OBRAS CITADAS NA LAVA JATO FICAM R$ 162 BI MAIS CARAS E A FIOL ESTÁ INCLUÍDA

BAHIA ECONÔMICA
01/05 - 07:42hs -

A Operação Lava Jato investiga há 25 meses um esquema de corrupção envolvendo políticos, empresas e algumas das maiores obras do país. Mais de 20 grandes projetos já foram citados em denúncias ou delações.

A maior parte deles acumula atrasos em sua execução e aumentos sucessivos de custo, segundo informou um levantamento do Uol. O custo delas, juntas, aumentou pelo menos R$ 162 bilhões. Já o maior atraso em execução é de oito anos. Essas mudanças não têm necessariamente relação com corrupção ou superfaturamento das obras. Os aumentos e os adiamentos são, em grande parte, justificados por mudanças ou adaptações corriqueiras feitas nos projetos.

A diferença nos preços, contudo, é expressiva. Na média, o custo desses 19 projetos citados na Lava Jato aumentou mais de 120%. Ou seja, o preço deles mais que dobrou. Quando foram anunciados pelo governo ou empresas, esses projetos custavam juntos R$ 134,7 bilhões. O orçamento mais recente das obras aponta que elas consumirão mais de R$ 297 bilhões.

A Ferrovia de Integração Oeste-leste (Fiol) é um dos exemplos dessas obras. A Fiol tinha prazo de entrega para 2015 e que atualmente ficou para 2018. O custo inicial era de R$ 4,2 bilhões, mas passou para R$ 6,38 bilhões, o que corresponde a um aumento de R$ 2,18 bilhões.

Uma das obras que contribuíram para essa diferença é a da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), relacionada ao pagamento de propinas em delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez. Seu custo subiu 320% desde 2007. Nesse mesmo período, a inflação oficial (medida pelo IPCA) acumula menos de 77%.

A obra da usina foi incluída na primeira versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Na época, o governo indicou que ela custaria R$ 7 bilhões. Seu custo hoje beira os R$ 30 bilhões. Ainda em 2007, foi previsto que a usina começaria a operar em 2014. Belo Monte só começou a funcionar no mês passado.

O Ministério do Planejamento, que monitora a execução do PAC, ratificou que o projeto da construção de Belo Monte é diferente do anunciado em 2007. Por isso, existe a diferença nos custos. "O escopo executado é diferente do originalmente previsto", declarou o órgão.

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