A última clandestina da ditadura no Brasil

Perseguida pelo regime militar, Maria José conseguiu
só agora deixar a clandestinidade
Há 30 anos morando na França, a arquiteta e urbanista baiana Maria José Malheiros decidiu, tardiamente, reabrir o processo de anistia, concedido em 1979 a todos os brasileiros punidos pelo regime militar,  e pedir a regularidade definitiva de sua identidade.
"Nesses anos tive a sensação de ser uma pessoa em pedaços. Uma pessoa com três vidas", declarou ela, que optou por adotar o nome usado na clandestinidade.
A identidade resgatada encerra 40 anos de constrangimentos e medo de ser descoberta. "Tinha muita dificuldade em falar de número, de guardar a data de nascimento, a não original", conta Maria José.
Num depoimento emocionado concedido ao A TARDE, ela define como "muito especial" o dia 24 de outubro de 2013, data em que foi anistiada pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça.
"Pela primeira vez na minha vida eu caminhei em São Paulo, sozinha. São Paulo para mim era uma cidade do medo. Mas tinha um sol belíssimo naquele dia; achei a cidade linda", descreveu.
A vida no subterrâneo
Terceira filha de uma família de seis irmãos, Maria Neide Araújo Moraes só tinha cinco anos quando os pais decidiram se mudar de Palmas de Monte Alto, no interior da Bahia, para Goiânia, a capital de Goiás.
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Fonte: A TARDE - Patrícia França
Mila Cordeiro | Ag. A TARDE
Foto: Mila Cordeiro - Ag. A Tarde

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