ARMANDO AVENA: UM RAIO X DA ECONOMIA BAIANA

BAHIA ECONÔMICA
ARMANDO AVENA:                                                                                                                                                       UM RAIO X DA ECONOMIA BAIANA      


O IBGE divulgou na semana passada, o PIB dos estados brasileiros em 2016 e a publicação, embora registrando um ano de recessão, traz uma verdadeira radiografia da economia baiana. Para começar uma notícia boa: a Bahia voltou a ser a 6ª maior economia do país, superando Santa Catarina. O PIB da Bahia em 2016 foi de R$ 258,7 bilhões, um tantinho  acima do PIB de Santa Catarina que ficou em R$ 256,7 bilhões. Os dois estados representam, cada um, 4,1% do PIB nacional, mas Santa Catarina, que desde de 2011  se colocava à frente da economia baiana, caiu para a 7ª posição. Mas como explicar a mudança se, em 2016, o PIB da Bahia caiu 6,2%, o dobro da queda nacional de 3,3%?  A explicação está no preço do barril de petróleo. Como a indústria baiana é muito dependente do insumo petróleo, por causa da Petrobras que faz o refino do óleo, quando o custo do barril de petróleo cai, como ocorreu em 2015/2016, o valor adicionado produzido no Estado é maior.
Em poucas palavras: o PIB da Bahia e o de  Santa Catarina se equivalem, mas enquanto o estado sulista tem uma economia diversificada, a economia baiana ainda mantém forte dependência da produção de petróleo/petroquímica, para o bem e para o mal. Os dados mostram também que a economia baiana é fortemente concentrada em poucos setores. Com efeito, apenas 7,2% do PIB baiano é gerado na Agropecuária enquanto quase 70% do produto estadual é gerado no setor serviços, mas aí está incluído a administração pública, (incluindo saúde e escolas públicas) que representa 30% do total produzido no setor, enquanto o comércio contribuí com 18% e a atividade imobiliária com cerca de 15%. A atividade ligada ao turismo ( alojamento e alimentação) responde por apenas 4% do setor serviços e o restante se distribuí por vários setores.
Aqui vale uma ressalva para o setor agropecuário – claramente subestimado, pois não incluí outros segmentos que compõem o chamado “agronegócio”, contabilizado em outros setores – e para o setor turismo cujas atividades são muito mais amplas do que as relacionadas à alojamento e alimentação. No setor industrial, a indústria de transformação representa 58% da produção, a construção civil cerca de 27% e o ramo eletricidade aparece com 12%, ficando o restante  no segmento extrativo mineral.
No frigir dos ovos, a concentração da economia baiana é tal que 2 segmentos, administração pública e petróleo e petroquímica,  respondem por mais 40% do PIB estadual. Quanto ao ranking das maiores economias do Brasil, tudo indica que Bahia e Santa Catarina vão continuar se revezando no segundo time, com o Distrito Federal cada vez mais perto. Os dados aqui expostos foram sistematizados pela SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais e indicam a necessidade de uma política de  diversificação da atividade produtiva na Bahia.
Foto - Google.
                                                VENTO É ENERGIA
A Bahia já está produzindo 3,5 MW de energia eólica, o que representa mais de 3 vezes a  potencia instalada da usina de Sobradinho. Segundo maior produtor de energia eólica do país, a Bahia detém 25% da produção nacional e se aproxima cada vez mais do Rio Grande do Norte, o maior produtor. No sertão da Bahia, vento é sinônimo de energia.
                                                

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