelsa Teixeira, Nice Amaral Baleeiro, Niuza Fernandes, Padre Celestino Pinheiro, Vanda Freitas, Zulema Cotrim, Dr. Benjamim Vieira, Dr. Laerte Ribeiro, Dr. Sandoval Moraes, Dr. João Pompilho de Abreu, Dr. Pedro Bento de Moraes, Dr. José Cordeiro de Farias, Prof. Deomídio Neves de Macedo, Prof. Décio Novaes e, por último, e não menos importante, nosso querido professor e atleta José Teixeira Freire.



A Academia Guanambiense de Letras só veio a ser fundada nos idos do ano 2000 por iniciativa de ilustres cidadãos e cidadãs, mais intelectualizados.

IX – A REDE HOTELEIRA 






 [*]
No que diz respeito à rede hoteleira em Guanambi, não constitui impropriedade asseverar que entre a metade dos anos 40 e final dos anos 50 tínhamos hotéis, na modalidade pensão, sendo os mais importantes nesse período: a Pensão de Sá Tuta (Maria da Glória Bezerra do Amaral – minha bisavó - falecida em 1955) - a primeira pensão dentre todas - seguida não necessariamente nesta ordem: Hotel de Tenente Ovídio (Hotel Brasil?), Pensão de Rosalvo Amaral,  Pensão de Zé Nobre (José Nobre),  pensão de D. Dezinha,  Pensão de D. Ninha, a Pensão de D. Quinha e a Pensão de D. Pabinha. Eram nesses estabelecimentos que se hospedavam os viajores que passavam pela cidade máxime em busca de bons negócios.

X – AS FORMAS DE DIVERSÃO

Foto - IBGE.

Os meios de divertimento das crianças nascidas anteriormente aos idos de 1960 resumiam em dar asas à sua imaginação, construindo os seus próprios brinquedos, de forma artesanal. O local de máximo lazer era a Lagoa que se espraiava, quando cheia, de pouco acima do Poço do Caboclo, nas vizinhanças da atual Vidraçaria Bahia, até a casa de D. Dedé, existindo ali uma barragem (tapagem), cuja história de sua construção é narrada no livro Leocádia, de 1991, de autoria do nosso saudoso escritor Elísio Cardoso Guimarães, depois transformado em filme, de igual nome, produção de Benedito Teixeira, Celito Brito e Norma Lopes Teixeira, com o elenco de filhos guanambienses. Os guanambienses que se interessarem em ter um vislumbre da Lagoa, basta admirar a pintura em quadro do nosso querido Luiz Wagner Badaró de Moraes, que nos deixou muita saudade. Esta obra encontra-se exposta da residência do casal Juventino Baleeiro/Profa. Nice Amaral Baleeiro. Outras  fotos podem ser vistas no Google. 



Esse lazer, no entanto, se restringia apenas às pessoas do sexo masculino, dado que imperava à época uma cultura fortemente machista, de tal sorte que as meninas/moças eram instruídas e treinadas para serem esposas e exímias donas de casa, que eufemisticamente recebiam o nome de “prendas do lar” quando casavam. Permitia-se, ocasionalmente, a essas jovens garotas irem às festas dos clubes, somente quando bem acompanhadas de um casal amigo e de confiança da família que recebia o convite. Era dever dessas jovens preservarem-se de todas as tentações do “demônio do sexo”, porquanto sua virgindade devia ser mantida até o dia do “sagrado matrimônio”. A jovem desditosa, de tez branca, que claudicasse perante a tentação do sexo, era tida como “perdida”; perdia  a honra perante a sociedade.
 
Era ainda divertimento de então a ida ao cinema, sempre que aparecia um bom filme ou filme de seriado. Tive uma enorme dificuldade de trazer à mente os primeiros cinemas de Guanambi, no período de nossa memória aqui exposta. Como não consegui realizar esse feito, solicitei o amparo do meu amigo Eurico Silva, que gentilmente me ofereceu as seguintes informação: o primeiro cinema da  cidade pertenceu ao Sr. Gasparino Pereira Donato, de  nome Guarany, operado pelo seu filho Estelino Donato –“Gordo”;  o segundo de nome Cine Tupy-Guarani, era  de propriedade do Sr. Gildásio Cardoso, irmão do ex-governador de Minas Gerais,  Nilton Cardoso, e o seu locutor e operador foi o Sr. João “Pança”; o terceiro foi o Cine São Jorge, de propriedade do Padre Celestino Pinheiro, sendo o operador e  locutor Eurico Silva, cuja  propriedade passou mais tarde a pertencer ao  Sr. Nídio Boa  Sorte,  sendo Eurico Silva seu locutor e operador e, por último, o Cine  Sorbone, dos irmãos Boa  Sorte - Walter, José Daltro e Elismar - também com locução e operação de Eurico Silva. 


 Na  cidade, depois da chegada da luz elétrica, instituiu-se um lindo e saudável hábito, que se tornou uma maravilhosa diversão. Naquela  ocasião,  as pessoas passeavam  aos finais de semana, principalmente aos domingos,  pela   antiga Rua  Dois  de  julho, trecho que ia da então  farmácia do Dr.  Benjamim Vieira/Praça  Coronel  Cajahyba até a atual praça Dr. Gercino Coelho, com idas e  vindas  incontáveis por essa passarela. Aquilo ali constituía uma imaginária “vitrine de manequins vivos”, especialmente apreciada pelos  mais jovens de ambos os sexos. Esquecer? Quem há-de?

Esta breve história, ora narrada, vivida por este concidadão que vos fala, irmãos sertanejos, teve o fito de revelar aos guanambienses, filhos natos ou adotivos, aqui presentes ou àqueles que nos ouvem algures, sintonizados nas frequências das emissoras de radiodifusão sonora de nossa cidade, o quanto foi difícil para os habitantes deste nosso torrão natal fincar as primeiras estacas ou marcos do progresso.
 

Por consequência, avalio que essas informações sejam úteis, ainda, àqueles que se propõem a mensurar  o quanto Guanambi cresceu nesses últimos 60 anos, num ritmo de desenvolvimento inigualável, notadamente a partir das  grandes plantações de lavouras de algodão, com a instalação na cidade de órgãos públicos e de bancos públicos e privados, a possibilitar altos investimentos na região, por  capitalistas filhos da terra e por aqueles que aqui chegaram e lutaram com  denodo, acreditando no potencial de desenvolvimento da cidade e regiões circunvizinhas. Ouso dizer o nome de três pioneiros: Eujácio Prates (de Casé), Durval de Souza Lima e Propércio Barros.

Não se pode olvidar o trabalho grandioso de tantos outros filhos da nossa terra, que se fizeram presentes outrora, ou ainda estão empenhados com destemor no desenvolvimento da agricultura, do comércio, dos serviços, da indústria, ainda nascente, da construção civil, da educação e outras atividades sociais e econômicas.   


XI  -  ORGULHO DE SER GUANAMBIENSE

Tenho um inefável amor por vós, ó minha terra amada e alvissareira!
  
Por que me ufano de vós, Guanambi? 





Porque eu tenho a glória e a felicidade de pertencer à quarta geração de quem vos criou: o imortal Joaquim Dias Guimarães, pois sou bisneto de Vicente Dias Guimarães e neto de Benvindo Dias Guimarães. 

- neste solo dormita “sobriamente” o meu cordão umbilical;

- foi aqui que aprendi as primeiras letras do alfabeto, a fazer as 4 operações aritméticas,  a escrever as primeiras palavras inapagáveis da minha mente e valorizá-las: DEUS, AMOR, PÁTRIA, FAMÍLIA e AMIGO. Aqui tive, também, os primeiros ensinos sobre as leis morais da vida e saber dizer: EU TAMBÉM ERRO; 

- neste solo abençoado ensinaram-me a estabelecer os limites da minha liberdade, os meus direitos e deveres perante o meu próximo;

- aqui, finalmente, nasceram aqueles que se responsabilizaram em trazer-me ao mundo: os meus pais. Tive a indizível felicidade  de ouvir , quando criança, os maviosos e ternos cantos da minha mãe Bezinha.  Aprendi a ouvir com o  meu velho pai, o poeta Ulpiano Amaral Guimarães, versos  seus e  de outros vates brasileiros, assim recordo-me, ainda hoje, do verso  imorredouro do jornalista, diplomata e poeta Francisco Octaviano de Almeida Rosa,  denominado  “Ilusões da Vida”, recitada a mim pelo meu pai,  talvez numa das lindas tardes de arrarebol:

Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem – não foi homem,
Só passou pela vida - não viveu.

[*]
Mister se faz registrar que em cada família guanambiense, existe ao menos um nome, seja de homem ou de mulher, que mereceria ser ressaltado e valorizado neste momento histórico de nossa cidade. 

São Tantos! Mas, infelizmente, essa missão se torna impossível, pelo fator tempo. 

Não obstante, homens ilustres que exerceram ou exercem a honrosa missão de Prefeito ou de vereador, precisariam ser exaltados nesta hora, mas a falta de tempo inviabiliza esse proceder. Assim sendo, vou recordar-me de José Neves Teixeira, tão-somente por força  da minha eterna gratidão a ele.

Não me anatematizeis, em público, agora  - vejais que estou  no ocaso de minha existência  - ao tomar a  liberdade para citar nomes que ao meu julgamento, e só por isso mesmo, também devem ser ressaltados neste dia de glória, posto  que habitando todos eles em mundos mais  sutis: Benvindo Dias Guimarães; Pedro Francisco de Moraes; os  ancestrais da família Pereira Donato: Donato Pereira do Nascimento, Abílio, Henrique, Gasparino e Juvenal; os irmãos Braulino  e  Nolasco Pereira Donato; Dr. Messias Pereira Donato; os irmãos Josafá e Isaac Moura Rocha; Otelino Ferreira Costa, Donério Alexandrino de Souza;  Odimiro Brito (pai e filho), Leonídio Alves Boa Sorte, Celso Ribeiro, Flávio Avelar David, Sinézio Laranjeira Bastos, João Hemetério, João Pintor e Prisco Viana(filho de Caetité). Nomes de outros tantos filhos notáveis da terra foram ressaltados em linhas precedentes. Um filho de Guanambi,  ainda vivo, que nunca  poderá ser  esquecido de qualquer filho de nossa terra, não importando o partido político, é Nilo Moraes Coelho, não por causa de  sua riqueza,  mas pelo imenso e declarado amor que tem por Guanambi, sua terra natal, e pelas obras que ele aqui realizou.  


 







 







XII  - MENSAGEM AOS JOVENS 

VÓS, jovens, tendes sobre vossos ombros a responsabilidade intransferível e impostergável de levar avante a missão iniciada pelos vossos antecessores e antepassados. Cabei-vos, pois, a missão de promoverdes o crescimento e o desenvolvimento sócio-econômicos e o progresso cultural de nossa cidade, visando ao nosso engrandecimento no cenário nacional.  

Cumpri - vos educar com dignidade os vossos filhos, que estão a exigir de vós muita disciplina, sacrifício e desprendimento. Salpicai-vos “perfume” nas ações desenvolvidas em educar! Administrai-vos uma “gota” de amor em cada tarefa de instruir! Se assim não procederdes, perdereis fatalmente os vossos filhos para mundos tenebrosos. Revela Divaldo Pereira Franco que “a  educação é pedra fundamental no período de formação do homem. Ao instituto da família compete a indeclinável tarefa, porquanto pela educação, e não pela instrução apenas, dar-se-á a transformação do indivíduo e consequentemente da Humanidade”.  

A vós, ó jovens, competi a missão imarcescível de manter viva a memória de nossa cidade, colhendo, atualizando e conservando os fatos e relatos históricos, atribuição esta outorgada à Fundação Joaquim Dias Guimarães. Jamais podereis esquivar-vos desta responsabilidade.



Outrossim, não vos olvideis, jovens guanambienses, de guardardes convosco a máxima imorredoura do filósofo grego Sócrates, dita há mais de 400 (a.C.),  e tão atual como se tivesse sido sentenciada nos dias hodiernos: 

“ O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter. A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser”. 


VIDA, SIM!
BARRAGEM, NÂO!
É o que tinha a dizer!
Evilásio Costa Amaral
 Filho do Poeta Ulpiano Amaral Guimarães



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