Pontos de descarte irregular de lixo são revitalizados em Salvador

CORREIO DA BAHIA

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No lugar do lixo espalhado, ruas ganharam mudas de plantas
O lixo era tanto que chegava a se espalhar de um ponto a outro da rua. Quando isso acontecia, não entrava e nem saía carro. A costureira Lina Costa, 67 anos, mal podia comer. As moscas, atraídas pelos resíduos em decomposição, invadiam sua casa. Agora, nem o lixo e tampouco os insetos lhe tiram o apetite. Há alguns dias toda a sujeira foi retirada da Rua Nova República, na Santa Cruz, pela Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb). No lugar da sujeira estão 10 caqueiros com mudas de plantas, deixando o espaço mais verde. Tem sido assim em outros endereços de Salvador, como no Pau Miúdo, Pirajá, Ondina, Capelinha de São Caetano e Amaralina.
Por tão cedo, a costureira não quer ver o local tão descuidado como antes. Ali, conta ela, muitos moradores amontoavam as sacolas umas em cima das outras. E tinha até rede de supermercado que despejava todos os seus resíduos na calçada, lembra ela:
"Melhorou muito a situação. Menino, era tanta mosca que ninguém conseguia comer, tinha até que colocar remédio para matá-las. Espero que os moradores possam descartar o lixo no local correto, sem precisar fazer tanta sujeira", observa a costureira.
Além das mudas de plantas, o calçamento recebeu pintura nova e, no acostamento, agora nasce grama verde. Mas a costureira pontua, ali é preciso colocar um container para um descarte legal do lixo - mais próximo da sua casa fica a 600 metros. 
Cara nova
Na Rua Natália Vinhais, no Nordeste de Amaralina, duas caixas coletoras, já velhas, não suportavam o lixo e entulho depositado pelos moradores do bairro. As sacolas com lixo, contam os moradores, caíam para fora dos coletores se espalhando por toda a via. O mau cheiro era insuportável, lembra o comerciante Marcos dos Anjos, 47, que possui um barraca de frutas logo em frente.
Agora, duas caixas coletoras novas foram colocadas no mesmo lugar pela prefeitura. Ali do lado, foi construído um canteiro, de pouco mais de cinco metros, que comporta várias mudas de flores. Uma escadaria que dá acesso à Rua Sueste também ganhou novas cores, sendo requalificada e pintada.
"Era sempre muito lixo, entulho e mau cheiro. Com a constução do canteiro, as pessoas deixaram de jogar entulho ao redor. Lixo ainda tem muito", observa o comerciante. 
A doméstica Edna Maria, 47, depositou uma sacola plástica com resíduos em uma das caixas coletoras. Embora tenha feito o descarte correto, a doméstica lembra que muitos outros não fazem o mesmo. Mas ela ressalta: talvez, duas caixas coletoras sejam insuficientes para comportar tanta sobra. "Bom, eu sempre jogo no local correto, mas as pessoas, quando não jogam fora da caixa, vão amontoando, amontoando, até transbordar", conta.
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
Novos hábitos
Para o diretor da prefeitura-bairro do Nordeste de Amaralina, Raimundo Pereira, a ação vai transformar a Rua Nova República, na entrada da Santa Cruz. "Ali sempre foi um lugar que as pessoas descartavam muito entulho e lixo, mas depois da requalificação, ninguém joga mais nada. Nós colocamos recipientes de plantas em todo o espaço e os moradores estão cuidando da área", disse. Ainda segundo Pereira, a iniciativa via mudar os hábitos dos moradores do bairro. "Quando a Limpurb faz uma ação como essa todos os moradores ficavam mais conscientes em relação ao descarte de lixo, por exemplo", diz Pereira.
O presidente da Limpurb, Leonardo Oliveira, afirmou que a iniciativa tem dado resultados significativos. “A nossa atuação não fica restrita à extinção do ponto de lixo, do ponto de vista físico. Também realizamos um trabalho de conscientização dos moradores para que não haja o descarte irregular, além de intensificarmos a fiscalização na área. De forma geral, temos um resultado muito positivo, mas só funciona se for realizado em parceria entre a Limpurb e a comunidade, disse o gestor.
* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier. Colaborou Milena Teixeira.

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