CERVERÓ RELATA PROPINAS DE MAIS DE R$ 564 MILHÕES DESDE 2002

06/06 - 08h38m
BAHIA ECONÔMICA

O ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró apontou o pagamento de pelo menos R$ 564,1 milhões em propina envolvendo negócios da estatal e de uma de suas subsidiárias, a BR Distribuidora. Onze políticos são nominalmente citados como beneficiários dos desvios.

Os detalhes estão na delação premiada de Cerveró, que está colaborando com a Justiça em troca de redução da pena. A cifra deve ser maior, uma vez que os valores não estão atualizados e não há informação de quanto foi pago em propina em parte dos negócios com irregularidades.

Individualmente, o valor mais alto se refere à aquisição pela Petrobras, em 2002, da empresa petrolífera argentina Pérez Companc. Segundo ele, o negócio rendeu US$ 100 milhões em propina para integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Usando o câmbio de sexta-feira passada, mas sem correção monetária, a cifra chega a R$ 354 milhões.

Em 2007, outro negócio relativo à Pérez Companc voltaria a render propina, segundo Cerveró. Foi durante a venda da Transener, principal linha de energia que liga a Argentina de norte a sul e que era da Pérez Companc. Em 2003, Nestor Kirchner assumiu a Presidência da Argentina e, segundo Cerveró, fez pressão para a Petrobras vender a Transener. O negócio foi fechado com um amigo de um ministro da administração Kirchner e rendeu pelo menos US$ 300 mil (R$ 1,06 milhão) para Cerveró e outros US$ 300 mil para o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, mais conhecido como Fernando Baiano. Mas, segundo o próprio Cerveró, a maior parte da propina ficou na Argentina. (O Globo)

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