Cunha vira sua artilharia para os aliados do golpe contra Dilma

DO BAHIA TODO DIA | 09/05/2016 | 08h25

Neste exato momento, a artilharia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem dois alvos. Um são os deputados que apoiam a aprovação de sua cassação no Conselho de Ética. Ele sabe que se o processo sair aprovado do colegiado, seu mandato está por um fio. O outro alvo são os ratos com quem ele cultivou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

O presidente afastado da Câmara sentiu o cheiro de queimado com a confirmação, por unamidade, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), da decisão de suspender seu mandato, tomada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte. Acha que isso não teria ocorrido sem que Renan Calheiros (presidente do Senado) e/ou Temer Micher (conspirador e golpista) tivessem sido consultados informalmente pelos ministros.

A tese de Eduardo Cunha é a mesma que ele alimentava em relação a Dilma e ao PT. Ele acha que as denúncias feitas pelo procurador Geral Rodrigo Janot contra ele foram articuladas pelos petistas. E assim, articulou, passando por cima de tudo e de todos na Câmara, o golpe contra a presidenta.

Sentindo-se traído, ele já se mexe.

Segundo escreveu o ex-governador do Rio de Janeiro, Antonhy Garotinho, em seu blog, neste final de semana, Cunha manda recados a Michel Temer de que vai se vingar. Um deputado do PR que esteve com o presidente afastado da Câmara confidenciou a Garotinho que o kamikase tem gosto de vingança na boca. “Se eu for abandonado não vou sozinho para o sacrifício. É bom que alguém diga a Michel (Temer) e a (Romero) Jucá que eu posso ser o início do fim de um governo que nem começou”, teria declarado.

A este mesmo deputado do deputado do PR, que é amigo de Eduardo Cunha, ele teria dito o seguinte: “Não sou bobo. Tem gente que manda matar e depois vai chorar no velório ao lado da viúva. Se estão pensando que vou aceitar solidariedade sem uma solução concreta estão enganados”.

Sobrou até para o fiel escudeiro, Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu a Presidência da Câmara em seu lugar, a quem ele se referiu como sendo uma espécie de Severino Cavacanti (ex-presidente da Câmara) melhorado e que não duraria nem 15 dias no cargo.

Ou seja, o caldo pode estar entornando no saco de ratos que se formou para derrubar Dilma. O país que aguente. 

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