Bahia deverá liderar setor eólico até 2020: Destaque para Guanambi e Caetité

Tribuna da Bahia



Em algumas estações e períodos do ano, já foram registrados picos de 80% - o que não há em nenhum outro lugar no mundo

por
Matheus Fortes
Publicada em 28/06/2017 08:38:21


A previsão para a Bahia, em matéria de produção de energia renovável, é de bons ventos nos próximos anos. E são eles mesmos, os responsáveis por esta novidade, afinal, o potencial de geração de energia  eólica no estado é o maior, entre todas as unidades da federação. Se todo ocorrer conforme o planejado, a Bahia deverá chegar a capacidade total instalada de 5,5 gigawatts, o que deve garantir a liderança no ranking da produção de energia a partir de fonte eólica até 2020.
Em recente levantamento do boletim InfoMoney, o estado aparece em segundo lugar com a produção de 678 megawatts médios entre os meses de janeiro e abril – um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. O primeiro lugar ficou com o Rio Grande do Norte, que produziu 1.087,6 megawatts médio neste primeiro quadrimestre.
De acordo com o superintendente de Energia da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), Celso Rodrigues, a Bahia é hoje privilegiada em razão tendo seu fator de capacidade de geração eólica que é de 45%. Para se ter uma ideia, nos países da Europa, as regiões de maior fator não passa da média dos 35%. Em algumas estações e períodos do ano, já foram registrados picos de 80% - o que não há em nenhum outro lugar no mundo.
Segundo dados do relatório anual elétrico de dezembro de 2016, o estado possui 78 parques  eólicos  instalados, outros 57 em construção, e mais 108 com construção não iniciada, mas já autorizada. A região de maior potencial é o chamado sertão produtivo – onde se encontram cidades como Guanambi e Caetité – onde estão instalados 30% de todos os parques do estado, e que possuem 540 megawatts da capacidade eólica gerada.  
Apesar do potencial, a energia eólica, no entanto, corresponde a apenas 18,3% da matriz energética do estado. No ano passado, 292 projetos haviam sido aprovados pelo Ministério de Minas e Energia. Contudo, fatores de ordem econômica também impactam diretamente na construção dos parques.
“O custo de instalação depende do tamanho do parque, a capacidade instalada, e variável estatística. É de aproximadamente R$ 3 milhões por megawatt instalado. Como, em média, os parques são de 30 megawatts, fica algo em torno de R$ 90 milhões por parque eólico. Como há participação de capital estrangeiro, a variação do câmbio também interfere no valor”, explica o superintendente.   
Segundo Rodrigues, a capacidade instalada prevista para este ano é de 595 megawatts médios – o que significa a entrada de 25 parques eólicos entrando em operação comercial até o final deste ano, caso não haja oscilações no cronograma de execução (que envolve tanto fatores climáticos quanto a conjuntura econômica).   
De acordo com dados da Agência Nacional de  Energia Elétrica (Aneel), ao final de abril deste ano, havia 414 usinas eólicas em operação comercial no país, que somavam 10.517 megawatts de capacidade instalada – um aumento de 17,6% frente às 352 unidades geradoras existentes no mesmo mês do ano passado.

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