Wagner em outubro próximo deve ir para o segundo turno porque,
pelo menos por ora, há três chapas competitivas. Para continuar o
projeto governista, o deputado federal e ex-chefe da Casa Civil do
Estado, Rui Costa (PT), encabeça a chapa que é composta ainda pelo
também deputado João Leão (PP) como candidato a vice e pelo atual
vice-governador, Otto Alencar (PSD), que disputa a única vaga à qual
a Bahia tem direito no Senado na disputa deste ano.
Do outro lado, há DEM, PMDB e PSDB, que conseguiram se unir em
chapa única e vão com time composto pelo ex-governador Paulo Souto
(DEM) como cabeça, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (secretário
nacional do PMDB e presidente do PMDB na Bahia) e pelo jornalista,
escritor e ex-deputado Joaci Góes (PSDB).
E no meio, há a ‘zebra’ da disputa, a senadora Lídice da Mata, do PSB,
que rompeu com Wagner em dezembro último para seguir orientação
nacional do seu partido, que tem o agora ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos (renunciou ao cargo há uma semana)
como pré-candidato a presidente da República.
Lídice se elegeu pela chapa de Wagner em 2010 e o PSB permaneceu
no governo petista até o final de 2013, mas o PSB e Eduardo não
podiam abrir mão de ter palanque próprio no terceiro maior colégio
eleitoral do País. A chapa do PSB é composta ainda pela ex-ministra
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon como candidata
ao Senado. A vaga de vice-governador (a) continua em aberto.
Lídice afirma que não tem pressa.
Com as chapas em posição, segue a análise (preliminar, pois as
candidaturas só são oficiais após as convenções partidárias, em
junho próximo). A candidatura de Lídice da Mata não é favorável
ao PT e à chapa governista, pois a senadora é considerada uma
política de esquerda e, teoricamente, seus eleitores não votariam
na chapa DEM-PMDB-PSDB. Em sendo assim, seus votos ‘sairão’
da cota de Rui Costa.
A oposição, ao sair unida, marcou ponto. Tal qual em nível nacional,
a disputa pelo governo da Bahia vai caminhando para a polarização
esquerda x direita, PT-PDT-PP-PSD etc. x PSDB-DEM-PPS e em nível
local, com o PMDB.
Mas num eventual segundo turno, Rui Costa, Leão e Otto sairão em
vantagem se as urnas apontarem para disputa contra Paulo souto,
Joaci e Geddel. Pelo menos na teoria.
Lídice de fora, apoiaria ‘naturalmente’ a chapa do PT. Também
na teoria, seria praticamente impossível a senadora socialista apoiar democratas e tucanos.
No rol das possibilidades pós-eleições, também não falta cenário de
suposições e tendências. A figura com futuro mais incerto, mas com
mais possibilidades no tabuleiro das eleições da Bahia neste ano é,
sem dúvida Geddel Vieira Lima. Paulo Souto, se perder, terá cumprido
seu papel e não sairá menor do que sua trajetória política lhe proporciona.
E com ‘certeza’ não disputará outra eleição.
Entre os governistas, de fato, se perderem, poderiam ser secretários
de governo se Lídice for eleita. Se a oposição levar a disputa, lhes
sobraria possibilidade de ocupar cargos de secretários em
prefeituras de prefeitos petistas e de partidos aliados. Ou em
cargos de segundo escalão no governo federal se a presidente
Dilma Rousseff for reeleita.
Se Lídice perder, ela tem seu mandato de senadora garantido até
2018, pois se elegeu em 2010. Eliana Calmon também não teria
muitas possibilidades na carreira político-partidária.
Por fim, Geddel. Se não for eleito, mas Paulo Souto ganhar para
governador, o peemedebista terá ‘garantido’ posto de secretário
de alguma das secretarias mais importantes na gestão DEM-PSDB.
Se Paulo Souto também perder, caberá a Geddel esperar chegar
2016 e muito provavelmente ser candidato a vice-prefeito de ACM
Neto, que sem dúvida alguma tentará se reeleger. Mais além, se
pode prever um pouco de 2018. ACM renunciaria para se candidatar
a governador e Geddel assumiria a Prefeitura de Salvador.
E também com certeza, o peemedebista seria candidato a
prefeito com a máquina na mão.
Mas para que isso tudo aconteça, é de suma importância que
não haja rompimento entre Geddel e seus aliados. A partir daí,
tudo é possível.
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