Dilma não poupa Temer, Padilha e Franco em entrevista: 'Não deixei o gato angorá roubar'

Sexta, 17 de Março de 2017 - 08:40

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Dilma não poupa Temer, Padilha e Franco em entrevista: 'Não deixei o gato angorá roubar'
Foto: Lula Marques / Agência PT

A ex-presidente Dilma Rousseff não poupou o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, em entrevista publicada pelo Valor Econômico nesta sexta-feira (17). A petista, se referindo a Franco como "gato angorá", disse que ele tentou roubar enquanto estava na Secretaria de Aviação Civil. "(...) O gato angorá tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar. É literal isso: eu não deixei o gato angorá roubar na Secretaria de Aviação Civil. Chamei o Temer e disse: 'Ele não fica. Não fica!'. Porque algumas coisas são absurdas, outras não consegui impedir. Porque para isso eu tinha de ter um nível de ruptura mais aberto e eu não tinha prova, não tinha certeza", declarou Dilma. A ex-presidente ainda sugeriu que ter "mil coisas" para falar do presidente Michel Temer e adiantou que o peemedebista é "extremamente frágil", "fraco" e "completamente medroso", ao contrário de Eliseu Padilha (Casa Civil). "Saber quem eles são, nós sabemos. Não tenho a menor dúvida de quem é Padilha e Geddel [Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo]. Convivi sabendo quem eram. Não tenho esse 'caiadismo' [de Ronaldo Caiado, DEM-GO] de falar que eu não sabia quem eram. Sabia direitinho. Inclusive, uma parte do que sou e daminha intolerância é porque eu sabia demais quem eles eram", reforçou a ex-presidente. Durante a entrevista, a petista havia reconhecido que errou ao desonerar tributos das empresas brasileira, reduzir a contribuição previdenciária, o IPI e outros impostos. "Tivemos uma perda fiscal muito grande. Nossa expectativa era evitar que a crise nos atingisse de forma pronunciada, Por isso aumentamos também o crédito, mas acho que aí não erramos. Erro foi a desoneração poque, ao invés de investir, eles aumentaram a margem de lucro às custas de mais fragilidade nas contas públicas", explicou Dilma. Por outro lado, ela negou que tenha compactuado com a corrupção investigada pela Operação Lava Jato. Dilma argumentou que sancionar a lei da delação premiada, respeitar a Polícia Federal e o Ministério Público, além de nomear ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizam a importância que ela dá ao combate à corrupção. Dilma aproveitou para destacar os "500 mil pesos e mil medidas" que se tornou o combate à corrupção. "Enquanto as investigações estavam sobre o PT ou alguém do PT, não havia problema em vazamento. Agora tem. Uma coisa que, visivelmente, em qualquer país do mundo seria caso de quebra da segurança nacional, que é gravar o presidente sem autorização do Supremo, tudo isso foi permitido. Agora, quando chega ao PMDB ou PSDB, é criminalização da política", acrescentou. 

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