Bahia é responsável pela inserção do Brasil na extração de diamantes

A TARDE MUNICÍPIOS



A Bahia foi a responsável pela inserção do Brasil em um seleto grupo mundial na extração de diamantes em kimberlito (rocha matriz onde o diamante se forma). Isto porque a Lipari Mineração, empresa localizada em Nordestina, começou, em 2016, a operar comercialmente a mina Braúna, no município onde está sediada a empresa. Foram investidos R$ 200 milhões e a produção anual média é de 250 mil quilates, comercializada no mercado exterior, conforme dados oficiais da companhia. O empreendimento emprega 400 profissionais, sendo 55% moradores de Nordestina e 40% de municípios vizinhos, como Santa Luz, Cansanção, Itiúba e Salvador.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Luiza Maia, destaca que a Bahia é conhecida no país por sempre sair à frente na produção de minerais especiais, como cobre, cromo, magnesita, urânio, granito Azul Bahia, Azul Macaúbas. “Temos a única mina da América do Sul a produzir diamantes em estado bruto e todo um movimento econômico e social que a mineração levou para a cidade de Nordestina e seu entorno com a atração de prestadores de serviço, geração de empregos diretos e indiretos e a transformação na infraestrutura da cidade”.
Dados da SDE apontam que a Bahia é o terceiro maior produtor de gemas e metais preciosos do país. Em 2017, sua produção mineral comercializada foi de R$ 2,6 bilhões, o equivalente a 1,4% do PIB baiano e o setor gera 15 mil empregos diretos. O incremento na comercialização de bens minerais baianos esteve diretamente ligado à retomada na extração do cobre, aumento da produção e comercialização do vanádio, ouro, cromo e diamante. Ao longo do ano passado, foram produzidos 46 bens minerais, extraídos em 175 municípios. As 10 principais mineradoras do estado foram responsáveis por 76% da Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) e o diamante de Nordestina integra essa lista.
O vice-presidente da Lipari, Christian Schobbenhaus, diz que a expectativa é que os empreendedores internacionais voltem a enxergar o potencial do Brasil. “Nosso corpo ainda é muito pequeno, a cava da mina a céu aberto está planejada para alcançar uma profundidade de 260 metros e temos, aproximadamente, mais quatro anos de exploração. Entretanto, temos um projeto avançado de estudo de viabilidade de uma mina subterrânea para aumentar a vida útil. Queremos crescer e continuar explorando por vários e vários anos diamantes na Bahia. No próximo ano, vamos investir mais no desenvolvimento de outros corpos para verificar o potencial e aumentar a atividade na região dos Braúnas, bem como investir em pesquisa em outras áreas no Estado”, diz.
O Brasil é apontado também como uma “janela de oportunidades” no setor de mineração de diamantes pelo geólogo e diretor da Prime Diamonds Mineração, José Ricardo Pisan. “O Brasil e a Bahia têm muitas áreas que podem mudar o cenário brasileiro. Em locais como o sertão, que não tem agricultura e nem pecuária, a mineração é uma solução. Mas é preciso investir em Geologia e pesquisa mineral, que por sinal a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral) faz um trabalho excelente neste ponto, ela entrega uma base, mas não é suficiente. É preciso investimentos privados para fazer isso acontecer”, considera.
Centrada na ampliação e aprimoramento do conhecimento geológico do território baiano, a CBPM é defendida pelo gerente de prospecção do órgão, Luís Fernando Souza: “O órgão, responsável pela indução dos processos no setor mineral na Bahia, faz um papel que é fundamental: pesquisar e tirar um pouco do risco do investidor. E isso é um trabalho pioneiro. Quando a área é ofertada para o empresário, já tem mineração conhecida e cabe a empresa fazer a parte operacional”, afirma.

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