Esquerda unida defende democracia e condena ataques a Lula

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No palco armado diante de uma praça lotada, em que estavam representes de partidos como PT, PCdoB, PSOL, PSB, PDT e PMDB, a ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou que o país assistiu, nos últimos dias, a uma das mais graves manifestações do fascismo no país. “A construção do impeachment fraudulento semeou o ódio. A única coisa que o ódio semeia é violência. Eles [da direita] usam da violência covarde”, disse.

A caravana de Lula assistiu a agressões com paus, pedras, chicotes contra trabalhadores, que culminaram, na última terça (27), com disparos de tiros contra dois dos três ônibus da caravana. Os veículos levavam convidados e jornalistas a Laranjeiras do Sul.

“Certos líderes foram capazes de incitar a violência. Uma senadora do Rio Grande do Sul defendeu a lei do chicote. Ela defendeu a violência porque esse é o diálogo que sabem fazer", completou Dilma.

A ex-presidenta afirmou ainda que os brasileiros vivem hoje no reino das fake news. “Foi fake news o que levou Lula a ser julgado no caso do tríplex. E o Netflix está produzindo outra fake news”, discursou, em referência à série O Mecanismo.

A petista acusou as forças conservadoras de quererem usar a violência como álibi para não haver eleições. “Para nós, a democracia é uma arma. Enquanto eles jogam com o ódio, as mentiras e a violência física, usamos nossa consciência, nossa capacidade de luta e resistência. Vamos ganhar essa narrativa, como ganhamos a narrativa que prova que o que vivemos desde 2016 é um golpe”, colocou.

Vestindo uma camisa na qual se lia “nossas ideias são à prova de balas", Manuela D’Ávila ressaltou que, enquanto pré-candidata do PCdoB, tem dito que defender o direito de Lula ser candidato não é tarefa só para petistas, mas para todos que defendem a democracia no Brasil. “Sofremos um golpe que, além de antidemocrático, é antinacional. É o golpe da entrega do Brasil, que tenta, a partir da judicialização da política, impedir que Lula concorra”, discursou.

De acordo com Manuela, a escalada da violência, explicitada nos ataques à caravana, é a forma como a direita tem enfrentado a crise. “Democracia não é mais bandeira do capitalismo. Nós que amamos o Brasil precisamos nos unir. Precisamos gritar que nossas ideias são à prova das balas que eles atiram. Esse grande país vencerá o fascismo e o ódio. Juntos, devolveremos o Brasil a seu grande destino”, declarou, pregando a união das esquerdas.

O pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, anunciou que participava do evento para prestar solidariedade a Lula, ao PT e à militância, contra “as agressões covardes dos fascistas”.

“Essa gente já passou de qualquer limite. Fazem apologia à violência e ao ódio. Está plantando as perigosas sementes do fascismo. Nós não sabemos quem foi o fulano que apertou o gatilho [contra os ônibus da caravana]. Mas sabemos que quem incentivou essas ações são responsáveis por isso. Temos que responsabilizar Jair Bolsonaro”, apontou.

Ele lembrou, contudo, que as agressões aos apoiadores de Lula não são um caso isolado. “Hoje, faz duas semanas do assassinado de Marielle Franco no Rio de Janeiro. A mesma escalada do fascismo que atirou em Marielle foi a que disparou contra a caravana do presidente Lula”, disse.

Segundo ele, já passou da hora de a esquerda formar uma frente democrática para enfrentar o fascismo. “O que está ocorrendo no país é muito grave, e com fascismo não se brinca, nem se conversa. E só vamos conseguir combater isso com muita unidade”, encerrou.

Último a falar, Lula fez um retrospecto da sua caravana, anunciando que fará novas viagens, pelo Norte e Centro-Oeste do país. Ele destacou as tentativas de evitar sua presença nos eventos e os episódios de violência. Além dos tiros que atingiram os ônibus da comitiva, ele citou a agressão a quatro mulheres em Cruz Alta, a um casal em Florianópolis e aos ex-deputado Paulo Frateschi em Chapecó.

“A imprensa foi conivente com isso o tempo inteiro. O culpado desse ódio, o estimulador, chama-se Rede Globo de Televisão. Eu já tenho mais de 60 horas de Jornal Nacional falando mal de mim. Mas eles não se conformam é que, quanto mais eles batem, mais eu cresço nas pesquisas. Ontem, alguns até tentaram defender os ataques à caravana”, criticou.

Ele destacou, só depois de a imprensa internacional ter falado sobre as agressões, alguns analistas da mídia e políticos como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, voltaram atrás nas declarações enviesadas sobre o assunto. “Ninguém pode dizer que o Lula é agressivo. Vocês nunca viram um ato de violência nossa contra qualquer candidato”, disse, em resposta a Alckmin que afirmou que Lula colhe o que plantou.

Lula falou dos avanços conquistados na sua gestão e dos retrocessos em curso após o impeachment de Dilma. "Nós temos que ter claro o que está acontecendo nesse país. Estamos perdendo a soberania nacional".

O ex-presidente reiterou que não tem nada contra a operação Lava Jato, mas, sim, “contra a mentira”. “Desafio todo dia, eles a provarem que eu sou culpado. Eu não quero morrer sem ver o William Bonner começar o Jornal Nacional pedindo desculpas a mim e a minha família”, disparou.

O petista destacou a dificuldade da direita de encontrar um candidato viável para concorrer ao Planalto em outubro. "Eles não suportam que um ex-metalúrgico tenta colocado negros e negras das periferias para fazer medicina, diplomacia, direito. Eles não aceitam a ascensão social".

Lula disse que não acredita que será preso, já que para isso seria necessário um motivo. “Eles acham que sou eu o problema do país. Mas o Lula é apenas um ser humano e nós somos, na verdade, uma ideia. Eles não conseguirão prender uma ideia e um sonho”, discursou. 


 Do Portal Vermelho

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