EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DEVEM VARIAR COM NOTA DA MOODY'S, DIZ USUPORT

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11/09/2015 09:05
Bahia Econômica

 
 
Depois que a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito do Brasil, diversos setores da economia começam a pensar em soluções para a situação econômica do país. Dentre eles o setor portuário, um dos mais importantes viés para a economia nacional, que também atravessa uma fase difícil.
 
Em entrevista ao Portal Bahia Econômica o presidente da USUPORT - Associação de Usuários dos Portos da Bahia, Paulo Villa, explicou que o rebaixamento da nota de crédito pode interferir nas exportações e nas importações de maneiras diferentes. “O rebaixamento da Nota de Crédito do Brasil reflete o contínuo dessarranjo das contas públicas, iniciado desde 2011, e o país desce um degrau no índice de confiança dos investidores. O primeiro efeito deve ser uma maior desvalorização da moeda, o que pode acarretar aumento das exportações, de um lado, e diminuição das importações, do outro. Ainda é cedo para avaliarmos os verdadeiros impactos nos portos. Pode haver uma retração de investimentos externos, pelo aumento do risco”.

Questionado sobre quais medidas podem ser feitas para evitar que a crise chegue até a Bahia ele explica como o setor está pensando. “Estamos na hora de pensar um bom planejamento para dar competitividade aos setores produtivos do Estado da Bahia. Faz-se necessário realizar as licitações de arrendamentos de terminais de graneis sólidos e líquidos no Porto de Aratu e de um segundo terminal de contêiner no Porto de Salvador, de forma acelerada. Sem isto, a Bahia fica à mercê das mesmas e imensas ineficiências portuárias atuais que são obstáculos ao desenvolvimento da Bahia, com realce ao recorrente monopólio perverso para os serviços de cargas conteinerizadas. Portanto, para enfrentarmos a crise, possuir serviços portuários eficientes é uma medida essencial e urgente.
 
Sobre a questão da Fiol e do Porto Sul que estão caminhando em ritmo desacelerado ele comenta que é preciso lidar com a situação com inteligência para fugir da crise. “A Bahia deve entender que a Fiol e o Porto Sul são novas infraestruturas que gradativamente atrairão cargas e negócios, sendo projetos futuros de médio e longo prazo. Entretanto, estão longe de ter a importância dos Portos de Aratu e Salvador, que servem à realidade da economia baiana. Salvador e Aratu é que são fundamentais porque movimentam as cargas da economia que pulsa e pode dar respostas rápidas, porque vem perdendo competitividade com serviços portuários ineficientes há mais de uma década. Os investimentos nestes portos serão privados e não faltam recursos. Esta é a melhor maneira de lidar com a realidade. Ontem mesmo, foi divulgado que uma empresa dispõe de 3,5 bilhões de dólares para investimentos portuários no Brasil, sobretudo, para as regiões norte e nordeste. Esperamos que o rebaixamento da nota de crédito não afete o programa dessa empresa. A Bahia deve utilizar inteligência e união para lidar com a crise”. 
 

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